domingo, 27 de dezembro de 2020

NOVE DE NOVEMBRO


(NOVE DE NOVEMBRO)

Dir.: Lázaro Louzao

Espanha - 2018

11 anos discutindo a relação.

Miguel e Roberto estão juntos há 11 anos e o filme mostra diversas fases da vida em comum dos 2.

São anos de dureza, pois nitidamente os dois são de classe média baixa: Miguel foi rejeitado pela família por ser gay e Roberto tenta sobreviver como fotógrafo.

O filme alterna momentos de intimidade feliz e as brigas de que seriam comuns a um relacionamento, embora fique nítido que parece haver um desgaste na relação.

Um drama bacana, com apenas dois atores em cena e uma direção que consegue deixar os dois à vontade, dando a impressão de realmente serem um casal.

Filem sensível, mas que não é voltado para o grande público.

sábado, 19 de dezembro de 2020

LABEL ME

(LABEL ME)
Dir.: Kai Kreuser
Alemanha - 2019


Waseen é refugiado sírio na Alemanha e faz programas pra sobreviver, mas sobre certas regras, já que ele é hétero: não beija na boca, não faz sexo passivo e não fala da vida.
Numa dessas ele conhece Lars, sujeito bem de vida, pelo que se percebe, mas solitário e que por algum motivo se interessa pelo outro e até paga pra ter informações sobre a vida pessoal do imigrante.
Desse interesse genuíno abre-se uma frestinha pra se saber da vida de Waseen, mas que também pode expô-lo a intolerância de seus conterrâneos.
Média metragem de 60 minutinhos que conta muito bem sua história simples sobre solidão, prostituição, carência e curiosidade sobre ver o outro não como uma coisa, apesar da profissão exercida.

domingo, 13 de dezembro de 2020

MOOTHON


(MOOTHON)

Dir.: Geethu Mohandas

Índia - 2019


Mulla sai da ilha aonde mora e vai para Bombaim atrás do irmão, Akbar, que ela não vê desde pequena e de quem não tem mais notícias. O irmão saiu de casa por causa de sua sexualidade, conforme vai ser descoberto mais tarde.

Ela é transgênero (se veste como menino) e ao chegar é levada para um orfanato de onde foge e passa a viver com um grupo de crianças que trabalha para um chefe do tráfico local.

Foge um pouco do padrão dos filmes indianos porque não têm as habituais dancinhas e musiquinhas e ainda fala de prostituição e consumo de drogas, além do tráfico de seres humanos, que é o destino que parece sempre rondar o protagonista, e tem menos de 2 horas.

Talvez seja um pouco corrido; tem uma passagem que parece ter sido cortada pra dar agilidade a trama e a gente fica sem entender como a personagem escapou, já que estava amarrada, assim como no final.

Mas, enfim, é um filme interessante, que cresce muito nas cenas passadas na ilha, com uma cerimônia religiosa que baseada na auto-flagelação e no envolvimento delicado entre dois homens, um deles mudo.

domingo, 6 de dezembro de 2020

30 ANOS DE ADONIS


(SAN
 SHI ER LI)

Dir.: Scud

Hong Kong / China - 2017


Filme de outro especialista do gênero, que assina como "Scud".

Esse aqui segue a linha de seus filme já citados aqui, "Anfetamina" e "Permanent Residence": boa técnica e muita nudez e sexo, aqui com ainda mais ousadia nas cenas de sexo, e menos estória.

O problema é que o filme parece ser só isso: ator da Ópera de Pequim, Yang Ke, fica desempregado e decide seguir carreira na pornografia e na prostituição, sem imaginar que as novas profissões vão bagunçar seu carma.

A parte mística é a mais interessante: se passa em um belíssimo templo budista, mas é curta. Antes disso, é um festival de corpos nus e cenas de sexo, quase todas apenas encheção de linguiça, embora tecnicamente bem filmadas.

Como curiosidade, tem uma das falas mais incríveis do cinema, quando a guia espiritual e o desencarnado observam um casal transando e a guia diz: "se você entrar no ânus de fulano, você pode reencarnar como filho dele." Pois é.

Ah sim, o diretor deve se achar bem importante, pois num diálogo banal uma cantora qualquer é citada pois sua música "vai estar no novo filme do Scud".

Divirtam-se.

domingo, 29 de novembro de 2020

4 DIAS NA FRANÇA


(JOURS DE FRANCE)

Dir.: Jérôme Reybaud

França - 2016



Pierre larga o marido de surpresa, sem dar sequer um "tchau", pega o carro e cai na estrada, andando aparentemente sem rumo pelo interior da França, interagindo com diversos personagens pelo caminho, alguns conhecidos por app de sexo, outros, casualmente.

Paul, o parceiro abandonado parte atrás do sujeito, rastreando o maridão pelo app de pegação que o outro usa.

Difícil entender muito bem o sentido desse road movie: o motivo do abandono é apenas sugerido por outra personagem; as personagens que cruzam o caminho do protagonista também parecem não ter muito a dizer e/ou acrescentar e o final é meio fraquinho: chega-se ao final da estrada e agora só resta voltar pelo caminho percorrido de volta aonde tudo começou? É isso?

Falta também uma certa empatia por parte dos protagonistas, fazendo com que o filme tenha um tom um tanto frio e de indiferença aos destinos deles, até porque nenhum dos dois parece ter um desenho claro que explique suas motivações.

sábado, 21 de novembro de 2020

ESTO NO ES BERLÍN

 



(ESTO NO ES BERLÍN)

Dir.: Hari Sama

México - 2019


Cidade do México, 1986, ano de Copa do Mundo.

Carlos e Gera são amigos de infância, e vivem aquela fase aonde a adolescência está acabando e chegando a idade adulta: os dois são de famílias de classe média, então, o que os espera é a faculdade, e não o desemprego ou a falta de perspectiva.

