O REI DA FUGA

(LE ROI DE L'ÉVASION)
Dir.: Alain Guiraudie
França - 2009

Mais um filme do diretor de "Um Estranho no Lago" e "Na Vertical".

É meio que mais do mesmo: personagens que tomam atitudes incoerentes e parecem agir como idiotas.

Armand é gay, solteiro e vive na pegação com outros amigos até salvar a adolescente Curly de outros adolescentes que, aparentemente, pretendiam abusar da garota.

Como está em crise de meia idade, ele se envolve com a garota por acreditar poder levar uma vida heterossexual, só que ela tem 16 anos e a família não gosta muito da idéia.

RETAKE

(RETAKE)
Dir.: Nick Corporon
EUA - 2016

Mais um drama água com açúcar.

Cinquentão contrata michês e os faz usar roupas, perfumes e até peruca tentando fazê-los parecidos com alguém que nem precisa fazer muito esforço para entender quem seria.

Até que ele simpatiza com um deles e o leva pra uma viagem ao Grand Canyon, aonde vão parar nos mesmos motéis e restaurantes na tentativa de emular momentos felizes do passado.

A rigor, o filme nem é ruim e é dirigido e interpretado até com certa delicadeza, mas não tem grandes pretensões que não seja a de fazer o tempo passar.

O DESEJO IRÁ TE DEFINIR

(DESIRE WILL SET YOU FREE)
Dir.: Yony Leyser
Alemanha - 2015

Cathrine mantém um relacionamento aberto com Jayne e sai com qualquer um ou uma que passe na sua frente.

Ela é amiga de Ezra, com quem frequenta as boates de Berlim e em uma noitada ele conhece Sasha, russo de aparência andrógina que ao ser apresentado a comunidade transgênero de Berlim se identifica com esta e inicia um processo de transição para sua nova identidade.

O filme é supercolorido e apresenta uma coleção de figurantes que devem fazer parte da comunidade local e dá um tom de certo realismo ao filme.

Tem um tom meio documental, pois os/as trans fazem declarações sobre sua realidade e processo de transição.

A cantora Nina Hagen (quem tem mais de 40 sabe quem é) faz uma ponta.

Drama alemão sobre a comunidade transgênero de Berlim dirigido e interpretado por Yony.

O HOMEM DA CAMISA LARANJA

(MAN IN AN ORANGE SHIRT)
Dir.: Michael Samuels
Inglaterra - 2016 (TV)

Minissérie em duas partes sobre o amor entre homens em épocas diferentes.

Na primeira parte, Michael Berryman (Oliver Jackson-Cohen, dono de um dos peitos peludos mais bonitos do cinema) e Thomas, que estudaram juntos, se encontram no exército durante a 2ª Guerra e se apaixonam.

Mas a força do preconceito e das convenções da época obrigam Michael a se casar e afastar de Thomas, que se aceita mais como é. Ainda assim, ele mantém encontros às escondidas com outros homens, em banheiros públicos.

60 anos depois, seu neto (o gatíssimo Julian Morris, de Kelly + Victor) vive o mesmo dilema de esconder sua sexualidade da avó, com quem vive, e se valendo de encontros casuais conseguidos em aplicativos de relacionamento, até conhecer Steve, que busca algo mais que o sexo casual, apesar de manter um relacionamento aberto. Assim, ele tem a oportunidade de viver uma história diferente da do avô.

O filme faz um paralelo aonde, mesmo com 6 décadas de diferença se assumir e aceitar sua condição de homossexual ainda é motivo de vergonha devido aos julgamentos alheios.

A série é muito bacana - bem dirigida e interpretada - e trata com delicadeza um tema, a aceitação, que ainda vai render muitos e muitos filmes e séries.

KATER

(KATER)
Dir.: Händl Klaus
Áustria - 2016

Andreas e Stefan tem um relacionamento que parece perfeito, além de um gato lindo, Moisés, que é praticamente o terceiro, e ótimo, protagonista do terço inicial do filme.

Até que uma atitude louca e violenta de Stefan abala o casamento e lança uma dúvida na cabeça de Andreas sobre a sanidade e o caráter de seu par.

Um pouco lento e arrastado para os padrões tradicionais, mas ainda assim um filme interessante sobre as relações e o quanto conhecemos de nossos parceiros.

A cena de sexo entre os 2, uma mistura de dança e pegação, já merece entrar para a história do cinema de gênero.

HANDSOME DEVIL

(HANDSOME DEVIL)
Dir.: John Butler
Irlanda - 2016

Ned viu seu mundo degringolar após o falecimento da mãe e não tem bom relacionamento com o pai e a madrasta.

