domingo, 29 de agosto de 2010

HUSTLER WHITE

(HUSTLER WHITE)
Dir.: Bruce La Bruce
EUA - 1996


O personagem principal é Montgomery "Monty" Ward (Tony Ward, do vídeo clipe "Justify My Love", da Madonna) que vive de fazer programas pelas ruas de Hollywood, até topar com um pesquisador alemão Jünger Anger (La Bruce, o diretor) que está escrevendo um livro sobre a prostituição na cidade.
O roteiro é um fiapo e mostra a rotina de outros michês, com direito a todo tipo de cena escandalosa que LaBruce pôde colocar em cena: gangbang; um homem sem o pé que fista o parceiro com o tornozelo; um travesti tatuado; sadomasoquismo, etc...
As cenas de sexo são quase, algumas praticamente, explícitas, e a favor do diretor diga-se que ele não usa aqueles atores típicos dos filmes pornôs que parecem saídos de uma agência de modelos.
Não é filme para todos os estômagos, longe disso. É tosco, grosseiro e tem algumas falhas técnicas.
Como curiosidades, Tony Ward se diz bissexual e a criança que contracena com ele na banheira é filho de sua namorada na vida real. Madonna teria sido procurada para financiar o filme, mas não aceitou dizendo ser pornográfico (pra quem fez a bagaceira "Corpo Em Evidência", a velha senhora deve ter mudado muito...).

domingo, 22 de agosto de 2010

SELDA

(SELDA)
Dir.: Ellen Ramos / Paolo Villaluna
Filipinas - 2007


Após a bolsa da namorada ser roubada por um pivete, Rommel corre atrás desse e acidentalmente causa sua morte. O resultado é uma condenação à 3 anos de cadeia.
Não precisa dizer que as cadeias filipinas não são muito diferentes das brasileiras, e ele logo se torna o objeto de desejo de alguns presos.
Inevitavelmente sofre abuso sexual e acaba se aproximando de outro preso, Esteban. Após 6 meses, ganha condicional. Sete anos depois é a vez de Esteban sair da cadeia e ir a procura do amigo, que encontra casado, com uma filha de 6 anos e vivendo em uma plantação de arroz herdada pela esposa.
A chegada de Esteban detona uma crise conjugal, que atinge o ápice com um trágico acontecimento.
Produção filipina simples, que só falha na longa duração: 2 horas e meia.
Mas é um filme honesto, simples, feito visivelmente com poucos recursos, com pouquíssimas cenas de nudez e sexo e dois protagonistas que acabam despertando simpatia devido a impossibilidade de realizar seu relacionamento.

REDWOODS

(REDWOODS)
EUA - 2009
Dir.: David Lewis




Chase é escritor (mais um...) e chega a uma pequena cidade pra terminar de escrever seu livro de tom auto-biográfico.
Logo ao chegar ele conhece Everett, cuja relação com o namorado não parece andar bem. Como o namorado de Everett viajou com o filho autista, Everett se aproxima de Chase e com a volta do maridão tem que tomar uma decisão: fugir com o escritor ou continuar a vidinha modorrenta de dono de casa e padastro exemplar.
Parece uma sessão da tarde; filminho choroso, com direção e fotografia convencionais. Não há nenhum tipo de conflito: a homossexualidade de Everett é pública e notória, e até o irmão (que protagoniza a única cena de nudez do filme) dá palpites em sua vida sexual/amorosa.

sábado, 7 de agosto de 2010

O PECADO DA CARNE

(EINAYIM PKUHOT)
Dir.: Haim Tabakman
Israel / Alemanha / França - 2009


Filme israelense sobre a relação de Aaron, casado, pai de 4 filhos, judeu ortodoxo e dono de um açougue kosher herdado do pai recém falecido, e Ezri.
Um dia o segundo entra no açougue do primeiro, para fugir da chuva, e acaba conseguindo um emprego. Nasce então a amizade entre os dois, e que depois vira algo mais, em furtivos encontros no açougue e no quarto aonde Ezri vive.
Logo a relação entre eles desperta a desconfiança de uma sociedade extremamente rígida e intolerante, que descobre sobre o passado de Ezri e passa a usar de maledicência para atacar o estabelecimento de Aaron, acusando-o de não ser kosher, e exigindo o afastamento de Ezri, acusado de levar os homens ao caminho do pecado.
Claro que a história não pode acabar bem.
Um filme delicado, bem interpretado e dirigido. Muito bacana a cena em que a dupla conversa na porta do açougue, aparentemente sozinhos, quando um ônibus passa e revela a platéia que os assiste. Além da boa história, passada em uma sociedade fechada, ainda mostra aspectos dessa, como a completa submissão das mulheres (Aaron e a mulher sequer ficavam nus um na frente do outro na hora do sexo), completamente incapacitadas de opinar sobre o próprio destino.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

EM TUA AUSÊNCIA

(EN TU AUSENCIA)
Dir.: Iván Noel
Espanha - 2008


Pablo tem 13 anos, é órfão de pai, vive com a mãe em algum povoado do interior da Espanha e está naquela fase de descoberta da sexualidade.
Andando pelos campos da região ele topa com Paco, cujo carro enguiçou na estrada. Surge então um estranho clima entre ambos, e o diretor consegue nunca deixar claro até o fim do filme se Francisco é ou não pedófilo.
O desenrolar da história mostra o pesado fardo que Pablo carrega nas costas, que se agrava com um trágico acontecimento no final do filme.
Bom filme espanhol, com bela fotografia dos campos floridos da região, além da boa atuação do elenco. Tem uma triste cena envolvendo o menino e seu cachorro.
O filme ainda foca em Julia, amiga meio perdida de Pablo, e num carteiro que é um verdadeiro hipócrita.
Boa trilha sonora também.

ANDER

(ANDER)
Dir.: Roberto Castón
Espanha - 2009


Com grande parte dos diálogos em basco, o filme conta a história de Ander, um quarentão solteiro que vive com a mãe e a irmã na fazenda da família, pela qual é responsável, mesmo trabalhando também em uma fábrica de bicicletas.
A vida é meio modorrenta e se limita a bebedeiras com os amigos e sexo com Reme, a prostituta oficial da cidade, uma mulher triste que espera que o ex um dia volte para ela, e assim sustenta o filho.
Trabalhando na fazenda, Ander quebra a perna e decide contratar um empregado para fazer o trabalho que ele não pode mais. É quando entra em cena José, um imigrante peruano tímido que esconde a homossexualidade, e de quem logo Ander se torna amigo.
Além de cuidar da terra, José também ajuda o patrão em atividades como se vestir e ir ao banheiro. E é durante a cerimônia de casamento da irmã de Ander que o fazendeiro precisa ir ao banheiro com ajuda de José. Os dois já haviam bebido muito, José não resiste e subverte a luta de classes, passando o rodo no patrão.
A partir daí Ander se torna instrospectivo, falha com Reme e se esforça para evitar José, o descendente de índios que qual um integrante do MST derrubou a cerca e invadiu sem dó nem piedade o quintal do másculo fazendeiro basco. Obviamente, Ander vai precisar decidir o que fazer da vida, principalmente depois da morte da mãe.
Um bom filme, com a curiosidade de se passar no País Basco.