CONQUISTAR, AMAR E VIVER INTENSAMENTE

(PLAIRE, AIMER ET COURIR VITE)
Dir.: Chistophe Honoré
França - 2018

Jacques (Pierra Deladonchamps, um dos peladões de "Um Estranho no Lago) é escritor e aparentemente não muito de se amarrar em ninguém, até ir a Rennes para um trabalho e conhecer Pierre, que se encanta pelo sujeito, apesar de uma certa diferença cultural entre eles.

Se Pierre tem toda uma vida pela frente, a realidade de Jacques é bem diferente, já que ele tem AIDS e a época do filme é aquela em que a doença era uma sentença de morte.

Esse aqui deveria ser visto em dupla com o também francês "120 Batimentos por Minuto", por se passarem uma mesma época e em algum momento tangenciarem os mesmos assuntos, embora com enfoques diferentes.

É um bom filme, sobre pessoas que se recusam a se entregar, apesar de saberem que seu tempo está acabando.

SWELL

(SWELL)
Dir.: William Branden Blinn
EUA - 2017

Webserie absolutamente desimportante e irrelevante.

Swell é o nome ou apelido do sujeito de verde no pôster, que tem uma namorada mas faz pegação em app's e numa dessas conhece Brett que é casado e com filhos.

Deveria ser coisa de uma noite só, mas Brett se encanta pelo outro e consegue descobrir quem ele é e os dois passam a sair às escondidas, sem assumir uma relação.

Paralelamente, dois marmanjos começam a se descobrir sexualmente também via app, enquanto um terceiro vive às voltas com namoros fracassados. E ainda tem outro que está às voltas com a namorada que quer fazer a 3.

Todos esses aí dividem casa com o tal Swell.

É tudo muito corrido, e sem profundidade, até porque a série tem episódios de no máximo 8 minutos. Ou seja, nada é bem desenvolvido e têm coisas que a gente nem entende muito bem porque está na série.

PA NEGRE

(PA NEGRE)
Dir.: Agustí Villaronga
Espanha - 2010

Passado nos anos pós guerra civil espanhola, conta a história de Andreu, que vê o pai ser preso acusado de assassinato.

O garoto vai descobrir então, uma rede de mentiras envolvendo sua família e outras da cidadezinha aonde vivem.

Os sites de filmes temáticos costumam listar esse aqui, mas assim como outros filmes, a homossexualidade é um detalhe numa história maior, e a homofobia se manifesta de uma forma bárbara, numa época, e num lugar, em que ser gay era uma sentença de morte, no caso aqui, uma extremamente brutal e cruel.

DEPARTURE

(DEPARTURE)
Dir.: Andrew Steggall
Inglaterra / França - 2016

Drama sobre (mais um) adolescente descobrindo sua sexualidade.

Elliot viaja com a mãe Beatrice para o sul da França, aonde eles têm um imóvel que vai ser vendido.

O pai quase nem é citado, e logo Elliot se mostra um adolescente meio esquisito, usando um casaco velho e fora de moda, o que incomoda sua mãe.

Ele se interessa por poesia, artes, etc, coisa incomum para os da sua idade e acaba fazendo amizade com um garoto francês, Clément, que é meio que o seu oposto.

É óbvio que Clément vai despertar o interesse do novo amigo e não vai ser correspondido.

Lá pelas tantas o pai entra em cena, e fica claro que o relacionamento dos pais não corre bem, principalmente depois que são feitas certas revelações.

Não é um filme só sobre sexualidade, mas também sobre um relacionamento em crise e se como as pessoas abrem mão de si e se anulam em prol de outro, só percebendo esse erro às vezes um tanto tarde demais.

Como curiosidade, o protagonista protagoniza uma cena à lá Mario Gomes, envolvendo uma cenoura...

LAST FERRY

(LAST FERRY)
Dir.: Jaki Bradley
EUA - 2019

Joseph, advogado tímido e insatisfeito com o trabalho, vai pra Fire Island, pra ferver, mas quebra a cara porque não sabia que a alta temporada do fervo ainda não tinha começado.