Seu objetivo é abandonar os estudos, o que é vedado pelo pai que o envia para uma escola interna só para meninos.

De cabelos pintados de cor de abóbora, ele logo vira o alvo preferencial dos valentões da escola e assim a coisa segue, até ter que dividir os quarto com Conor, expulso de outra escola por brigas e que é destaque no rugby.

De temperamentos e círculos diferentes, aos poucos a amizade nasce entre eles, para incômodo dos colegas e do treinador do time de rugby.

Mas Conor também tem seus seus segredos...

Filme bonitinho naquela linha de mostrar que quem você é pode ser muito mais determinante do que suas preferências sexuais e que devemos usar nossa voz para falarmos de nós mesmos, e não deixar que outros façam isso por nós.

Como curiosidade, o treinador é interpretado pelo bonitão Moe Dunford, da série "Vikings" (ele era o barbudo Aethelwulf).

SPA NIGHT

(SPA NIGHT)
Dir.: Andrew Ahn
EUA - 2016

Drama sobre um filho de imigrantes coreanos que administram um restaurante, que é fechado por motivos que não ficam explicados, mas que também não interessam pra trama.

David, o garotão bonitinho que é filho do casal, é enviado para a casa dos filhos de uns conhecidos dos pais, para fazer um intensivo e tentar entrar na faculdade que é um desejo dos pais e esperança de dias melhores pra ele. Levado pelos amigos, ele vai à um spa, que não é gay, e sim apenas um lugar para homens fazerem sauna e relaxarem em piscinas.

É também um mundo aonde os homens andam nus e isso visivelmente desperta seu interesse.

Com a degringolação da família - o pai bebe e a mãe vira empregada em um restaurante - David arruma emprego no tal spa, aonde os gays tem encontros fortuitos que ele deveria dedurar.

Só que a essa altura do campeonato, ele já descobriu que ali pode ter a oportunidade de ter suas primeiras experiências sexuais.

Filme lento, de trama mais elaborada e que nem parece americano, talvez devido a ascendência de seu diretor.

Foge tanto ao padrão, que foca mais no fato da timidez do moço e a esperança da família ser um entrave para sua sexualidade; além da naturalidade com que o elenco de figurantes, que foge bem ao padrão, aparece nu nas cenas no spa.

ALLE TIJD

ALLE TIJD
Dir.: Job Gosschalk
Holanda / Bélgica - 2011

Drama muito chato.

Maarten descobre que vai ficar sozinho em casa depois que a irmã caçula, que ele criou após a morte dos pais, for viver com o namorado.

Ele conhece Arthur, que está no armário, em uma cena absolutamente ridícula, mas o dois começam um improvável namoro - o cara está no armário, mas namora outro mais velho e pintosa.

A coisa descamba pro dramalhão quando ele descobre a traição do cunhado e depois ainda tem personagem que fica doente.

Chega a ser torturante assistir o filme.

HJARTASTEINN

(HJARTASTEINN)
Dir.: Gudmundur Arnar Gudmundsson
Islândia / Dinamarca - 2016

Drama sobre a entrada na adolescência de Thor, cujo melhor amigo é Kristján, que parece ser um pouco mais velho e por isso mais desenvolvido sexualmente.

Ambos vêm de famílias meio desajustadas: Thor vive com duas irmãs e a mãe, que as filhas e a vizinhança acusam de dormir com qualquer um, e o outro tem pais que vivem em pé de guerra.

O lugar aonde eles moram é mínimo, uma aldeia aonde claramente faltam atividades para adolescentes e o dia a dia se limita a pescar, andar a cavalo, explorar a bela geografia do gelado lugar ou não fazer nada.

Quando as situação entre os dois fica mais tensa, principalmente porque é alvo de zoação dos outros meninos, um deles acaba tomando uma decisão desesperada.

O filme é um apanhado dos dramas dessa idade: bulliyng; zoação; aquelas idéias criativas dos adolescentes que nunca acabam bem (aqui é roubar cavalos); o despertar da sexualidade; as relações tensas com os pais; brigas; etc.

Um filme sensível muito bem cotado no IMDB.

JESS & JAMES

(JESS & JAMES)
Dir.: Santiago Giralt
Argentina - 2015

A gente sempre elogia os filmes argentinos de gênero, mas esse aqui é meio bola fora.

Os dois do título (Jess é apelido de Gerónimo) se conhecem e vão logo transar - não fica claro, mas devem ter se conhecido por app (No poster, são os dois à esquerda).

Jess é arredio, não beija na boca e a família não sabe dele, que tem uma namorada grávida. O outro vive às turras com a mãe de quem surrupia o carro às escondidas e convida Jess para uma viagem, que aceita talvez para fugir de sua realidade de classe baixa.

