(MARIO, KIKE Y DAVID)
Dir.: Miguel Lafuente
Espanha - 2016
Curta muito interessante sobre a bissexualidade.
Mario e se conhecem por app e ambos se dizem bissexuais. Mas será que são mesmo?
O diretor é o mesmo do bem interessante "Mi Hermano".
Dir.: Miguel Lafuente
Espanha - 2016
Curta muito interessante sobre a bissexualidade.
Mario e se conhecem por app e ambos se dizem bissexuais. Mas será que são mesmo?
O diretor é o mesmo do bem interessante "Mi Hermano".
Dir.: Lorenzo Caproni
Itália - 2015
Sujeito com toda a pinta de "belo, recatado e do lar" está passando as férias na praia com mulher e filho pequeno.
Só que ele mantém um relacionamento sadomasoquista com outro sujeito...
Dir.: Dan Castle
Austrália - 2002
Escritor em crise está passando um dias num balneário e se incomoda com a algazarra dos surfistas de uma casa próxima.
Ele se encontra depressivo por causa do estado de saúde do ex, e vai acabar se surpreendendo com uma visita inesperada (na verdade, é mais uma invasão).
Curta curioso, que não é bem sobre sexualidade, mas sobre como a beleza e a vida aparente sem preocupações de alguém pode esconder uma alma atormentada.
Dir.: Darwin Serink
EUA - 2014
Momentos antes de serem executados por serem gays, dois jovens relembram seus momentos de intimidade.
Curta pesado que reflete a realidade de diversos países (inclusive o nosso, né?)
Dir.: Maxime Roy
França - 2019
Lisa foi abandonada pelo marido, que nunca mais deu notícias.
O que ela não sabe é que pai e filho trabalham juntos e que ele está fazendo mudança de sexo.
Curta que conta muito direitinho sua estória, e que merecia melhor desenvolvimento para virar um longa.
Dir.: Joe Ahearne
Inglaterra - 2017
Depois de serem proibidos (e processarem o dono da pousada) de ocuparem um quarto de casal "por não serem casados", Marc e Fred voltam ao lugar, devidamente casados, para provocarem o sujeito homofóbico.
O clima é tenso, mas é o filho do dono do lugar que vai colocar a dupla numa baita confusão.
Dir.: Pau Masó
Espanha - 2020
Robert é alcoólatra e se encontra em recuperação, inclusive, da amnésia, e ainda tenta afastar o ex, que vive a procurá-lo.
Ele conhece e se encanta por um sujeito bonitão, com ares de misterioso e que logo na primeira vez o expulsa de casa praticamente aos pontapés. Não satisfeito, ele ainda assim decide passar um fim de semana prolongado com o sujeito em uma cabana abandonada.
Até aí, seria só um filme ruim, mas... A bagaça é estrelada pelo diretor de nome curioso, que deve se achar, porque se deu o papel de protagonista, mesmo sendo mau ator e feio: ele é disputado pelo bonitão desconhecido e pelo ex lindíssimo, que espera retomar a relação.
As cenas em que seu personagem é esculachado pelo bonitão misterioso chegam a ser constrangedoras em todos os sentidos: por serem mal realizadas e pela atuação, e por alguém aceitar ser humilhado por um desconhecido em troca de sexo (que aliás, é bem econômico pra um filme que ainda tem como pano de fundo a pornografia).
A coisa é espanhola, rodada na Hungria e falada em inglês, mas em nenhum momento se explica do que vivem, porque moram na Hungria, e porque falam em inglês. A nota do IMDB, 4,4, deve estar errada. O correto seria 0,44.
Dir.: Heidi Ewing
México / EUA - 2020
Iván é mexicano e tem um filho, além de um namorado de quem a família não sabe da existência.
Seu sonho é ser chef de cozinha, mas quando a família descobre sobre sua sexualidade ele decide atravessar a fronteira, e tentar a sorte nos EUA.
Filme sensível, que é mais sobre a dura vida dos migrantes ilegais do que sobre sexualidade em si.