Mas, numa noite dessas, graças a irmã de um deles os dois vão parar numa boite, um inferninho alternativo, aonde vão conhecer o mundo da cultura alternativa da cidade.

A boite é voltada para o público sexualmente liberado e point de descolados e artistas do underground, o que vai causar a liberação sexual de um e o interesse do outro pelas artes e a contestação a dura realidade do país.

Boa pedida.

sábado, 7 de novembro de 2020

MALILA: THE FAREWELL FLOWER

(MALILA: THE FAREWELL FLOWER)
Dir.: Anucha Boonyawatana
Tailândia - 2017


Shane e Pich são ex namorados que se reencontram depois de anos.
O primeiro sofre a perda da filha; o outro, de um câncer que está na iminência de lhe tirar a vida. Pich já até desistiu do tratamento tradicional, e faz arranjos florais tradicionais, os Bai Sris, na expectativa de prolongar sua existência nesse plano.
Numa tentativa desesperada, Shane decide se tornar monge, para que neste ou no outro mundo, possa ajudar seu amigo.
É um filme alternativo, com toques de misticismo, e que não perde muito tempo se explicando (lembra os filmes do tailandês Apichatpong Weerasethakul, com sua narrativa lenta, de diálogos esparsos, e cenas que ficam a cargo do expectador decifrar).
Pra quem se liga mais nas questões carnais, tem uma cena bonita e delicada entre os protagonistas, e a diretora é trans, e responsável por "Onthakan", já comentado aqui e que é mais tradicional em sua narrativa.

domingo, 1 de novembro de 2020

HOMEM

(PRIA)
Dir.: Yudho Aditya
Indonésia / EUA - 2017


Curta muito simpático sobre Aris,  que vive numa área rural e sonha em evitar o destino que lhe está traçado: um casamento arranjado com uma moça da comunidade.

sábado, 24 de outubro de 2020

MONSOON


(MONSOON)

Dir.: Hong Khaou

Inglaterra - 2019


Kit nasceu no Vietnam, de onde saiu aos 6 anos fugido coma  família, que, ao fim da guerra, era vista com maus olhos porque o pai tinha trabalhado para como motorista para um figuração do regime.

Ele volta pra jogar as cinzas da mãe na cidade, pois ela também nunca havia voltado a terra natal.

A viagem é meio que algo mais voltado para rever amigos que ficaram pra trás e principalmente, uma espécie de descoberta de identidade de quem foi arrancado muito cedo de sua terra e levado para uma cultura completamente diferente, no caso, a Inglaterra.

Durante a viagem, Kit vai conhecer Lewis, que também teve o pai envolvido na guerra, mas por motivos opostos, o que lhe causa certo desconforto e um drama pessoal.

Filme do mesmo diretor de "Lilting", então não espere grandes reviravoltas, ou nenhum dramalhão rasgado.

É um drama um tanto lento, algo contemplativo, e de atuações e emoções contidas.

sábado, 17 de outubro de 2020

SPIRAL


(SPIRAL)

Dir.: Kurtis David Harder

Canadá - 2019


Malik e Aaron são um casal e se mudam com a filha (na verdade, de um deles) para uma cidadezinha que acreditam tranquila.

Só que o lugar guarda um segredo que vem de gerações passadas.

Filme estranho, que alguns associam ao megasucesso "Corra!", mas que não é bem assim. Também não dá pra falar muito pra não estragar a surpresa do filme, que, a bem da verdade, é meio arrastado e se assiste mais pela curiosidade de saber como termina.

Quanto a sexualidade dos protagonistas, parece ser mais uma opção do diretor do que algo muito relevante para a trama.



domingo, 11 de outubro de 2020

DATING AMBER


(DATING AMBER)

Dir.: David Freyne

Irlanda - 2020


Simpática dramédia sobre Amber e Eddie (Fionn O'Shea, também gay em "Handsome Devil) que decidem fingir um namoro para escapar do bullying dos colegas de escola.

Ela tem um objetivo: ir para Londres, deixando a cidade modorrenta aonde vive para trás e montar uma livraria alternativa. O dinheiro vem do aluguel de um trailler para casais adolescentes em busca de sexo.

Ele quer entrar para o exército, para não decepcionar o pai, comandante do quartel local, mas visivelmente não tem aptidão para a coisa.

O filme se passa nos anos 90, quando a Irlanda vivia às voltas com a liberação do divórcio e os adolescentes se dividiam entre os fãs de Oasis e Blur.

Boa pedida, principalmente pela simpatia da dupla.

sábado, 3 de outubro de 2020

SODOM


(SODOM)

Dir.: Mark Wilshin

Inglaterra - 2017



Michael e Will se conhecem em uma situação inusitada.

O primeiro é gay, o segundo se acredita hétero, mas que sai com homens por diversão.

Os dois passam a noite juntos, mas, nem tudo são flores, porque ambos tem perspectivas de vida diferentes.

Drama meio entediante, sobre dois sujeitos muito diferentes que se conhecem por acaso e em algum momento parecem acreditar que sua relação tem futuro.

O roteiro lembra o do também inglês "Weekend" e o chileno "Los Fuertes", mas é bem inferior; meio arrastado e meio clichê com sua trama de gay/hétero curioso.

sábado, 26 de setembro de 2020

KEILLERS PARK


(KEILLERS PARK)

Suécia - 2006

Dir.: Susanna Edwards


Peter é casado e depois de conhecer Nassim casualmente ele vive sua primeira experiência homossexual.

Ele larga a mulher, é rejeitado pelo pai e vai viver com o outro, de classe inferior (Nassim é imigrante argelino).