Na estrada os 2 vão travar contato e algo mais com Tomás, passar uma estranha estadia na casa de uma velhinha solitária e depois encontrar o irmão de Jess, que fugiu de casa.

É um road trip, como deu pra perceber, tocado a base de uma música estranha mais interessante e baseada em muita pegação entre os dois leks.

O filme tem muita carga homoerótica e uma ótima cena aonde Tomás ensina os dois a dançar tango com todos de sunga.

Apesar de ter muita pegação, não tem muitas cenas de sexo - mal se vêem as bundas e o casal central é muito bonitinho, Jess principalmente.

O CENTRO DO MUNDO

(DIE MITTE DER WELT)
Dir.: Jakob M. Erwa
Alemanha / Áustria - 2016

Phil e a irmã gêmea, Dianne, de 16 anos, nasceram em um lar despirocado: a mãe não revela o nome do pai deles e sua maior preocupação parece ser enfileirar amantes, que anota em uma lista.

Nem quando a filha é presa ela parece sair de seu mundinho e enfrentar a realidade, que Phil começa a encarar quando conquista o novo aluno de sua turma e se ressente de o garoto não fala muito de sua família.

Ele tem em Kat sua melhor amiga, de quem inicialmente esconde o relacionamento, mas que depois se torna amiga de Nicholas, o namorado do amigo.

Só que tesão é algo meio incontrolável em certa fase da vida e Phil, que se preocupa com os destinos da mãe e da irmã, esquecendo da própria, vai descobrir que nem tudo está ao nosso alcance de ser consertado, e que às vezes ser um pouco egoístas faz com que possamos ter nosso destino nas mãos.

Bom drama sobre o primeiro amor na adolescência e a desilusão que esse pode causar.

As cenas de amor e sexo entre os 2 garotos são muito bonitinhas e o filme é bacana.
Atualizando: quem acompanha a série "Dark" vai reconhecer o protagonista.

LAZY EYE

(LAZY EYE)
Dir.: Tim Kirkman
EUA - 2016

Depois de muito procurar, Dean reencontra Alex, que conheceu há 15 anos e com quem viveu um relacionamento fulminante, até o outro desaparecer sem dar notícias ou deixar rastros.

O reencontro é na casa de Dean, no deserto e ele esconde que agora está casado.

Os dois transam, matam as saudades, falam da vida, Alex descobre sobre o casamento, e por aí vai.
Depois de muito blábláblá, a relação parece ter novamente um futuro, mas nem sempre o problema é o outro.

Drama meio água com açúcar, passado em cenários bonitos e estralado por dois atores também bonitos que se assiste sem esperar muito.

O título faz referência a deficiência visual de um dos moços.

NÃO CONTE A NINGUÉM

(COME NON DETTO)
Dir.: Ivan Silvestrini
Itália - 2012

Matthia está prestes a ser mudar para a Espanha para viver com o namorado que mora lá. Só que esse resolve fazer uma surpresa e visitá-lo pois o sujeito mentiu para ele, dizendo ser assumido e bem aceito pela família.
A partir daí, Matthia tem que fazer mil malabarismos para manter seu segredo e Eduard, o namorado, longe da sua família.

Dramédia que não consegue acertar em nenhum dos gêneros, ficando com aquela cara de filme pra agradar a família na hora da sessão da tarde.

O DIRETOR

(THE PRINCIPAL)
Dir.: Kriv Stenders
Austrália - 2015 (TV)

Série sobre um diretor, Matt Badhir (o delicioso Alex Dimitriades, de "Head On", já comentado aqui) que assume uma escola problemática por seus conflitos entre alunos provenientes de diferentes grupos étnicos e religiosos e ameaçada de fechar.

Ele estudou lá e sabe o que o espera, mas mesmo assim acredita que com novos métodos conseguirá estimular os alunos a estudarem.

Só que acontece um crime dentro da escola, e até Matt se torna suspeito, sendo obrigado a revelar um segredo sobre sua sexualidade.

Vale a pena, principalmente por seu protagonista que tem jeito de machão embora seja cheio de carências afetivas e emocionais.

Quem já foi assediado por uma mulher, e não teve coragem pra se expor, sabe como é complicada a situação pela qual o cara passa.

OXYGONO

(OXYGONO)
Dir.: Thanasis Papathanasiou / Michalis Reppas
Grécia - 2003

Dramalhão mexicano, que deve ter alguma relação com as famosas tragédias gregas, dado o perfil das personagens.