Mas, como nem tudo é derrota, ele conhece um sujeito numa área de pegação e quando pensa que vai se dar bem ele toma o famoso "Boa Noite, Cinderela", é roubado e abandonado num parque.

Meio grogue, ele presencia o que parece ser um crime e apaga, sendo socorrido e levado pra casa por um desconhecido, Cameron, que passa um fim de semana prolongado no lugar com amigos, entre eles aquele que teria cometido o crime...

A nota do IMDB, 7,3, é meio alta, mas dá pro gasto, principalmente porque o diretor mostra qualidades e ainda deixa um final em aberto, fugindo do padrão "mastigadinho" dos americanos, que faz lembrar "Um Estranho no Lago".

VAGALUMES

(LUCIÉRNAGAS)
Dir.: Bani Khoshnoudi
México / EUA / Grécia / República Dominicana - 2018

Ramin, ou Aladin, como é chamado por colegas de trabalho, é iraniano e fugiu de seu país para não ser morto, como fica subentendido na trama.

Ele é gay, desejava ir para a Turquia mas literalmente pegou o navio errado e foi parar no porto de Vera Cruz, México, aonde mora em um hotel de menos 10 estrelas.

A vida é dura, ele não fala nada de espanhol e trabalha ilegalmente em uma obra aonde faz amizade com Guillermo, imigrante ilegal também, que ignora a condição de homossexual do amigo, e com Leti, a dona do hotel.

Mas é Guillermo quem vai despertar os sentimentos de Ramin, que sonha em seguir seu rumo.

Drama sensível, que mostra que às vezes o preconceito é mais forte que a amizade e que nem na merda as pessoas tem solidariedade àqueles que também são marginalizados.

O filme é mediano, e fica a impressão que podia ter desenvolvido mais uma das tramas (a outra é sobre Leti, às voltas com desilusões amorosas)

SHADOWNLANDS

(SHADOWNLANDS)
Dir.: Charlie David
Canadá - 2018 (TV)

Minissérie em 3 episódios:

No primeiro, passado após a 1ª Guerra, médico bonitão que trata dos mutilados na guerra enlouquece e passa a fazer cirurgia nos amigos, pois só quer gente bonita ao seu redor.

Apesar da época em que se passa, a caracterização dos personagens e um apanhado de toda a estética GLS que se pode imaginar: roupa de couro, jockstrap, maquiagem, etc.

No segundo, casalzinho vai acampar e conhece um terceiro. Também se passa em tempos passados e um dos meninos, que é lindo, por sinal, se veste como marinheiro de almanaque. Só não dá pra entender um dos sujeitos de piercing no mamilo...

Na terceira, artista plástico tenta tocar a vida após a morte do companheiro, e é protagonizada pelo diretor de todos os 3 episódios.

O primeiro é esquisito, e tem um toque de terror no final; o segundo o mais interessante, flerta com o sobrenatural, e o último é um dramalhão, com direito a vale de lágrimas.

SOBRE VIAGENS E AMORES

(L'ESTATE ADDOSSO)
Dir.: Gabriele Muccino
Itália - 2016

Simpático drama italiano passado na Itália, nos EUA e em Cuba.

Marco ganha uma grana devido a um acidente que sofreu e decide ir pra Califórnia, encontrar uns amigos que se encontram lá.

Junto vai Jules, também convidada por aqueles que lá estão, e com quem Marco não se dá, chegando a sentir certo desprezo pela garota.

Os amigos arrumam hospedagem para a dupla com um casal gay, Matt e Paul, que de cara percebem a homofobia de Jules, que também questiona a sexualidade de Marco. Mas isso é superado e os 4 desenvolvem genuína amizade.

Aí começam os rolos: Marco começa a reparar em Jules que se encanta por Matt.

Mas a viagem tem que chegar ao fim, e em algum momento os 4 terão que se separar.

O filme é sobre a amizade, e a sexualidade é quase secundária na dinâmica das relações. Não é um dramalhão, embora a estória de Paul e Matt tenha toques mexicanos, e se enquadraria naqueles filmes sobre ritos de passagem para a vida adulta.

Um filme bacaninha, bem dirigido e interpretado por um simpático quarteto.