A relação vai correndo até começar um processo de desgaste, que culmina com uma briga, agressão física e termina com Nassim sendo encontrado morto no parque que dá nome ao filme e Peter preso, mais devido ao preconceito do que a algum fato relevante que o associe ao crime.

Drama baseado em fatos reais ocorridos na Suécia.

É mediano, um tanto corrido, mas bem conduzido e interpretado pela dupla principal.

sábado, 19 de setembro de 2020

ORPHEU'S SONG

(ORPHEU'S SONG)
Dir.: Tor Iben
Alemanha - 2019


Phillip (o muito bonito Sascha Weingarten) ganha uma viagem com direito a acompanhante para a Grécia.
Ele convida o amigo Enis (o lindíssimo Julien Lickert), com quem malha todo dia (Phillip só pensa em malhação, e Julien é quem dá aquela famosa bola no supino, agachamento, etc).
Na Grécia eles vão ter uma experiência que vai mudar a vida dos dois.
As produções de Iben tem uma característica: não se discutem temas morais, políticos, religiosos ou sociais. Ou seja, os neurônios não têm muito trabalho.
"Cibrâil", "Wo Willst du Hin, Habibi?" já comentados aqui, e mais esse, falam de homens heteros ou curiosos, que em dado momento começam a se descobrir gays.
No fundo são histórias de amor, aonde não tem espaço para política, nem nada que exija aprofundar tais temas (Iben parece até ignorar que mostrou um dos protagonistas como viciado em academia, e que isso poderia render alguma discussão sobre a suposta fixação dos gays pela beleza física).
A exceção, é "Jahr des Tigers", aonde a trama tem uma pegada mais de thriller, os protagonistas são gays, e o "bandido" é ignorado pelo outro protagonista por não se encaixar no padrão de beleza desse; não pela sexualidade. Ou seja, o conflito é de outra natureza, e essa discussão também passa batida.
Em Jahr, como nesse aqui, Lickert aparece em deliciosa cena de sexo a milanesa. E é a isso que o filme se presta: quem nunca fantasiou que o conhecido hetero um dia vai lhe conceder uma transa surpreendente a beira mar?
Quem nunca fantasiou que vai conhecer um cara bonito, e vão ficar juntos, deixando pra lá vida mundana, que é outro tema que Iben sempre deixa de lado: saunas, boates, etc e mais uma vez Jahr é exceção.
De volta ao que foi dito, seus filmes são historietas românticas, aonde seus personagens encontram o amor verdadeiro e até abandonam suas vidas para viverem com aqueles escolheram e "são felizes para sempre".

sábado, 12 de setembro de 2020

O FIM DO AMOR

(OI DO CHUN)
Dir.: Simon Chung
Hong Kong / China - 2009


Drama romântico, que seria aqueles filmes tipo "Sessão da Tarde", não fossem as cenas de sexo, que nem são tãããão quentes assim.
Ming vai para um centro religioso para tratamento de vício, após ser preso por porte de drogas. Lá ele conhece Yan, ex-interno, que trabalha como voluntário e com quem faz amizade.
Paralelamente, vamos conhecendo a vida pregressa de Ming, de porque se tornou prostituto, viciado, e depois foi preso; enquanto acompanhamos sua tentativa de voltar a uma vida "normal" com a ajuda de Yan.
Apesar dos temas pesados, o filme não chega a empolgar, e serve como um passatempo.

sábado, 5 de setembro de 2020

NEVRLAND

(NEVRLAND)
Dir.: Gregor Schmidinger
Áustria - 2019


Jakob tem 17 anos, é tímido, solitário, tem crises de ansiedade e uma mancha de nascença no peito.
Ele recém conseguiu um emprego num matadouro e passa o tempo na internet, em sites de pornografia, aonde conhece Kristjan, um sujeito bonitão, sarado e com pinta de modelo - bem o oposto dele.
Mas é a mancha de Jakob que desperta o interesse do outro e o leva a uma viagem surreal, depois de uma experiência com drogas.
É daqueles filmes que confundem mais do que explicam, e em alguns momentos não sabemos se o que vemos é delírio ou realidade.
Pode não ser para todos os gostos, mas é tecnica e esteticamente muito interessante.

domingo, 30 de agosto de 2020

EL REY DE LA HABANA

(EL REY DE LA HABANA)
Dir.: Agustí Villaronga
Espanha / República Dominicana - 2015


Reynaldo foge da cadeia pra onde foi ainda adolescente depois de um assassinato acidental.
Ele volta pro bairro miserável aonde vivia e não tem mais família lá (foi a avó quem morreu) e acaba ganhando guarita e algo mais de uma ex-vizinha, para logo depois reencontrar a filha dessa, Magda, com quem logo se amasia.
O relacionamento é uma droga - brigas, fome, a casa é um cômodo em um prédio condenado e ele ainda tem que aceitar a prostituição de Magda, que é quem mantém o casal.
Ele faz amizade com Yunisleide, travesti que mora no cômodo vizinho, que também se prostitui mas mantém uma vida muito mais estável que a do casal.
A coitada até arruma emprego pra Reynaldo, apesar do ódio mortal que Magda mantém pelo relacionamento.
O filme se centra nas três personagens, aonde a homossexualidade é mais um detalhe na trama, aonde a verdeira protagonista é a necessidade de sobrevivência em Havana, no início dos anos 90 quando o fim da URSS deixou o país extremamente carente de recursos.
É um verdadeiro vale tudo: roubo, tráfico, prostituição que embalam um filme com um pé no dramalhão mexicano - a trama dos olhos roubados pra comércio no mercado negro é meio dura de engolir, mas é um filme bem intencionado, não voltado exatamente para o público gay.