Dir.: Robert W. Gray
Canadá - 2019
Visto como lindo e aparentemente objeto do desejo de todos a sua volta, sujeito se cansa de ser visto como um reles objeto, e se propõe a se tornar exatamente isso.
Ele convence um amigo a dopá-lo, e assim ele ficará a mercê dos desejos de pessoas que conhece, que podem desfrutar de seu corpo como quiser, desde que não o firam.
A ideia é discutir o corpo como forma de expressão, e de como exaltação à beleza é vazia.
Só que parece faltar alguma coisa. Em dado momento, o assistente do bonitão comenta que os desejos das pessoas são chatos. E são mesmo: nesse ponto o filme acerta, pois as pessoas parecem ver o sujeito como algo bonito, que está ali apenas para satisfazer algum desejo seu, e não como alguém com quem teriam interesse em interagir no mundo real.
Fica a impressão que talvez tenha faltado ousadia, ou um maior aprofundamento filosófico ao filme, e também discutir: será que tomo mundo repara mesmo no sujeito? Afinal, a beleza está nos olhos de quem vê.
Mas é curioso e vale ser visto fora do nicho gay masculino, ao qual foi fortemente vinculado, pois o tema vai além disso.
Dir.: Gitta Gsell
Suíça - 2020
Beyto, que é muito bonitinho, é descendente de turcos que vivem em Genebra, aonde a família tem uma loja de kebabs.
Ele é filho único e, apesar de nascido na Suíça, não é visto como suíço pelos pais, e sim como alguém que deve se casar com uma moça turca, escolhida por eles, para manter a tradição.
Só que o sujeito é gay, coisa que se torna um escândalo e motivo de constrangimento pra família, que decide que o jeito é casar o garoto.
Começa legal, mas depois derrapa quando vai pra Turquia.
O final é mais decepcionante ainda, porque parece querer garantir a todxs um final feliz, mesmo que o arranjo nem seja incomum, só meio duro de aceitar quando envolve alguém vindo de uma família conservadora do interior da Turquia.
Dir.: Stelios Kammitsis
Grécia / Chipre / Itália - 2021
Victoras larga tudo na Grécia e parte pra Munique, Alemanha.
No caminho ele conhece Mathias, que se oferece para ir de carona, sendo que vai rolar alguma coisa entre eles e, aos poucos, sabemos o motivo da viagem do rapaz.
Road movie simpático, que não engorda nem faz crescer, e que tem belas paisagens de pano de fundo.
Dir.: Rodrigo Sepúlveda
Chile / Argentina / México - 2020
Travesti paupérrima abriga um desconhecido bonitão, após ele defendê-la da polícia depois de uma batida numa bote gay.
O sujeito supostamente estaria guardando livros valiosos na casa da coitada, mas são os anos de chumbo do Chile, e dá pra perceber que não é bem assim.
Drama chileno com Alfredo Castro ("El Príncipe", "Desde Allá") que acaba sendo o grande interesse do filme, que tem uma trama meio xoxa.
Sua personagem é crível, verdadeira pária numa sociedade conservadora, e que embora pareça alheia a política, em dado momento dá uma lição: não importa o lado (esquerda ou direita), nenhum se importa com gente como ela, invisível aos olhos da sociedade.
Alfredo Castro é um baita ator, e quem o viu em "El Príncipe" sabe como ele se entrega aos personagens.
Suécia - 2020
Dir.: David Färdmar
Hampus e Adrian decidem se separar, porque o primeiro perdeu o tesão pelo parceiro, embora os dois não pareçam muito convictos do fim da relação
Com o tempo, vai se descobrindo o porquê do parceiro ter se afastado, enquanto o espectador fica esperando cair no sono ou morrer de tédio.
Quem não entregar os pontos, vai descobrir que mesmo depois de arrumarem novos parceiros os dois vão continuar na lenga lenga do seu relacionamento insosso.
Dir.: Pablo Lavado
Espanha - 2019
María vai visitar pai e irmão, que vivem do trabalho de um pomar, que ela deseja vender pra poder montar uma galeria de arte.