Empresário casado mantém um caso com o filho de uma parente de sua mulher, que o acusa de ter se beneficiado da necessidade de sua família pra se dar bem na vida. O amante, por sua vez, namora uma mulher mais velha, ex-viciada em drogas, e que tem um filho dado a roubar celulares.

Por sua vez, a parente da mulher do empresário mantém um caso com o próprio genro, que decide chantagear o empresário quando descobre o caso do cara com seu cunhado, com a complacência e apoio da própria sogra/amante.

NA VERTICAL

(RESTER VERTICAL)
Dir.: Alain Guiraudie
França- 2016

Léo (Damien Bonnard), roteirista de cinema em busca de idéias para um roteiro, chega a uma cidade pequena e se envolve com Marie, que só vive no local por causa do pai, já que a cidade não lhe oferece maiores oportunidades.

Ela engravida, cai fora, e ele fica cuidando do bebê, se identificando com o papel de pai.

Na outra ponta da trama, ao chegar na cidade Léo conhece Yoan, um pós adolescente, a quem pergunta se o garoto se interessaria em fazer cinema, pois tem um rosto incomum. Yoan é alguma espécie de cuidador de Marcel, um coroa acamado e a beira da morte com quem vive uma vida de acusações de roubo e violência verbal.

Léo, talvez pela curiosidade de roteirista acaba se envolvendo com todos eles, se preocupando com o destino de Yoan e com a solidão de Marcel, que não tem parente próximos e está destinado a morrer ao abandono.

É com Marcel que rola uma das cenas mais bizarras do cinema, talvez em qualquer gênero: Marcel decide cometer eutanásia e Léo ajuda, sodomizando o velho, em uma cena quase explícita e que deve ter feito com que Bonnard se torna-se uma espécie de galã, apesar de um certa feiúra ostenta.

O diretor é o mesmo do melhor "Um Estranho no Lago", aonde o sexo fazia parte da trama, pois se passava em um ponto de pegação gay, mas aqui parece mais que o objetivo é chocar e causar polêmica mesmo.

A que se registrar a coragem dos atores envolvidos no projeto.

GODLESS

(GODLESS)
Dir.: Joshua Lim
EUA - 2015

Draminha sobre dois irmãos órfãos de pai que descobrem os prazeres da carne juntos, mas, ao perceberem que isso ia acabar lhes causando problemas, decidem se separar, indo um deles para outra cidade, para estudar.

Quando a mãe morre, eles se reencontram e o desejo volta a falar mais alto, principalmente por parte do mais novo, que nunca se contentou com a a separação.

Os namorados de ambos vão ganhar um par de chifres, enquanto eles tentarão decidir que rumos dar pra suas vidas.

Filme meia boca, que pelo menos não fica se prendendo muito a questões morais do incesto, mas também não acrescenta muita coisa à discussão.

"Do Começo ao Fim", de Aluísio Abranches ainda é referência no tema.

THE PASS

(THE PASS)
Dir.: Ben A. Williams
Inglaterra - 2016

Jason (Russell Tovey, o loiro de orelhas de abano de "Looking") e Ade tem 19 anos e são jogadores de futebol. O dois são reservas de um time às vésperas de um jogo importante aonde podem ser escalados no time titular.

Concentrados em um hotel, os dois tem a energia natural da idade que se liberta na forma de música alta, agitação e aquela sacanagem que os adolescente sempre fazem um com o outro. Detalhe, Jason é branco e Ade negro; o primeiro de classe social mais alta, e o segundo filho de imigrantes.

É nessa brincadeira que rola, a princípio, um beijo entre os dois mas que tem devastadoras consequências futuras, além de o fato de um ter se destacado no tal jogo e o outro não.

10 anos depois eles se reencontram, e resolvem passar a limpo o que viveram, incluindo informações que foram sonegadas ao expectador.

Filme verborrágico e meio chatinho, que parece uma peça teatral filmada em 3 ambientes e quatro atos: no primeiro ato os 2; depois Jason e uma coadjuvante; de novo os 2 e um coadjuvante e depois só os 2 protagonistas.

De bom, Tovey, delicioso, mas branco que nem cera, e praticamente sem camisa o filme todo.

UITGESPROKEN

UITGESPROKEN
Dir.: Dylan Tonk / Lazlo Tonk
Holanda - 2013

Curta sobre um garotão que descobre que o amigo com quem joga futebol é gay.

O ORNITÓLOGO

(O ORNITÓLOGO)
Dir.: João Pedro Rodrigues
Portugal / França / Brasil - 2016

Filme confuso do diretor de "O Fantasma", "Odete" e do ótimo "Morrer Como Um Homem".

Fernando, o ornitólogo do título, o delicioso francês Paul Hamy, sofre um acidente com seu caiaque enquanto observa os pássaros em uma floresta de Portugal.