domingo, 23 de agosto de 2020

MARIPOSAS VERDES

(MARIPOSAS VERDES)
Dir.: Gustavo Nieto Roa
Colômbia - 2017


Mateo e Daniel são amigos de infância e estudam no mesmo colégio.
Recentemente, um aluno cometeu suicídio, o que Mateo atribui a rigidez da disciplina do lugar, comandado com mão de ferro por uma diretora.
Só que entre os dois pinta um clima, sendo que o pai de Daniel é extremamente machista, homofóbico e intolerante a qualquer coisa que não seja relacionado a homossexualidade.
Paralelamente a isso, uma colega dos meninos, Angela, vive seu próprio inferno pessoal nas mãos de uma turma de bad boys da escola.
Um filme interessante, que talvez pudesse ser mais caprichado nos diálogos e na direção de certas cenas de assédio envolvendo Angela.
Mas é honesto e talvez só peque no final meio incoerente com a personalidade de um dos protagonistas.

sábado, 15 de agosto de 2020

NÃO É HOMOSSEXUAL QUE É PERVERSO, MAS A SOCIEDADE EM QUE ELE VIVE

(NICHT DER MOMOSEXUELLE IST PERVERS, SONDERN DIE SITUTIAON IN DER ER LEBT)
Dir.: Rosa Von Praunheim
Alemanha - 1971


Espécie de documentário que segue Daniel, que sai de uma cidade pequena para viver em Berlim.
O filme praticamente não tem diálogos, só uma narrativa, porém cruel, ácida e feroz sobre o comportamento gay da época (ou será ainda atual?).
Praunheim filma de maneira curiosa, seguindo Daniel com sua câmera ora em seus relacionamentos; ora as aventuras sexuais do sujeito em bares, banheirões ou pegação em parques públicos; ora vira a câmera para a sociedade gay da época, que talvez cause espanto com o colorido de suas roupas ou da decoração de bares e casas (extremamente cafonas e exageradas aos olhos de hoje, e que também vale para os penteados da galera).
Enquanto isso, um narrador desce o pau no comportamento gay, visto por ele como um grupo que tenta emular as relações heteras, e que fatalmente tende a infelicidade, por ser fútil e indiferente ao sofrimento do próprio grupo.
Alguns vão tachar de esquerdista, outros do relato de alguém frustrado, outros vão se identificar com o que foi dito quase 40 anos atrás, mas vai ser meio difícil ficar indiferente ao que se vê.

sábado, 8 de agosto de 2020

DRIVE ME HOME

(DRIVE ME HOME)
Itália - 2018
Dir.: Simone Catania


Antonio e Agostino eram os melhores amigos na cidadezinha aonde viviam, até o segundo desaparecer sem dar satisfações - o pai disse que ele teria ido estudar na Suíça.
15 anos depois, Antonio consegue encontrar o amigo, que virou caminhoneiro, e vai descobrir o porquê da fuga - não precisa nem dizer qual o motivo do sumiço, né? senão o filme não estaria sendo comentado aqui.
O filme é simpático - fala de amizade verdadeira, a ponto de não se importar com a opção sexual do amigo, mesmo que esse se revele levando o outro em uma sauna mista, o que deve ser uma bola fora do roteiro, ou uma tentativa do sujeito de deixar claro qual a sua opção, sem usar subterfúgios (aí cabe a interpretação de cada um).
Como um dos protagonistas é caminhoneiro, o filme tem uma pegada meio de road movie, com os dois viajando para entregar a carga que Agostinho leva no camimhão.

sábado, 1 de agosto de 2020

LOS FUERTES

(LOS FUERTES)
Dir.: Omar Zúñiga Hidalgo
Chile - 2019


Lucas vai visitar a irmã, que é dentista numa região remota do sul do Chile, e conhece Antonio, que trabalha num barco de pesca.
Os dois são de mundos diferentes: Lucas mora e estuda no Canadá e é de melhor condição social que o outro, que ambiciona ter o próprio barco.
O amor dos dois é bonitinho, mas Lucas uma hora vai ter que voltar pra casa...
Lembra o inglês "Weekend", sobre casais que se conhecem, se encantam um pelo outro, mas que não poderão ficar juntos porque vivem em cidades ou países distantes, mas esse aqui tem méritos próprios: a estória é bem contada, embora meio longa; o casal tem uma química ótima, que deve se dever ao fato de terem feito juntos o curta que deu origem a este longa; e é um filme delicado passado numa região distante de uma metrópole aonde os dois poderiam ter uma expectativa de relacionamento.
Ah sim, a cena de sexo entre dois é ótima, e a impressão é de ser ver um casal de verdade, tal a forma como os dois protagonizam a cena.

domingo, 26 de julho de 2020

GÜNESI GÖRDÜM

(GÜNESI GÖRDÜM)
Dir.: Mahsun Kirmizigül / Irmak Sueri
Turquia - 2009


Drama turco sobre uma família que vivia numa aldeia na região montanhosa do leste do país, acossada por frequentes conflitos armados.
A vida é simplíssima, mas chega um momento em que são aconselhados e dar no pé, pois a situação se encontra insustentável, já que os filhos/irmãos de alguns se envolveram no conflito.
Eles seguem para Istambul, aonde uma parte seguirá ilegalmente para a Noruega, e o restante ficando na Turquia mesmo, sendo 4 adultos e 6 crianças num apartamento de sala e quarto.
Entre eles está Kadri, ou Kado, que dava pinta nas montanhas, e por isso apanhava do irmão, Mamo.
Logo ao chegar na cidade grande ele conhece e faz amizade com Cam, que é travesti e lhe apresenta para um grupo de iguais.
Por outro lado, a situação dele se agrava, pois o simples fato de ser fato de ser visto conversando com Cam é motivo para levar uma surra e ser mantido em cárcere pelo mano intolerante.
A estória de Kadri é secundária na trama, mas muito ilustrativa sobre a vida quem vive sob a intolerância seja da família ou da sociedade.