A situação entre ela e o pai parece meio tensa, mas o que a preocupa é o irmão, que é homossexual e que ela acha que deve sair da cidadezinha do interior pra poder expandir seus horizontes.
Pra complicar, o mano mantém uma paixão platônica pelo primo casado.
Drama espanhol bem intencionado e só.
Não tem muito o que dizer em nenhuma das direções que aponta: o drama pai/filha; pai/filho; primo/primo. Fica sempre a sensação e que faltou algum conflito ou uma lavação de roupa suja.
(ÓRÓI)
Dir.: Baldvin Zophoníasson
Islândia - 2010
Aos 16 anos Gabriel beija outro menino pela primeira vez, o que obviamente vai causar um turbilhão de emoções em sua vida.
Além de Gabriel, o filme também acompanha as vidas de Gretta, que não conhece o pai e vive as brigas com a mãe; e Stella, que mora com a avó extremamente intolerante.
Filme muito delicado sobre 3 adolescentes (ainda tem Teddi, namorado de Gretta, mas de pouca participação na trama), que estão entrando na idade adulta e precisam lidar com namoros, início da vida profissional, e por aí vai, além das próprias inseguranças e incertezas da idade.
Dir.: Laurent Lunetta
França - 2018
Loris rouba o celular do treinador do seu time de futebol e descobre que o sujeito além de pedófilo é obcecado por ele.
Junto do amigo Thomas ele decide se vingar, numa atitude discutível e típica de adolescentes.
O curta é parte do projeto "The Male Gaze: Strikers & Defenders", e é interessante na discussão da pedofilia, até porque, Loris e o amigo tem o hábito de observar (e depreciar) os frequentadores de uma praia de nudismo, exercitando um voyeurismo muito parecido com o do sujeito, que parece se satisfazer apenas observando os garotos.
Dir.: Jan Verheyen
Bélgica - 1996
Tony tem uma vida que se poderia definir como invejável: a família tem dinheiro, ele estuda direito, e o pai ainda por cima é promotor, o que certamente lhe abrirá as portas depois de formado.
Mas nada disso parece satisfazer o rapaz, que é homossexual e não se interessa pelo curso que escolheu. Ele decide roubar o pai e compra uma van caindo aos pedaços pra virar caixeiro viajante, coisa que não parece dominar muito bem.
A ideia dá errado logo de cara: ele é roubado um ex-presidiário pé de chinelo, mas acaba fazendo amizade com o sujeito, que é mais um desajustado pobre coitado do que um ladrão perigoso e se mete em uma aventura transgressora, que vai marcar uma espécie de entrada na vida adulta, principalmente quando apresentado a dura vida de quem não teve um décimo de suas oportunidades.
Não é ruim, e até se tem certa simpatia pelo protagonista que não é mau caráter, apenas alguém tentando se livrar das amarras da família e da sociedade.
Talvez force um pouquinho a barra de como alguém vira corretor de seguros de uma hora pra outra, mas , fica por conta da fantasia do cinema, né?
Dir.: Lucas Santa Ana
Argentina - 2019
Dirigido pelo mesmo diretor do muito legal "Como Una Novia Sin Sexo".
Nicolás Zamorano, vulgo Zabo, tem 16 anos e recém perdeu o melhor amigo, que se suicidou.
O filme segue a vida de Zabo como o diário que ele registra na internet, aonde são relatadas suas dúvidas, questionamentos, paixonites de adolescência e os envolvimentos com meninos e meninas, especialmente com Cristina e Ramiro.
O ator que interpreta Zabo, de 22 anos mas aparência condizente com o personagem é uma graça, e passa credibilidade, embora às vezes pareça adulto demais para a idade.
Além disso, a direção é sensível e todo o elenco rende bem.
O final talvez seja um pouco duro, talvez incomode um pouco, mas nem assim faz concessão ao dramalhão barato e ainda deixa um alerta sobre a depressão juvenil.
Mais uma bola dentro do cinema argentino.