TUCKED

(TUCKED)
Dir.: Jamie Patterson
Inglaterra - 2018

Jack, codinome Jackie, é travesti e aos 74 anos se descobre com câncer em estado terminal.

Apoiado por um amigo que recém conheceu, Faith, também travesti, de 21 anos, ele decide dedicar o tempo que lhe resta a uma lista de desejos, como rever a filha de quem se afastou quando se separou da ex-mulher.

Simpático drama sobre velhice, amizade e a finitude da vida que em momento algum descamba pra pieguice ou sentimentalismo.

Como curiosidade, sua personagem principal nem gay é.

THE REVIVAL

(THE REVIVAL)
Dir.: Jennifer Gerber
EUA - 2017

Pastor, casado e trancado em um armário pesadão, dá guarita pra um desocupado (vagabundo, na linguagem em voga no país) e o leva para uma casa que ele mantém fechada.

O real interesse dele é mais no sujeito do que em ajudá-lo, mas a situação é meio insustentável e coloca em risco o seu casamento e, principalmente, sua posição frente à igreja, que parece ser o que realmente importa para o pastor.

Tem um final meio estranho, que parece reforçar se tratar de um drama sobre a hipocrisia, mas falta alguma coisa, como densidade dramática.

Mas serve de passatempo.

THE CAKEMAKER

(THE CAKEMAKER)
Dir.: Ofir Raul Graizer
Israel / Alemanha - 2017

Thomas trabalha num café em Berlim e seus bolos e cookies fazem sucesso, o que acaba atraindo a atenção de Oren, que repara nos bolos e no confeiteiro.

Oren é casado, mora em Israel com mulher e filhos e vai a Berlim uma vez ao mês, quando ele e Thomas tem a oportunidade de ficarem juntos.

Mas o destino cruza o caminho dos rapazes, Oren morre, e Thomas decide ir a Jerusalém conhecer a esposa do falecido, que obviamente não faz a mínima idéia do que o maridão fazia em Berlim, nas horas vagas.

Filme muito interessante, aonde embora a idéia de Thomas seja condenável, a coisa é dirigida com delicadeza, apresentando seus personagens e seus pequenos dramas: Thomas, um homem solitário; Anat, a viúva pressionada pelos religiosos locais (ela é dona de um café, e o lugar ser kosher é fundamental para sua sobrevivência financeira) e Oren, preso entre dois mundos distintos.

Muito bacana e delicado.

EU SONHO EM OUTRO IDIOMA

(SUEÑO EN OTRO IDIOMA)
Dir.: Ernesto Contreras
México / Holanda - 2017

Não se deixe enganar pelo título, que parece indicar um filme hermético ou mais experimental, embora o realismo fantástico dê as caras aqui e ali.

Martín viaja para o interior do México para registrar um dialeto que apenas três pessoas falam, sendo que dois deles não se dão devido a uma desavença do passado o que impede o diálogo entre eles, justamente o que Martín quer registrar.

Ele então tenta restabelecer o diálogo entre as partes, e vai descobrir o que os afastou.

O filme conta, de maneira muito delicada uma história de não aceitação e preconceito, que atravessa décadas até uma solução muito original, que visa demonstrar que o verdadeiro amor é eterno e imortal.

DIE GESCHWISTER

(DIE GESCHWISTER)
Dir.: Jan Krüger
Alemanha / Polônia - 2016

Thies é corretor de imóveis e trabalha numa área da cidade mais exclusiva, aonde os interessados praticamente têm suas vidas vasculhadas antes que sejam aceitos como locatários.

Belo dia, ele topa com Bruno, que insiste em alugar um apartamento, alegando que ele e a irmã Sonja teriam como pagar, porém não podem apresentar a documentação necessária.

Thies acaba caindo na cantada de Bruno e topa alugar o imóvel, sabendo do risco que corre, principalmente porque a notícia de que ele alugaria imóveis se espalha entre entidades que buscam casas para pessoas sem documentação ou comprovação de renda.

No meio disso, ele ainda começa a suspeitar da relação entre os irmãos.

Filme mais sobre o problema de pensar com a cabeça de baixo do que com a de cima, e ainda tem uma subtrama de fundo social, que não recebe muito enfoque, sendo tratada de passagem.