Ele então topa com duas chinesas lesadas, que ao fazerem o Caminho de Santiago de Compostela andaram na direção errada e foram parar na terrinha.

As duas descobrem que o cara é ateu e o fazem prisioneiro, mas ele foge e presencia um estranho ritual na floresta.

Depois encontra umas amazonas de peito de fora e um garotão mudo, com quem faz sexo.

O filme seria baseado na história de Santo Antônio de Pádua, mas fica a impressão de que quando o namorado do sujeito se refere a "remédios", estava falando daqueles pra cabeça,,e tudo seria um delírio do protagonista.

A cena de sexo entre o ornitólogo e o rapaz mudo é ótima.

COMO UMA NAMORADA SEM SEXO

(COMO UNA NOVIA SIN SEXO)
Dir.: Lucas Santa Ana
Argentina - 2016

Daniel, Adrián e Santiago, amigos de uma vida inteira, viajam para o acampamento aonde divertiam na infância e adolescência, numa espécie de tentativa de reviver um tempo sem responsabilidades. Ou seja, um tempo que não volta mais.

Quando a liberada Julieta, também acampada no lugar entra em cena e se envolve com Santiago, se estabelece uma tensão entre os três pois a idéia era curtirem o local.

E é ela quem alerta sobre a sexualidade de Daniel e seu interesse no amigo Santiago, azedando de vez o que seria um momento entre amigos.

Pra variar, mas um filme argentino bem interessante sobre o despertar da sexualidade e da dificuldade de lidar com isso em um ambiente machista.

O ator que interpreta Daniel, Javier de Pietro, esse na parte de baixo do poster, além de ser uma gracinha, já foi visto nos filmes já comentados aqui "Ausente", aonde interpretava o adolescente que assediava o professor, e "Tensión Sexual", no episódio do garotão que ia visitar o primo e se encantava com o amigo desse.

FRONT COVER

(FRONT COVER)
Dir.: Ray Yeung
EUA - 2015

Mais um daqueles dramas by USA.

Astro do cinema chinês nos EUA para divulgação de um filme, decide contratar um estilista local pra lhe dar um trato no visual.

Por exigência dele o estilista deve ser de origem chinesa e, como se consegue de tudo em Nova Iorque, ele consegue o que quer, mas implica com o sujeito por esse ser abertamente gay.

Lógico que o astro chinês não é 100% hetero e os dois vão se pegar, mas ele não pode sair do armário sob pena de ver sua carreira encerrada.

Parece uma sessão da tarde, e só.

UM BEIJO

(UN BACIO)
Dir.: Ivan Cotroneo
Itália - 2016

Lorenzo, que ama Antonio, que ama Blu.

Lorenzo, 16 anos, gay assumidíssimo e estiloso, sai de Milão para morar com os pais adotivos em alguma cidade italiana, e logo chama a atenção dos demais adolescentes por seu estilo chamativo.

De cara ele faz amizade com Blu, mal vista pela outras meninas por ter feito sexo com o namorado e mais três garotos em uma mesma noite e que é o objeto de paixão do gatinho Antonio, um menino depressivo e isolado que é aceito pelos demais apenas por ser o destaque do time de basquete.

Os três acabam fazendo amizade, e Lorenzo, o mais extrovertido do trio, embora toda sua extroversão pareça mais uma defesa, se apaixona pelo amigo.

O filme é bonitinho, bem interessante e talvez só derrape no final, quando um personagem toma uma atitude que parece contraditória com o que se viu de seu comportamento no resto do fillme, mas, ainda assim, vale a pena assistir.

ALIGARH

(ALIGARH)
Dir.: Hansal Mehta
Índia - 2015

Filme sobre um tema raro no cinema indiano e que é tabu no país, pois a constituição condena a homossexualidade.

Tahir Islam tem 64 anos, é professor universitário e simplesmente tem sua casa (que é cedida pela universidade) invadida por dois homens que o filmam na cama com outro.

À partir daí sua vida vira do avesso: ele é demitido por imoralidade às vésperas da aposentadoria, despejado e visto quase como um criminoso. A isso se soma o fato de ensinar um dialeto pouco falado na região e ser brâmane, em uma região de forte presença islâmica, o que ele acredita ser mais motivo de preconceito do que a homossexualidade em si.

Só que sua história ganha os jornais, e uma associação decide entrar na justiça requerendo sua reintegração, baseado numa decisão da justiça indiana, que descriminalizaria a homossexualidade - depois essa decisão foi revogada. Detalhe que fato de ele ter tido sua casa invadida, é praticamente ignorado como uma violação de seus direitos pelos seus pares.