O pano de funda trama é o terrível acidente na boate "Cromagñón" quando quase 200 pessoas morreram, e que acarretou o fechamento de diversa casas noturnas na Argentina.
Dir.: Gabriel Omri Loukas / Mya Kaplan
Israel - 2018
Yonatan foge do quartel pra passar a noite com o namorado, mas leva um toco desse.
Sem ter o que fazer, ele apela pro aplicativo de pegação e vai parar num apartamento aonde rola uma festinha entre seu anfitrião e alguns amigos.
Curta israelense com direito a cenas de sexo explícito.
O diretor/protagonista que mostra talento e coragem, e é alguém pra se ficar de olho.
Dir.: Rosa von Praunheim
Alemanha - 2019
Rosa von Praunheim é um prolífico diretor voltado para o universo LGBT. O IMDB lista 92 obras dirigidas por ele, entre documentários para TV ou cinema, longas e curtas desde 68 (ele tem 78 anos).
Só que esse aqui é uma bola fora. A produção é bem simples, alguns cenários são visivelmente teatrais, mas é o roteiro que é fraco: a trama em si, um serial killer que droga, mata e rouba suas vítimas, já é meio batida e sem novidades. A prisão do sujeito é feita sem nenhum suspense, e toda essa parte de investigação é obviamente deixada de lado, já que o foco é o drama.
Não se aprofunda no personagem (de certa forma tenta culpar uma avó super religiosa e opressora) e nem na sua relação com seu parceiro, que ignorava suas atividades paralelas.
Pra piorar, o elenco não ajuda muito.
Fica a dúvida de porque um psicopata merece um filme pra ele, depois de tantos que já foram feitos.
Dir.: Craig Boreham
Austrália - 2016
O título nacional meio bocó até que expressa vida de Miklós: sua família não é das mais tradicionais, como se vai ver depois, e a morte do irmão (pela qual ele se sente responsável) desencadeia um vendaval na vida do sujeito.
De início ele já demonstra um certo interesse pelo melhor e inseparável amigo, Dan. Mas é a tragédia que o faz se sentir rejeitado pela família e se envolver com uma turma barra pesada que acaba explorando o sujeito; além de se meter com bebedeira e drogas, que misturados ao ciúme que sente de Dan com a namorada, vai culminar num fato que põe em risco a amizade.
É legalzinho, embora fique a impressão que acontece muita coisa na vida de um adolescente comum.
Mas, vale a vista e a torcida pelo protagonista, que no fundo, é só um jovem confuso, ainda buscando seu lugar no mundo.
Dir.: Olivier Lallart
França - 2019
Curta sobre um garoto, Thomas, que aparenta não se interessar pelas meninas, apesar dos esforços do melhor amigo.
Aí rola uma daquelas brincadeiras do tipo "verdade ou desafio" e ele tem que beijar outro, que lhe dá um beijo de verdade. Ao invés de guardar para si o que sentiu, ele fala pro melhor amigo que talvez tenha gostado e esse se encarrega de espalhar pro resto da escola.
A partir daí a vida de Thomas vira de pernas por ar.
Curta que começa legal e dá uma escorregada feia no final, que poderia ser menos fácil e forçado.
Dir.: Tristan Ferland Milewski
Alemanha - 2017
Documentário rodado em um barco repleto de gays que curtem um fim de semana prolongado, ou coisa assim.
O doc foca em alguns deles: um polonês, um palestino e um indiano cujas famílias não sabem da sexualidade deles, um alemão, fotógrafo, que está com o namorado e um francês cadeirante que também carrega sua cota de preconceito devido a sua condição.
É um mundo quase perfeito para gays, e seria para os heteros também: festa, bebida, sexo, e mais festa, bebida e sexo.
Não existem os olhos julgadores da sociedade e, assim, cada um pode ser o que quer e agir como bem entende. Cada dia é uma festa: um dia todos de branco, no outro vestidos de mulher, no outro fantasiados e assim vai.
Mas, no fundo, é um mundo de futilidade, aonde os dramas são momentaneamente esquecidos.