AS ESCONDIDAS

(A ESCONDIDAS)
Dir.: Mikel Rueda
Espanha - 2014

Drama espanhol mais sobre amizade do que necessariamente sobre a homossexualidade, embora o protagonista claramente se perceba como gay.

Ibrahim é imigrante marroquino na Espanha, e vive em um centro de refugiados, aonde participa da equipe de pólo aquático. As perspectivas não são anda boas, e ele pode até ser deportado.

Um dia ele acidentalmente topa com Rafa e sua turma, homofóbicos, xenófobos, sexistas e um tanto violentos - ou seja, típicos adolescentes da nova geração.

Rafa se encanta com Ibra e se solidariza com o outro em sua tentativa de ser integrado à sociedade espanhola, coisa que não demonstra ser fácil, ou mesmo possível.

Além disso, um relacionamento entre os dois não seria nada aceito seja pela turma de um, seja pelos companheiros de exílio do outro.

Uma boa pedida, pela delicadeza com que trata seu tema, seu desfecho e o carisma dos 2 atores, principalmente o que interpreta Rafa, que consegue demonstrar toda a angústia de quem não pode lutar com coisas mais fortes que ele: a sexualidade, o medo da reação dos amigos, a condição de seu novo amigo, etc.

ADULTS ONLY

(ADULTS ONLY)
Dir.: Michael J. Saul
EUA - 2013

Drama sobre um rapaz deprimido pelo fim do namoro, e que busca sexo e afeto em um misto de locadora de vídeo xexelenta que também funciona como ponto de pegação.

28 minutos sem diálogo e com algumas imagens altamente eróticas, mas cuja história simples e triste é de fácil compreensão.

CHEMI SABNIS NAKETSI

(CHEMI SABNIS NAKETSI)
Dir.: Zaza Rusadze
Geórgia - 2013

Andrej e Dmitrij se conheceram quando crianças e se reecontraram já adultos, o primeiro bem sucedido e o segundo aparentemente um irresponsável, que vive em bares e se metendo em confusões com ativistas pró-governo.

Até que Dmitrij é acusado de assassinado, e o amigo pode ser seu álibi.

É um filme mais hermético, com uma história contada em dois tempos de forma fragmentada e que sugere mais do que apresenta.

A dupla é bonitinha, mas não esperem cenas de sexo, pois, na verdade, não há nada que deixe claro o que aconteceu entre os moços, fica tudo sugerido e cabe as espectador tirar suas conclusões.

No fundo, é uma história de homofobia e não aceitação de si mesmo, que acaba descontada em outra pessoa.

PRIMOS

(PRIMOS)
Dir.: Mauro Carvalho / Thiago Cazado
Brasil - 2019

Ah, o inferno das boas intenções.

A trama desse aqui é muito parecida com a de outros filmes já comentados aqui, como "Mi Mejor Amigo" e "Un Freré": menino tímido e reservado vive com a tia, ultracatólica, até que ela leva outro sobrinho que saiu da cadeia pra casa, porque o pai não quer saber dele.

Só que aonde sobra sutileza nos filmes anteriores, aqui falta e o diretor já vai logo colocando um dos garotos pelados, com direito a close no pinto - o cara não sabe a diferença entre sensualidade e grosseria.

Talvez ele tenha visto muita pornochanchada da década de 70, porque ainda que a cena de sexo entre os garotos seja legal, o caminho até lá é meio tosco, com direito a algumas cenas constrangedoras e uma menina que é uma tentativa de humor, mas a personagem é tão chata, e atriz tão exagerada e canhestra, que dá vergonha alheia. E ela ainda tem uma papel importante na trama, acreditem, mesmo sendo atriz e personagens patéticos.

O final é meio corrido, passa uma mensagem até bacaninha, mas o texto fica meio no limite do risível e a solução é digna de novela das 19h.

Uma pena. Quem sabe na próxima próxima o diretor aprenda que menos é mais, e entenda que comédia não é sinal de histeria e drama não precisa ser piegas.

Ah, o filme é estrelado e co-dirigido por Cazado.