sábado, 18 de julho de 2020

SIEMPRE SÍ

(SIEMPRE SÍ)
Dir.: Alberto Fuguet
México / Chile - 2019


É difícil descrever esse aqui: não é um filme pornô padrão, afinal é produção de um coletivo.
A trama é simples: Héctor viaja de sua cidadezinha para a Cidade do México para posar nu para um fotógrafo especializado no gênero.
Héctor deveria ir com um "amigo" que fura, e ele, que é um sujeito decidido e que "sempre diz sim", se joga na vida mundana da cidade e aí o filme parece ganhar ares de um docudrama pornô: o cara vai numa sauna; conhece um sujeito no hotel e transa; vai num bar e acaba na cama de outro desconhecido.
Tudo isso é mostrado sem pudores pelo diretor do também sem pudores "Cola de Mono".
Os lugares que o protagonista frequenta são reais, como se pode ver no próprio filme, que apresenta as referências como endereço e até o slogan da sauna.
É um filme excitante, que apesar das cenas explícitas não é cansativo como o cinema pornô tradicional e a gente acaba simpatizando com o protagonista, que está decido em sua busca por amor/aventura/libertação/não conformismo com sua condição de rapaz do interior às voltas com um namoro que depois vamos ver que talvez nem tivesse futuro.
É pra ver sem preconceito.

sábado, 11 de julho de 2020

JAHR DES TIGERS

(JAHR DES TIGERS)
Dir.: Tor Iben
Alemanha - 2017


Tom é meio desajustado, tem fixação por máscaras, vive com a mãe e a irmã e eventualmente leve pra casa o dinheiro que ganha furtando propriedades alheias.
Numa dessas ele vê Lars dormindo e desenvolve uma obsessão pelo sujeito, de quem passa a invadir a casa enquanto esse trabalha e a persegui-lo, livrando o cara de um ataque homofóbico, até ser descoberto.
Filme estranho, é um thriller erótico que culmina numa cena de sexo meio sem pé nem cabeça no meio do mato e que vale pela nudez do ator que interpreta Lars, que é bonito até dizer chega. Fora isso, só vale pela curiosidade.

domingo, 5 de julho de 2020

SOMETHING BEAUTIFUL

(SOMETHING BEAUTIFUL)
Dir.: Joseph Graham
EUA - 2015


Dramalhão chato a dar com o pau.
Quatro sujeitos passam uma noite em busca de amor e/ou sexo:
Brian, que é o enésimo escritor a protagonizar filme de gênero, e que começa o filme levando pra cama um doido que não se aceita; mas que na verdade é apaixonado por um hétero com quem teve um lance, e depois conhece casualmente Jim, que acha que o namorado dá mais valor ao trabalho do que a ele.
Jim vai topar com Bob, que perdeu seu grande amor anos atrás e não refez a vida, e vaga pela noite numa limusine atrás de sexo com qualquer garoto mais bonitinho que esteja parado numa esquina.
São todos muito chatos e desinteressantes e que devem ter como objetivo matar o espectador de tédio.

domingo, 28 de junho de 2020

SUNTAN

(SUNTAN)
Dir.: Argyris Papadimitropoulos
Grécia - 2016


Quarentão assume o posto de médico em alguma cidadezinha turística da Grécia, e não tem muito o que fazer na baixa temporada.
É quando a ilha ferve de turistas que a vida de Kostis, o quarentão, muda.
Ele atende uma periguete que depois o convida pra se juntar ao grupo quando estes estão na praia, nus e o médico se encanta por ela.
São mundos diferentes: uma juventude desencanada com o próprio corpo de um lado, e de outro um ursão de vida medíocre e que vê no grupo uma possibilidade de viver uma juventude que ele não deve ter tido.
Não é um filme gay, e o ator principal não é o modelo padrão para a maioria do mundo gay, mas o filme tem umas cenas de nudez deliciosas da galera na praia.
Além disso, a trama fala sobre a obsessão com alguém de quem você não tem certeza se a tua atenção é retribuída ou se é simplesmente gentileza, e que é meio universal.

domingo, 21 de junho de 2020

SORODISCORDANTES

(SERODISCORDANTES)
Dir.: Noel Alejandro
Espanha / Alemanha - 2019


Evaristo e Miguel vão viver juntos e graças a uma tábua ouija(!!!!!) vão descobrir que são sorodiscordantes - um tem HIV e outro não.
Curta com cenas de sexo explícito, o que a é a especialidade do diretor.

domingo, 14 de junho de 2020

HOMBRES DE PIEL DURA

(HOMBRES DE PIEL DURA)
Dir.: José Celestino Campusano
Argentina - 2019


Drama do mesmo diretor de "Vil Romance", que aqui apresenta um projeto melhor produzido e interpretado que o outro filme.
Ariel, que foi abusado por um padre pedófilo, parece ter dedo podre pra homem: corre atrás do padre quando esse vai para um retiro purgar os pecados; depois de um garotão casado; e de outro sem eira nem beira envolvido com coisas não muito certas.
O problema é que o pai é fazendeiro, meio tosco, e não aceita a opção do filho, que não é um exemplo de macheza, o que acaba servindo de destaque no meio do mundo viril da fazenda do pai.
Mas o garoto não vai desistir de achar um amor, mesmo em um meio tão adverso.
O problema é que o diretor parece mirar em vários alvos: o garoto que sofreu abuso; o padre pedófilo mau caráter; o pai que quer consertar o filho; a dificuldade de quem sofreu abuso de entender isso e as consequências; e o corporativismo dos padres (tem uma sequência que parece saída de "El Clube", do Pablo Larrain).
É razoável, e não economiza muito nas cenas de sexo.
Mas, como a coluna curte muito o cinema argentino, fica a dica.