Filme honesto, bem tocado e sem os exageros típicos do cinema indiano - tem menos de duas horas, coisa rara por lá...

Destaque para um certo destaque das contradições da sociedade indiana, aonde o ambiente da faculdade é essencialmente masculino - mas defendido por uma mulher, que expõe todo o preconceito que sua sociedade carrega - e o jornal que cobre os acontecimentos, chefiado por uma mulher mais nova chegada numa bebida às escondidas e aparentemente liberada sexualmente.

Uma ótima pedida baseada em fatos reais.

O BOSQUE DE KARADIMA

(EL BOSQUE DE KARADIMA)
Dir.: Matias Lira
Chile - 2015

Filme denúncia sobre um padre muito famoso no Chile, mas que não passava de um abusador de seus assessores mais jovens, aqui representados por Thomas, que mesmo casado e com filho continuava a ser abusado pelo sujeito.

O filme é bacana, e aparentemente foi o Thomas verdadeiro que denunciou o padre taradão.

A única coisa que parece estranha e um tanto inaceitável, para quem está de fora, que fique bem claro, é como um homem de quase 40 anos se sujeita aos caprichos de outro muito mais velho e em posição de fragilidade pelo cargo que ocupava.

A coisa chegava a tal ponto que o tal Karadima só aceitou o casamento de seu pupilo com a condição de ser o mentor espiritual da família dele.

Ainda assim, um bom filme sobre como mentes em busca de algum tipo de conforto espiritual - Thomas vinha de um lar desfeito e tinha uma mãe meio distante - pode se submeter à vontade de outro acreditando que assim encontrará a paz que busca.

THOSE PEOPLE

(THOSE PEOPLE)
Dir.: Joey Kuhn
EUA - 2015

Charlie e Sabastian são amigos de infância, gays, e o segundo está às voltas com um drama pessoal que envolve o pai, preso por alguma falcatrua financeira.

Os dois são inseparáveis mas a coisa muda quando Charlie começa a namorar o músico Tim, um pouco mais velho que eles e que percebe que Charlie é, na verdade, apaixonado pelo amigo.

Bonitinho e tal, mas como grande parte das produções americanas, não tem muita profundidade e se vale mais dos rostinhos bonitos da galera do que em contar uma história sem tantas concessões.

BEIJOS ESCONDIDOS

(BAISERS CACHÉS)
Dir.: Didier Bivel
França - 2016

Nathan, de 16 anos, dá um beijo às escondidas em um colega de escola, Louis, e o beijo é fotografado e compartilhado entre seus colegas de escola.

Logo ele passa a ser vítima de agressões por parte de seus colegas - o outro menino não foi identificado na foto e por isso passa incólume pelo episódio.

A crise então se instala entre todos: o pai, policial, mas atento aos dramas do filho não sabe como lidar com a situação, mas em nenhum momento se coloca contra ele; os professores também se colocam ao lado dele, e um deles acaba até saindo do armário em solidariedade por ter passado pelo mesmo drama.

Por outro lado, o pai machista de Louis - sua mãe é completamente submissa - acaba descobrindo sobre a vida secreta do filho e acha que reprimindo o garoto, lhe tirando computador e trancando em casa.

Filme bem interessante e que mostra como uma atitude idiota de compartilhar uma foto pode virar a vida de todos de pernas pro ar e ainda colocar em risco a vida de alguém, pois um garoto chega a ser brutalmente espancado por seus colegas de escola e o outro pensa em se matar.

HOLDING THE MAN

(HOLDING THE MAN)
Dir.: Neil Armfield
Austrália - 2015

Filme padrão sobre uma história real: Tim e John se conhecem na pós adolescência, quando um estava no time de futebol americano da faculdade e o outro pretendia ser ator.

Eles se envolvem, enfrentam famílias e se descobrem com AIDS, no meio da década de 80, quando a doença era uma sentença de morte.

Os dois encaram a doença juntos, com John sofrendo todos os horrores que esta podia causar e ainda tem que lidar com o pai de dele, que em dado momento, talvez por desespero, parece mais preocupado com a divisão dos bens dos rapazes.

O filme é baseado no livro lançado por Tim 10 dias antes de morrer.

É uma história de amor bonitinha, mas a rigor, não apresenta nada de muito inovador na linha "casal apaixonado enfrenta doença terminal". Talvez a diferença seja o fato de serem 2 homens.

Mas vale a pena assistir de lencinho na mão, para enxugar uma eventual lágrima.

A CASA DE VERÃO

(DAS SOMMERHAUS)
Dir.: Curtis Burz
Alemanha - 2014

Markus é casado (um casamento que não vai bem e envolve troca de casais), mas se encontra as escondidas com um amante, com quem também faz sexo a três.