UN FRÈRE

(UN FRÈRE)
Dir.: Victor Habchy
França - 2018

Tom, de 15 anos, vai passar mais um verão com a família na casa de veraneio deles, mas dessa vez com uma novidade: uma outra família vai se juntar a eles levando o filho também adolescente, de 17 anos, Félix.

Apesar da diferença de idade, os dois se dão bem - aqui ambos são de famílias estruturadas, e não o habitual "garoto certinho conhece outro nem tanto".

Só que Félix está prestes a se mudar para a Polônia, e a amizade recém nascida já nasce com prazo de validade.

O título é uma referência ao fato de que a mãe de Félix ter sofrido um aborto espontâneo, o que Tom descobre que também aconteceu com sua mãe, e o impediu de ter um irmão mais velho.

Filme muito bonitinho e delicado, daquele tipo que não engorda nem faz crescer.

DEAD EUROPE

(DEAD EUROPE)
Dir.: Tony Krawitz
Austrália / Inglaterra / Grécia - 2012

Isaac, fotógrafo australiano de origem grega decide viajar até a Grécia para jogar as cinzas do pai no vilarejo aonde ele nasceu, e de onde fugiu durante a 2ª Guerra, mesmo sobre os protestos da mãe, que acredita que a família foi amaldiçoada.

Ao chegar lá, ele não é bem recebido pelos parentes e nem pelos moradores do vilarejo, e então parte rumo a Paris e depois Budapeste, para encontrar um amigo do pai e o irmão, meio rejeitado pela família.

Isaac vai então descobrir o segredo obscuro de sua família, motivo de vergonha e origem da tal maldição, em meio a uma Europa miserável, suja, violenta, corrompida, mergulhando num mundo de drogas, prostituição e exploração da pedofilia/efebofilia aonde os alvos são os imigrantes e os refugiados.

Filme bem interessante, que talvez exagere num clima de desesperança, mas que é compreensível quando se remexem as cicatrizes de um passado que se quer esquecer.

DEVIL'S PATH

(DEVIL'S PATH)
Dir.: Matthew Montgomery
EUA - 2018

Dois homens se conhecem numa floresta, aonde a galera vai fazer pegação.

Eles se embrenham pelas trilhas quando um deles, que tinha se afastado pra ir fazer xixi, é atacado por dois homofóbicos.

Eles então começam a fugir e se esconder, tentando sair da floresta e ao mesmo tempo escapar de seus perseguidores.

Enquanto isso, Noah, o que foi atacado, vai explanando o drama mexicano que é sua vida.

Esse aqui é dirigido por Montgomery, que talvez cansado de mostrar sua falta de talento na frente das câmeras, resolveu tentar a sorte por trás delas com resultados bem medíocres.

CAS

(CAS)
Dir.: Joris Van den Berg
Holanda - 2016

Sjors e Pepjin formam um casal fofo e chatinho, que vive em uma casa clean e fazem planos de viajar e ter filhos até que Sjors leva um garotão pra casa, um conhecido, que não tinha aonde ficar.

O sujeito se aloja no sofá da casa e logo sua presença começa a incomodar Pepjin, que descobre a existência de um ciúme que desconhecia.

Os três acabam parando na cama, e isso acaba levando o casamento a uma encruzilhada.

É um média metragem interessante, que parece ter o tamanho certo para contar sua estória.

HE LOVES ME

(HE LOVES ME)
Dir.: Konstantinos Menelaou
Grécia / Inglaterra - 2018

Com o relacionamento em crise, dois homens, de quem não sabemos os nomes, viajam para uma praia deserta para acertar os ponteiros.

O filme não tem diálogos, somente duas linhas. O restante é uma narrativa de um deles, sobre como se conheceram, se apaixonaram, como o narrador se viu sentindo inveja do parceiro ser melhor sucedido e do que levou o relacionamento à crise.

Enquanto ouvimos a narrativa, vendo imagens muito bem filmadas dos dois e da praia para onde fugiram na tentativa de reconstruir a relação, com direito a muitas cenas de nudez e sexo, aonde merecem destaque as cenas filmadas dentro da água.