domingo, 7 de junho de 2020

NUNCA SEQUE LÁGRIMAS SEM LUVAS

(TORKA ALDRIG TARAR UTAN HANDSKAR)
Dir.: Simon Kaijer
Suécia - 2012


Minissérie sueca em três episódios contando a estória de Rasmus e Benjamin.
O primeiro sai do interior da Suécia pra estudar em Estocolmo e o segundo é Testemunha de Jeová.
Ramus se entrega a vida mundana da cidade, mas quando conhece o outro eles começam a namorar, ficando claro que Benjamin vê o relacionamento como algo a dois e o outro nem tanto.
Mas esse nem é o foco da trama, e sim a epidemia de AIDS que assolou o mundo, e causou uma matança de gays antes do surgimento de remédios mais eficientes no controle dos sintomas.
A série se propõe a relatar essa época, incluindo preconceito, e também a ignorância da época em torno da doença, seja na forma de notícias em jornais ou dos próprios médicos. Em dado momento, um dos protagonistas afirma não poder ficar com um amigo porque todos estão doentes ou já morreram.
O título se refere a preocupação dos profissionais de saúde no trato com os soropositivos até mesmo na limpeza dos olhos.
A série se alterna entre momentos distintos, quando os dois se conhecem e quando um já está a beira da morte, numa cama de hospital.
Não é para os fracos, porque desde o começo fica claro que não vai ter final feliz, e também não poupa o espectador do sofrimento de doentes, amigos, parentes e namorados que rodeiam os doentes.

domingo, 31 de maio de 2020

VOCÊ NÃO PODE FUGIR DA LITUÂNIA

(NUO LIETUVOS NEPABEGSI)
Dir.: Romas Zabarauskas
Lituânia - 2016


Indré, atriz dos filmes de Romas mata a mãe acidentalmente e vai a procura do amigo.
Ela, ele e o namorado caem então na estrada, numa tentativa de tirá-la do país, rumo a Portugal.
O filme é daqueles que não parece ter muito a contar. O diretor empresta seu nome ao protagonista, mas não fica claro se a obra é ficcional ou se tem algum fundo de autobiografia.
Apesar da falta de um enredo mais desenvolvido, o filme é até bem dirigido, mesmo se tratando de algo visivelmente semi-amador.
De bom mesmo, o ator que interpreta Carlos, namorado mexicano do diretor/protagonista: sua função é ficar de camiseta branca, ou sem ela, ou sem nada, o que rende duas cenas deliciosas de nudez do saradão.

sábado, 23 de maio de 2020

MARVIN OU LA BELLE ÉDUCATION

(MARVIN OU LA BELLE ÉDUCATION)
Dir.: Anne Fontaine
França - 2017


Marvin, depois Martin (nome artístico que ele adota), é meio que um clichê: é tímido, meio calado, sofre bullying na escola e é reprimido em casa pelo pai e pelo irmão mais velho que o consideram afeminado, além de ter uma mãe meio indiferente a tudo isso - ela considera que causar medo é melhor que a dor para educar o garoto...
Por acaso, após a mudança do diretor da escola, ele é convidado para uma aula de teatro e vê sua vida mudar, de início pelo interesse no teatrinho da escola, e depois pela aceitação numa escola de teatro.
Aí então ele é apresentado a um novo mundo, tanto pela questão de poder ter acesso ao que não tinha - o tratamento dentário pago pelo namorado, e ao mundo das arte em si. Um parêntesis: a família vive no limite da miséria, com filhos dividindo um único quarto e todos dependendo de ajuda do estado.
O filme intercala a vida de Marvin quando adolescente com a sua já adulto, quando sua peça causou polêmica por retratar a família como racista, homofóbica e indiferente e é baseado num livro autobiográfico.

domingo, 10 de maio de 2020

CUERNAVACA

(CUERNAVACA)
Dir.: Alejandro Andrade
México - 2017


Andy, menino tímido e na pré-adolescência vive com a mãe na Cidade do México, quando presencia o assassinato dela durante um assalto.
Ele vai viver com a avó paterna (Carmem Maura, dos filmes de Almódovar), que está se preparando para despachá-lo pra viver com tia no Canadá (é até compreensível, ela já tem idade e uma filha com Down). Além, a relação dela com o pai do menino é péssima - depois vai se ver que o sujeito é um irresponsável, mais preocupado em jogatina e vadiagem.
Na casa da avó, uma espécie de sítio aonde se plantam goiabeiras, situada na cidade de Cuernavaca, Andy vai conhecer Charly, garoto mais velho por quem o menino vai se afeiçoar.
Não é abertamente sobre homossexualidade, como alguns sites relacionam, pois Andy aparenta nem ter despertado sua sexualidade ainda, mas sobre o que parece ser o despertar de algo que o menino nem entende ainda, e que demonstra no abraço que dá no garoto mais velho.
Pode ser carência, pode ser um sentimento que não se entende, mas isso o filme deixa por conta da cabeça do espectador.

domingo, 3 de maio de 2020

COMO LA ESPUMA

(COMO LA ESPUMA)
Dir.: Roberto Pérez Toledo
Espanha - 2017


Sujeito resolve armar uma mega orgia em uma mansão pra levantar o astral, e também comemorar o aniversário, de um amigo cadeirante.
Ele manda uma mensagem pra uma amiga trans, que espalha o convite e logo a casa é invadida: pós adolescentes; solteiros avulsos; michês; casais em busca de aventura, e tudo mais. Só faltam um anão e um burro pra completar a festa.
Isso aqui é a típica pornochanchada brasileira com direito a muita cena de sexo não explícito, nudez, e peitos e bundas a vontade, envoltos em um fiapo de estória.
É pra ver, se deliciar com os corpos (Sergio Torrico é de tirar o fôlego) e esquecer logo depois.