Só que ele começa a se interessar pelo filho de 12 anos do sócio, assedia o garoto e esse corresponde, pois sabe que o pai tem uma dívida com o outro e assim vê a oportunidade de se tentar ajudar a família na base da chantagem.

Mais que sobre pedofilia, o filme parece ser sobre a falta de caráter e a degringolação de relacionamentos de fachada.

Um filme interessante.

FAIR HAVEN

(FAIR HAVEN)
Dir.: Kerstin Karlhuber
EUA - 2016

Garotão que fez terapia cristã (especialidade do filho do atual prefeito do Rio) pra virar hetero, volta pra fazenda do pai, de onde saiu depois da morte da mãe.

A relação entre eles não é das melhores, até porque ele quer vender o lugar para estudar música e o pai quer que ele estude alguma coisa relacionada à agricultura, para poder tocar a fazenda de maçãs.

Pra complicar sua vida, uma mocinha local, que usa uma aliança de compromisso - ela quer ficar virgem até o casamento- começa a dar em cima dele, que fica esbarrando com o ex, que trabalha em um mercado que comercializa a produção de maçãs da dupla pai/filho.

Filme bacaninha, sem maiores pretensões, que conta direitinho sua historinha.

COMO VENCER NAS DAMAS (SEMPRE)

(HOW TO WIN AT CHECKERS (EVEEY TIME))
Dir.: Josh Kim
Tailândia / EUA / Indonésia - 2015

Mais um daqueles dramas sobre a passagem da adolescência para a vida adulta.

No caso, o drama aqui é o de Oat, órfão de pais e que vive com o irmão mais velho, Ek, na casa de uma tia.

O irmão é gay, trabalha em um bar aonde também rola prostituição e se prepara para um sorteio, aonde jovens são sorteados mesmo, para irem para as forças armadas ou serem dispensados. Além disso, Ek também usa uma droga perigosa, que pode colocar sua vida em risco.

É um erro de Oat, na tentativa de ajudar o irmão, que vai mostrar a ele que as boas intenções muitas vezes abrem as portas do inferno.

PARA MEU IRMÃO

(FOR MIN BRORS SKYLD)
Dir.: Brian Bang
Dinamarca - 2014

Drama barra pesada sobre dois irmãos que são abusados sexualmente pelo pai, sendo que o mais velho ainda é obrigado a se prostituir, com homens e mulheres, além de atender à uma rede de pedófilos com quem o pai se relaciona.

O foco aqui não é exatamente a homossexualidade, mas a degeneração de uma família por culpa de um pai que vês nos filhos objetos a seu dispor.

MORTE EM BUENOS AIRES

(MUERTE EN BUENOS AIRES)
Dir.: Natalia Meta
Argentina - 2014

Dupla de policiais inicia uma investigação sobre um homossexual misteriosamente assassinado, mas que o expectador sabe que foi pelo mais jovem da dupla.

O filme toma uns rumos estranhos, e a coisa fica esquisita quando o policial assassino vai para cama com outro homem em busca de pistas e é filmado pela polícia. Aí a gente pensa: "que policial faria isso por uma investigação que poderia levar a ele mesmo?"

Muito ruim.

BOI NEON

(BOI NEON)
Dir.: Gabriel Mascaro
Brasil / Uruguai / Holanda - 2015

Drama sobre um vaqueiro (Juliano Cazarré) que também tem pretensões de ser estilista, apesar do ambiente árido e machista em que vive, o sertão nordestino.

A coluna é fã de Cazarré e de sua desinibição. Aqui, além da famosa cena da ereção (desnecessária, né?), ainda tem uma outra cena extremamente homoerótica, e também sem sentido dentro da trama, aonde um grupo de homens tomam banho juntos e Cazarré lava suas partes íntimas numa cena deliciosa de se ver.

O filme nada tem de gay, mas vale pela presença de um de nossos atores preferidos.

CAPITAL GAMES

(CAPITAL GAMES)
Dir.: Ilo Orleans
EUA - 2013

Steve trabalha em uma agência de publicidade, e se desentende com um sujeito ao estacionar seu carro. O cara é Mark, que está começando na mesma empresa naquele dia.

Apesar do clima ruim entre eles, os dois e o resto da equipe são obrigados a participar de uma atividade, uma exercício de liderança em um deserto, aonde os dois vão se perder e ter que passar a noite juntos.

É aí que vai rolar uma brincadeira a dois que vai bagunçar a vida de ambos, que eram heteros até então. Como complicador, o fato de Mark ter uma noiva.