NUNCA VAS A ESTAR SOLO

(NUNCA VAS A ESTAR SOLO)
Dir.: Alex Anwandter
Chile - 2016

Drama chileno sobre um homem que parecer ignorar, ou fazer vista grossa, para a homossexualidade do filho, que se traveste e é agredido por vizinhos, até ser brutalmente espancado.

O garoto vai parar num hospital, desfigurado, e é aí que a ficha de Juan cai: ele passa por um momento profissional complicado e não tem recursos para pagar o tratamento que o filho vai precisar encarar, restando apenas tomar uma medida desesperada para dar ao filho alguma chance de voltar a ter uma vida normal.

Aqui o foco nem é a sexualidade, mas sim o desespero de um pai meio ausente que de uma hora pra outra se vê em um beco sem saída e desesperadora para ajudar o filho.

AONDE VOCÊ VAI, HABIBI?

(WO WILLST DU HIN, HABIBI?)
Dir.: Tor Iben
Alemanha - 2015

Ibo, descendente de turcos, conhece casualmente, Ali, um trambiqueiro gostoso pra cacete que vive de pequenos golpes.

Numa dessas ele leva uma surra, tem os braços quebrados e acaba sendo ajudado pelo agora novo amigo que só mais tarde vai perceber que o outro não tá nem aí pra ele.

Não é grandes coisas, mas a dupla principal é simpática e acaba servindo pra passar o tempo.

JONAS

(JONAS)
Dir.: Chistophe Carrier
França - 2018 (TV)

Drama com Félix Maritaud, dos ótimos "Sauvage" e "120 Battements par Minute", e que deve ser dos melhores atores jovens da atualidade.

Aqui ele interpreta o Jonas do título na idade adulta, um rapaz atormentado, constantemente enfiado em brigas devido a um fato traumatizante ocorrido na sua adolescência.

É bem desenvolvido, apesar de não inventar a roda em sua proposta de mostrar como um fato da adolescência é capaz de se tornar um fardo pelo resto da vida.

O CASAMENTO

(MARTESA)
Dir.: Blerta Zeqiri
Kosovo / Albânia - 2018

Drama do Kosovo, sobre Bekim e Anita, que estão prestes a se casar quando ele reencontra Nol, o que balança o coreto do casal.

O filme tem como pano de fundo a guerra civil que devastou a antiga Iugoslávia. Anita, por exemplo, ainda busca os restos mortais dos pais, desaparecidos desde a época da guerra.

Filme bem bacaninha, de dois países dos quais mal se ouve falar, muito menos que produzam cinema do nível do apresentado aqui.

O único talvez seja a falta de maior contextualização dentro da história do Kosovo, mas é compreensível, pois é um drama sobre a dificuldade de sair do armário, e não sobre a história de um povo massacrado em uma guerra estúpida.

O ANO DE 1985

(1985)
Dir.: Yen Tan
EUA - 2018

Adrian vai passar o Natal com os pais, com quem nunca falou sobre sua homossexualidade.

O problema é que ele está passando por um pesado drama pessoal depois de ter perdido o namorado, além uma outra questão que ele não pode partilhar com sua família, conservadora ao ponto de não determinar que músicas o outro filho pode ouvir.

Filme extremamente delicado, sensível sobre o drama de se viver no armário por medo de ser rejeitado pela família, e numa época aonde a epidemia de AIDS começava a atingir seu auge, condenando a morte seus portadores ao isolamento a comunidade gay.

MARIO

(MARIO)
Dir.: Marcel Gisler
Suíça - 2018

Mario joga num time de futebol da segunda divisão suíça, quando o clube contrata um novo jogador, e também promessa: Leon.

Os dois são então alojados num apartamento próximo ao clube, com a desculpa de economizar tempo de viagem, mas também para entrosá-los, já que são vistos como jogadores de futuro.

O entrosamento dá muito certo, e os dois passam a jogar também na cama.

Mas o ser humano é um bicho invejoso e mesquinho, e logo um jogador que viu os dois juntos começa a espalhar que os dois estão batendo uma bolinha extra campo, e o negócio chega nos dirigentes do clube e agentes dos jogadores.

É aí que o filme toma um rumo interessante, pois clube e agentes passam a se intrometer na relação da dupla com a desculpa de não quererem ver suas carreiras prejudicadas, e seu investimento obviamente ir pra escanteio.