domingo, 26 de abril de 2020

TIGER ORANGE

(TIGER ORANGE)
Dir.: Wade Gasque
EUA - 2014


Dois irmãos gays, Chet, que é mais tímido e mais certinho; e Todd (Frankie Valenti, vulgo Johnny Hazzard, ator pornô), que dá pinta e é mais pipa voada, voltam a morar juntos depois que o pai morre.
O pai não se dava bem com o segundo, que foi morar em Los Angeles, enquanto o outro ficou pra tomar conta da loja do coroa, cuidando dele até a morte.
Os dois não são brigados, nem afastados, mas tiveram vidas diferentes e agora têm que voltar a conviver porque Todd não tem casa, emprego e nem onde cair morto, só sobrando a casa do pai pra morar (antes ele vivia em um trisal, mas foi expulso da relação e da casa).
É aquele filme padrão americano, com direito a lavação de roupa suja e sexo softcore.
Não é nada que você vá se lembrar depois que termina. Pelo menos é curto, tem menos de 90 minutos.

domingo, 19 de abril de 2020

STELLA CADENTE

(STELLA CADENTE)
Dir.: Lluís Miñarro
Espanha - 2014


Filme com um pegada (bem) mais alternativa sobre o Rei Amadeu I, que assumiu como Rei da Espanha após uma revolução que depôs Isabel II, e o "elegeu" Rei.
Suas idéias consistiam em modernizar a Espanha, respeitando a Constituição e investindo em educação, entre outras coisas, como forma de reduzir a desigualdade.
Aparentemente, sua idéias não foram muito aceitas, pois seu reinado durou aproximadamente 3 anos e ele praticamente se mantinha trancado em um palácio para não ser assassinado.
A produção é simples, com poucos atores em cena e um foco na dualidade de quem quer lutar para mudar o país, mas vive cercado do fausto da riqueza e de serviçais a seu dispor.
Não, o rei não era gay, mas o mais delicioso de seus serviçais é apresentado como bissexual e protagoniza uma cena surpreendente e explícita envolvendo uma fruta.

domingo, 5 de abril de 2020

AS 7 IRAS

(7 THYMOI)
Dir.: Christos Voupouras
Grécia - 2014


Petro é arqueólogo, 42 anos, e conhece Hussam, imigrante egípcio na faixa dos 20 e poucos anos que foi tentar a sorte na Grécia.
O que deveria ser coisa de uma noite, vai evoluindo e se tornando um relacionamento no qual Hussam parece mergulhar de cabeça, e Petro nem tanto.
O que fica claro é que Hussam meio que manipula, meio que se impõe no relacionamento, o que causa dúvidas sobre suas intenções no outro, que tem uma vida muito distinta da de seu parceiro.
O quadro ao redor dos dois é completado pela crise político/econômica/financeira/social da Grécia, um país que mistura diversas etnias em seu território, como os albaneses que tocam numa banda e tem ajuda de Petro na busca por shows para se manterem.
Quem interpreta Hussam é Nikos Gelia, de "Xênia", já comentado aqui, e dono de uma beleza diferentes e de um olhar penetrante que parece até saltar da tela.

domingo, 29 de março de 2020

UM LOIRO

(UN RUBIO)
Dir.: Marco Berger
Argentina - 2019


Gabriel, ou Gabo, é o loiro do título, que vai morar com Juan pra ficar mais perto do trabalho.
Ele tem uma filha, que vive com a vó depois que ele ficou viúvo, já que ele não tem muitas condições de sustentá-la, embora seja um pai presente e amoroso.
Juan é solteiro, meio galinha, e inicia o que parece ser um jogo de sedução e provocação com o colega.
O jogo dá certo, e os dois ficam juntos, embora Juan logo sinalize não ser capaz de manter um relacionamento com outro homem.
Berger apresenta o de sempre, como se viu em "Taekwondo", "Hawaii" e por aí vai. É uma espécie de mergulho no homoerotismo focado em personagens que nunca são assumidamente gays, ou efeminados.
A cena em que Gabriel toca Juan é deliciosa, e as cenas de sexo e nudez bem bonitinhas.
Peca por ser longo demais, praticamente duas horas, e ter uma trama que parece variações dos outros filmes citados acima.

sábado, 21 de março de 2020

ATHLETE: ORE GA KARE NI OBORETA HIBI

(ATHLETE: ORE GA KARE NI OBORETA HIBI)
Dir.: Takamasa Oe
Japão - 2019


Drama corriqueiro, embora bem produzidinho, dirigido e, principalmente, fotografado sobre uma estória banal e pra lá de repetida:
Kohei professor de natação, recém separado, e pai de uma filha, conhece Yutaka, mais jovem, de aparência meio andrógena, sem emprego fixo - ele tenta ser desenhista - e que frequenta a noite gay de Tóquio.
De mundos diferentes, eles acabam se entendendo e ficando juntos, mas as realidades de ambos parecem ser um empecilho para a relação.
É uma sessão da tarde, com o pé no melodrama.

domingo, 1 de março de 2020

SEBASTIAN

(SEBASTIAN)
Dir.: James Fanizza
Canadá - 2017


Sebastian (Alex House, um graça, apesar do cabelo horrível) é argentino e está terminando uma especialização em medicina no Canadá.
Quando as aulas terminam ele vai visitar a tia (moderninha, um clichê do gênero) e o primo, que lhe apresenta o namorado, Alex.
Alex é meio pipa voada, não se liga em relacionamentos ou em lugares - meio estranho, porque apesar de tudo ele e o namorado parecem ter uma relação bem estável e padrão.
Acidentalmente os dois se encontram, transam e se apaixonam, mas Sebastian tem que ir embora em uma semana (outro clichê muito melhor explorado no inglês "Weekend".
O filme também tem umas ideias pré concebidas sobre os latinos, mas é o canadense que tem passado de novelão mexicano.
Uma daquelas "sessões da tarde" aonde o sexo não chega nem a ser softcore; nem uma bundinha se vê em cena.
O filme é dirigido e estrelado por Fanizza.