É bem padrão EUA, com historinha sem muita profundidade, dois carinhas bonitinhos que se pegam sem camisa e um final feliz, com direito a cena ridícula digna de novela mexicana, seguida de outra com um arco íris.

O que não dá pra entender são as duas cenas de nudez e sexo, muito rápidas, por sinal, visivelmente inseridas de forma tosca no meio da trama, e que nitidamente não foram protagonizadas pelos bonitinhos em cena.

CASTILLOS DE CARTÓN

(CASTILLOS DE CARTÓN)
Dir.: Salvador García Ruiz
Espanha - 2009

Drama sobre um trisal formado por Jose, Marcos e Jaime, que fazem uma espécie de jogo: Como Marcos é mais bonito, ele atrai as garotas para Jaime, sendo que Marcos é impotente e acaba se limitando a assistir.

Jose é uma das garotas que entra na relação dos dois por acaso, e depois revela ser frígida,

Disfuncional, a relação segue em frente com os três tentando equilibrar suas carências e tendo que conviver com a permanente tensão entre os dois, sobre quem seria o preferido de Jose.

Os sites/blogs voltados para os filme de gênero listam esse aqui, mas a rigor nunca houve uma questão sexual entre os dois rapazes, existindo apenas uma simbiose entre eles afim de sobreviver sexualmente num mundo de gente mais bonita e potente, no caso de Marcos.

Mas é interessante, e até abre espaço para imaginar um relacionamento frustrado entre os dois no princípio.

YOU & I

(YOU & I)
Dir.: Nils Bökamp
Alemanha

Philip é gay e está viajando de carro com Jonas, que é hetero.

Os dois dão carona a Boris e o equilíbrio do relacionamento sofre um abalo quando Philip e Boris se envolvem.

O CÍRCULO

(DER KREIS)
Dir.: Stefan Haupt
Suíça - 2014

Filme suíço se refere a uma comunidade gay existente no país e que entre 1943 e 1967 editou uma revista e promoveu encontros, todos sob o título "Der Kreis", até que a revista ficou um tanto "careta" para os padrões dos anos 60.

O filme se divide entre uma parte documental e outra dramatizada, envolvendo um casal que se conheceu e permaneceu junto durante todo o período até a atualidade.

Vale muito a pena ser visto, de forma a saber como a sociedade lidou com a homossexualidade em tempos distintos e, apesar de tudo, certas coisas permanecem as mesmas, mesmo com a mudança de mentalidade.

SAUNA DOS MORTOS: UM CONTO DE FADAS

(SAUNA THE DEAD: A FAIRY TALE)
Dir.: Tom Frederic
Inglaterra - 2016

Homem vai a uma sauna e depois de xoxar todos os frequentadores, ele descobre que todos viraram zumbis, menos um dos xoxados, a quem ele se junta para tentar sobreviver e fugir.

É uma espécie de alegoria sobre o comportamento das pessoas na sauna, que parecem só querer transar com alguém e ficam andando pra lá e pra cá esperando a oportunidade de fazer uma vítima.

LEATHER

LEATHER
Dir.: Patrick McGuinn
EUA - 2013

Mas uma daquelas produções americanas muito ruins, aonde diálogos, situações, etc ficam no limite de uma novela mexicana ruim.

O pai de Andrew morreu há algum tempo, mas como ele tinha sido expulso de casa por ser gay, deixou pra lá, até resolver visitar a casa de campo aonde o coroa vivia.

Chegando lá, ele se surpreende ao encontrar o lugar sendo habitado e tratado por Birch, que é um daqueles seres encantadores que só existem nesse tipo de filme: o sujeito é bonitão, saradinho, barbudo, anda de avental exibindo parte do peito peludo, produz as próprias sandálias (horríveis, mas que encantam o namorado pós adolescente e afetadíssimo do outro), cultiva sua horta e ainda cuidou do falecido até sua morte. Enfim, o cara é uma mistura de quase hippie com quase hipster, além de ser sensível, pois só os homens sensíveis cuidariam de um velho moribundo que não é nada seu, né?

Bom, no começo eles se estranham, até que Andrew reconhece o outro como um amigo de infância que se perdeu no mundo e, depois de algum vai e vem, os dois se pegam no meio do mato.

Pra completar o elenco tem uma psicóloga, ou terapeuta, ou o que for, que usa marionetes pra tratar dramas pessoais e que protagoniza uma cena de bebedeira constrangedora com o namorado traído. Tal cena, ruim por causa do talento dos envolvidos, só não é pior que a constrangedora cena musical pré transa dos outros dois no meio do mato.

Bem... a dupla principal pelo menos é bonitinha...

(Podia ter citado "comédia involuntária" nos marcadores...)