Os dois são aconselhados a arrumar namoradas de fachada a se afastarem, pra não tomarem um cartão vermelho do clube.

O filme tem ótimo ritmo, boas atuações, e não se perde ou fica se arrastando, apesar de suas 2 horas de duração.

E ainda tem um final muito coerente com tudo o que foi apresentado.

COMPROMISSOS FAMILIARES

(FAMILIE VERPFLICHTET)
Dir.: Hanno Olderdissen
Alemanha - 2015

David, judeu e praticamente sustentado pela mãe, vive com Khaled, que a família desconhece ser gay.

O relacionamento segue aos trancos e barrancos até o belo dia em que uma moça aparece grávida afirmando que o filho é de David, e que vai dar a criança para adoção.

A mãe dele tenta fazer com que o filho fique com a criança, idéia que agrada Khaled, mas pra isso ele vai ter que sair do armário para sua tradicional família.

Nada demais, nesse drama com toques de comédia.

MI MEJOR AMIGO

(MI MEJOR AMIGO)
Dir.: Martín Deus
Argentina - 2018

Filme com trama muito parecida com o daí de baixo, aonde Lorenzo mora com a família em uma cidadezinha da Patagônia argentina quando subitamente os pais levam Caíto, filho de um amigo da família, pra passar um tempo com eles, pois o garoto teve um problema familiar.

Esse aqui segue o modelito tradicional: Lorenzo tem uma família estruturada, enquanto a do outro é o oposto mas mesmo assim eles vão se aproximando e respeitando as diferenças um do outro, até que chegar a inevitável separação.

Falando em modelos, é bem típico da cartilha argentina, com a observação dos personagens e aquela certa impressão de se falar de pessoas que poderiam ser nossos vizinhos, amigos, etc.

PIHALLA

(PIHALLA)
Dir.: Nils-Erik Ekblom
Finlândia - 2017

Miku está passando as férias de verão com os pais em uma casa à beira de um lago em algum lugar de Finlândia quando conhece o novo vizinho, Elias, mais saidinho que ele.

Se Miku é de uma família ajustada, o mesmo não se pode dizer do novo amigo.

Daí em diante não precisa imaginar o que vai acontecer entre eles, sendo que Miku acredita estar namorando, e o outro apenas curtindo um namorico de estação.

É bonitinho, bem intencionado, honesto, mas não passa de mais um filme de amores adolescentes.

AL BERTO

(AL BERTO)
Dir.: Vicente Alves do Ó
Portugal - 2017

Al Berto é o pseudônimo de Alberto Raposo Pidwell Tavares, poeta português que que ao fim da ditadura portuguesa volta da Bélgica para a pequena cidade de Sines, para abrir uma livraria.

Ele se envolve com João Maria, mas a relação, o grupo de amigos com quem convivem, e sua vida sexual visivelmente homossexual e liberada, não são bem vistos pela conservadora sociedade local, que reage na forma de ataques e usando a polícia como forma de intimidação.

Baseado em fatos reais, o filme é bem legal e a curiosidade fica por conta do filme ser dirigido pelo filho do ex-namorado de Al Berto.

COLA DE MONO

(COLA DE MONO)
Dir.: Alberto Fuguet
Chile - 2018

Véspera de Natal, e Vicente, Borja e a mãe se preparam para a data.

Após a ceia, a mãe vai dormir, Borja, o mais novo, fascinado por filmes de terror e naquela famosa fase aonde está descobrindo a sexualidade - ele sente tesão pelo irmão - se entrega a fantasias sexuais, depois de encher a cara de cola de mono, famosa bebida local.

O irmão foi para a noite - na verdade, ele também é gay e foi para a pegação em um parque, e quando volta pra casa descobre o irmão descobriu seu segredo e resolve confrontá-lo.

Borja então descobre um segredo de família e a noite termina em tragédia.

O filme ainda faz referência a um fato ocorrido em uma famosa sauna de Santiago.

Filme estranho sobre incesto que se torna ainda mais excitante por ser encenado por dois atores irmãos, além de ser altamente erotizado e cheio de cenas de nudez.

Mas é interessante de se assistir.