domingo, 9 de fevereiro de 2020

O DIREITO DO MAIS FORTE

(FAUSTRECHT DER FREIHEIT)
Dir.: Rainer Weber Fassbinder
Alemanha  - 1975


Franz, vulgo Fox, vive num circo xexelento com o namorado que é preso por fraude.
Sozinho, ele vive da esperança de ganhar na loteria, o que um dia acontece.
Com uma bolada na mão, e uma língua meio solta, ele desperta o interesse de Eugen, um sujeito pedante e arrogante de uma classe bem superior: o pai é empresário a beira da falência.
Os dois começam a namorar, nunca ficando muito claro aonde termina o interesse de Eugen no sujeito ou em seu prêmio, que é uma ótima oportunidade de salvar a empresa do pai.
Drama estrelado por Fassbinder que cria um mundo que aparenta ser meio irreal: parece só haver gays em cena, a exceção da irmã de Fox, e a opção de Eugen é plenamente aceita pela família, mesmo sendo o ano de 1975.
Talvez aparente ser um tanto ingênuo aos olhos de hoje.
O personagem de Fassbinder às vezes se mostra meio contraditório - um sujeito criado em um circo, que não se sabe como trava contato com pessoas de outra classe social e se insere no meio dessas - mas que em dados momentos parece mais esperto do que demonstra, como numa conversa de negócios com a família do namorado.
Mas vale pelo retrato da época.

domingo, 2 de fevereiro de 2020

HAPPY ENDINGS SLEEPOVER

(HAPPY ENDINGS SLEEPOVER)
Dir.: Davey Porter
EUA - 2019


Johnnie Allen é recrutado pra trabalhar pra CIA e enviado para a Dinamarca.
Ele é gay, coisa que é ignorada pela família ultrareligiosa e a missão na Dinamarca é uma ótima oportunidade de viver a vida sem a pressão familiar.
Ao chegar ele faz amizade com um grupo de idade próxima a sua, que inclui Sander Lars Hansen, um sujeito meio bobalhão - parece mais que falta um parafuso - por quem ele se encanta e que acaba levando junto em sua primeira missão.
Filme fraquinho - é aquela história das boas intenções - aonde a parte dramática até desperta algum interesse, mas derrapa feio na parte da "espionagem": as sequências envolvendo um espião russo são risíveis, pra não dizer ridículas em sua indigência dramática. Em dado momento, um sujeito inexperiente e uma mulher que surgiram sabe-se lá de onde tem que prender um cara desarmado numa situação que não se entende como chegaram ali. É como se houvesse um corte pra encurtar a história (podiam ter usado a narrativa, que permeia o filme) e que é concluída de supetão pra retornar ao romance dos meninos.
Só pra passar o tempo mesmo.

domingo, 19 de janeiro de 2020

PELO DIREITO DE SER FELIZ

(RIOT)
Dir.: Jeffrey Walker
Austrália - 2018 (TV)


Baseado em fatos reais, conta a história de Lance Gownland, que cansado da repressão aos gays na Austrália, e impossibilitado de promover uma parada gay, organiza um Mardi Grass - um carnaval fora de época, que não teria a marca de uma parada tradicional.
Filme honesto, correto, meio formal, já que é quase documental em sua proposta, e que mostra um personagem corajoso, como foram todos que lutaram pro qualquer tipo de igualdade.
O Mardi Grass criado por ele existe até hoje.

domingo, 12 de janeiro de 2020

SOMOS TRÊS

(SOMOS TR3S)
Dir.: Marcelo Briem Stamm
Argentina - 2018


Nacho conhece Ana numa festa e a seguir eles conhecem Sebastián.
Papo vai, papo vem, Sebastián convida os 2 pra sua casa, aonde eles passam a noite juntos.
O sexo entre os 3 vai rolar depois, seguido da proposta de Sebastián de formarem um trisal, pois este considera isso como sua ideal de relacionamento.
E assim os 3 embarcam na aventura, mantida às escondidas por medo da reação de parentes e da sociedade.
O filme é legalzin, honesto e que conta direitinho sua estória.
O diretor, assinou a codireção de "Tensión Sexual", com nome diferente, e também é responsável pelo interessante "Solo".
Nota da redação: quem viu Juan Manuel Martino sentado pelado na pia em Taekwondo certamente não se esqueceu, e aqui tem direito a mais alguns closes no corpo do moço.
Tem no Uloz pra baixar.

domingo, 5 de janeiro de 2020

MARTYR

(MARTYR)
Dir.: Mazen Khaled
Líbano / Itália - 2017


Hassane vive com os pais em Beirute, está desempregado e sem perspectivas nenhuma, o que é motivo de conflito com os pais.
Durante um mergulho com os amigos, ele morre e é carregado pra casa pelos amigos, para os ritos fúnebres.
Segue-se então o processo de luto e despedida, aonde o falecido se despede da mãe e do namorado.
Essas cenas são praticamente um teatro filmado, e são de uma beleza e de uma emoção tocante. Vale destacar a boa direção, que é curiosa pois a câmera fica próxima aos atores, explora seus corpos mas não é tosca nem erotizada; parece mais querer mostrar uma intimidade que não é nunca explícita entre o casal.
Vale muito a pena, por ser diferente do cinema mais tradicional.