Mas é um documentário interessante e sim, é justo que por algum momento vivamos uma fantasia de que tudo é permitido embora no dia seguinte a realidade bata a porta (para alguns personagens do filme, essa bate até antes mesmo do fim do passeio, pois são visivelmente pessoas rejeitadas por parentes e amigos mais próximos).
Dir.: Naoko Ogigami
Japão - 2017
Hiromi, de 11 anos, é abandonada pela mãe, que conhece um homem e joga tudo pro alto: filha, casa e emprego.
Sem ter pra onde ir, ela procura o único parente próximo, seu tio, que a acolhe sem ressalvas, só alertando que a mulher com quem ele vive é "incomum": uma trans.
Mas a atração entre mãe e filha emprestadas é imediata, e os 3 acabam formando uma família padrão.
À partir daí se tem um panorama da vida e dos dramas de todos ao redor de Hiromi: um colega de escola vítima de homofobia; a avó internada num asilo; e a vida de Rinko, a trans, e sua obsessão com o tricô (em dado momento, tem-se a impressão de que todo o elenco tricota).
Drama muito sensível e delicado, que se assiste sem prestar muita atenção na longa duração, de mais de 2 horas.
Dir.: Venci Kostov
Espanha - 2012
Pilar é a típica dona de casa: cuida de marido e filho, para que estes tenham roupa lavada e comida na mesa quando chegam em casa.
O que ela nem desconfia é o que os dois fazem na rua antes de voltarem pra casa, principalmente o filho, que também se dedica a viver do alheio.
Pilar é tão cega, que parece até ignorar a suástica no quarto do rebento.
É tipo do curta que merecia ser melhor desenvolvido e virar um longa ou, pelo menos, um média metragem.
Dir.: Jon Garcia
EUA - 2020
Carlos é preso e mandado pra cumprir pena na mesma cela com Ruben, que já está completamente adaptado ao ambiente prisional.
Supostamente ambos são heteros - Carlos tem uma filha e depois vai se saber que o outro tem mulher.
Com o tempo, a convivência vira uma relação comercial, depois amizade e depois alguma coisa mais, mas que tem data de validade, pois uma hora a pena acaba.
Dito e feito, resta saber que fim o relacionamento terá depois que um deles é solto.
Mais uma daquelas produções americanas sem muito sal - não tem conflito nenhum e a mamãe de um deles aceita tudo numa boa. Além disso, os personagens latinos só colaboram para acentuar o tom de drama mexicano do negócio.
Fica a dica pros corações românticos, embora seja um exagero a duração do filme: 2 horas.
Dir.: Jan Hrebejk
República Theca / Eslováquia - 2013
Corria tudo bem no casamento de Teresa e Radim (Stanislav Majer, de "Anatomia de um Assassnato" e verdadeiro colírio para os olhos) quando um penetra causa visível incômodo ao noivo.
À partir daí, Teresa começa a descobrir sobre o passado do noivo.
Legalzinho, e bem dirigido: parece tudo bem durante a cerimônia até que pouco a pouco vai se percebendo que ninguém na família parece ser perfeito, principalmente o gatíssimo noivo.
O pôster espertinho revela bem o andamento do drama vivido pela protagonista, e o expectador a medida que vai se inteirando do que acontece.
(LA TRACTION DES PÔLES)
Dir.: Marine Levéel
França - 2019
Mikäel, um sujeito meio fora forma, cria porcos no interior da França e usa um aplicativo para se conectar com os poucos gays do lugar.
Até que Paul, bonitão e antiga paixão platônica, volta de viagem pra balançar as estruturas do cara.
Curta francês bem simpático, que por não ter muito o que dizer, acerta em contar sua estória em meros 20 minutos. Além disso, tem uma fotografia e direção de arte muito caprichadas.
Dir.: Romas Zabarauskas
Lituânia - 2020
Drama sobre um advogado quarentão, que vive correndo atrás de caras mais novos e que se encanta por um camboy (um daqueles "modelos" que se exibem por uns trocados na internet).
Só que o sujeito é um refugiado sírio, vivendo num acampamento de refugiados em Belgrado, Sérvia, enquanto ele vive e trabalha em Vilnius, Lituânia.
Mais um longo do diretor de nome engraçado que é melhor e mais objetivo que o anterior, "Nuo Lietuvos Nepabegsi".
Só faltou dar um desenvolvimento melhor pra estória do trans, que entra em cena, dá seu recado, e é esquecido. Fica parecendo que era só algum recado mesmo, sem maiores importâncias para a estória e que só ajudou a completar o tempo do filme.
Dir.: Yuval Hadadi
Israel - 2019
Casal gay completa 15 anos de relacionamento (aberto, diga-se de passagem), quando a melhor amiga de um deles engravida.
A gravidez detona o desejo de um deles ser pai, assunto esse que nunca esteve em voga entre o casal. A partir daí a relação entra em crise e vem a tona tanto o motivo da recusa de um a ser pai, quanto a uma certa falta de diálogo entre ambos, cuja relação parece ter caído na normalidade.
Drama interessante, que não deve agradar quem espera um final menos aberto.
De legal, a dupla principal, que de um casal aparentemente modelo em sua intimidade, depois se mostram quase como dois estranhos um ao outro.
EUA - 2018
Dir.: Ondi Timoner
Cinebiografia sobre Robert Mapplethorpe, fotógrafo famoso por suas fotos homoeróticas, embora ele não fizesse apenas esse tipo de trabalho, e isso é tratado como um detalhe no filme.
A diretora é realizadora de documentários, e isso ajuda a explicar o tom do filme, chatinho como quase toda biografia.
É aquilo: a relação familiar é tratada como um detalhe, e o entra e sai de homens na cama do sujeito tem mais importância do que a formação da personalidade do biografado.
O irmão de Robert, Edward, era fotógrafo também e isso é citado numa passagem e depois nos tradicionais letreiros no final. A impressão que se tem é que mostrar a vida promíscua, e depois a contaminação por HIV é mais importante do que expor como ele buscava inspiração; como foi a relação com família em função de sua sexualidade; como a fama mudou sua vida, etc.
Dir.: Iñaki Dorronsoro
Espanha - 2006
Daniel foi preso por assalto a mão armada (o assalto teve uma vítima fatal, mas quem levou a culpa foi seu comparsa, que morreu).
Às vésperas de ser solto, ele é chantageado: haveria uma prova de que ele é o verdadeiro assassino, porém essa prova não seria apresentada se ele matasse outro preso.
Sem alternativa, ele mata o sujeito, sai da cadeia, e vai atrás de mulher do cara, uma prostituta, em quem a polícia e o chantagista de Daniel (um policial corrupto) estão de olho, pois o falecido escondeu uma carga de drogas.
Nem é um filme gay, embora tenha personagens do ramo, mas o que realmente interessa é Miguel Ángel Silvestre, de "30 Monedas" e "Sense8", uma obra prima da beleza masculina que no auge de seus 24 aninhos nos brinda com sua nudez e um corpo maravilhoso, pois seu personagem é boxeador.
Quanto ao filme, dá pro gasto.
Dir.: Peter Mackie Burns
Irlanda - 2019
Colm já passou dos 40, é casado, tem dois filhos adolescentes, ficou órfão de pai recentemente e tem problemas com alcoolismo, em parte fruto de uma relação difícil com o pai.
Pra complicar as coisas, ele conhece um michê que lhe chantageia e lhe extorque dinheiro em seu próprio local de trabalho.
Colm se submete a chantagem mas acaba vendo no rapaz uma oportunidade de satisfazer suas necessidades sexuais, o que pode agravar seu delicado equilíbrio emocional.
Bom drama irlandês, sobre um homem obrigado a anular a própria sexualidade devido a pressão da sociedade. Talvez o final pudesse ser um pouco "menos aberto", mas vale a vista.
Dir.: Viatcheslav Kopturevskiy
Rússia / EUA - 2019
Na região rural da Sibéria, um lugar nitidamente inóspito, de paisagens desoladas e nada gay friendly, Sasha e Dima mantém um caso às escondidas.
Dima dá um fim ao relacionamento, só que ele é policial e casado com a irmã de Sasha, com quem é obrigado a viajar até a casa da avó da mulher e do cunhado, já que a coroa não tem atendido as ligações e só é possível chegar na casa dela a cavalo (pra se ter uma noção do ambiente aonde se passa a ação).
A viagem oferece aos dois a possibilidade de se acertarem, ou não.
Um drama lento, meio com jeito de alternativo, e que não inventa nada (embora o final deva incomodar alguns).
O filme é estrelado pelo diretor, e ele e seu parceiro seguram bem as pontas da desolação e falta de perspectivas de suas vidas e relacionamento.
Um filme para poucos, que é até delicado, em contraste com o ambiente aonde se passa. E é curto: pouco mais de uma hora, o que evita a encheção de linguiça que se esperaria de uma produção mais mainstream.
E, ao contrário do que alguns já andaram falando, não tem muito de "Brokeback Mountain".
Também é uma oportunidade de ver um filme russo sobre o tema, já que a homossexualidade é um tabu no país.
Dir.: Maxime Govare & Cédric Le Gallo
França - 2019
Matthias Le Goff, nadador em fim de carreira ofende, com um comentário homofóbico, um repórter que lhe pergunta sobre a aposentadoria.
A ofensa obviamente pega mal, e o castigo é treinar uma equipe de pólo aquático formada por gays não muito disciplinados que sonham em disputar os Jogos Gays, na Croácia.
O time não resiste muito a ter um homofóbico como treinador, e resta a Le Goff torcer para que eles não se classifiquem e assim se livrar logo de seu fardo.
Mas as coisas obviamente não serão tão fáceis assim, e nem o filme segue o rumo seja do drama, seja da comédia despretenciosa, se equilibrando entre os dois gêneros com direito a sequência triste, mas que acaba sendo um louvor ao esforço de quem acredita no que faz.
Um filme bacana, alto astral, baseado em fatos reais e protagonizado por Nicolas Gob, que deve fazer quase todo mundo ter vontade de aprender pólo aquático.
Dir.: Sudhanshu Saria
Índia - 2015
Drama indiano sobre dois sujeitos apaixonados um pelo outro, só que um é um executivo bem sucedido que mora em Nova Iorque e o outro na Índia mesmo, com o namorado.
É bem intencionado, mas meio chatinho e sem assunto, e que ainda é prejudicado por causa do moralismo indiano sobre o tema.
Dir.: Richard Lester
EUA - 1976
Comédia que parece um quadro do antigo "Zorra Total", ou do "Balança Mas Não Cai" estendido.
Homem de meia idade vai parar acidentalmente numa sauna gay para fugir do cunhado.
O lugar, The Ritz, mais parece um hotel, com quartos pra cada hóspede, piscina coletiva, bar, sauna, etc...
À partir daí, segue-se uma comédia tresloucada, com homens de toalha na cintura, outros de roupão, correndo uns atrás dos outros.
Gaetano, o que entrou por acaso no lugar, é gordinho e por isso assediado por um "caçador de ursos", e tudo é muito exagerado e meio histérico, e hoje provavelmente seria motivo de críticas por tratar os gays de forma caricatural.
Acaba sendo divertido, embora não haja nenhuma nudez ou cena de sexo. Apesar disso, às vezes parece até meio ousado para a época, pela forma como trata o tema, que apesar de caricatural como dito antes, não se furta a falar de orgias, sexo na sauna, homens curtindo sua sexualidade, ainda escondida, etc.
De interessante, e um colírio pros olhos, Treat Willians (de "Hair"), novinho, praticamente o filme todo de toalha enrolada na cintura quase como uma mini saia, e interpretando um hetero de voz fina. (Vendo Treat, nada sarado, a gente percebe como o conceito de beleza mudou.)
De resto, podia passar na Sessão da Tarde, que não causaria grandes constrangimentos na família.
E sim, Lester é o diretor de "Superman II e III" e dois filmes com os Beatles.