sábado, 31 de julho de 2021

UN ÉTÉ VIRIL


(UN ÉTÉ VIRIL)

Dir.:  Laurent Lunetta

França - 2018

Loris rouba o celular do treinador do seu time de futebol e descobre que o sujeito além de pedófilo é obcecado por ele.

Junto do amigo Thomas ele decide se vingar, numa atitude discutível e típica de adolescentes.

O curta é parte do projeto "The Male Gaze: Strikers & Defenders", e é interessante na discussão da pedofilia, até porque, Loris e o amigo tem o hábito de observar (e depreciar) os frequentadores de uma praia de nudismo, exercitando um voyeurismo muito parecido com o do sujeito, que parece se satisfazer apenas observando os garotos.

sábado, 24 de julho de 2021

LANTEJOULAS NUMA SALA AZUL


(SEQUIN IN A BLUE ROOM)
Dir.: Samuel Van Grinsven
Austrália - 2019

Sequin é o nome de guerra de um garoto de 16 anos, que se aventura pelos aplicativos da vida atrás de sexo anônimo e sem compromisso.
Isso até ele ir parar numa orgia, na Sala Azul do título, aonde se encanta por outro garoto, de quem não pega o contato. Ou seja, o app é a única chance de reencontrar seu príncipe encantado.
Só que ele havia cometido um erro com outro sujeito, que agora está em sua cola, em parte em busca de vingança, em parte por puro tesão.
Cheio de estilo no visual, tem mais forma do que conteúdo, o que é um erro, porque a estória teria interesse se focasse mais no drama e no suspense: no fundo, é sobre um adolescente perseguido por um quarentão casado, e aonde os dois estão certos e errados: um porque roubou; o outro porque deixou claro que era no mínimo mau caráter e provavelmente um pedófilo.
Ps.: "Sequin", como o protagonista se apresenta, é por causa da roupa de lantejoulas que ele usa, enquanto atende a comunidade que frequenta os app's da vida.

domingo, 18 de julho de 2021

ALLES MOET WEG


(ALLES MOET WEG)

Dir.: Jan Verheyen

Bélgica - 1996

Tony tem uma vida que se poderia definir como invejável: a família tem dinheiro, ele estuda direito, e o pai ainda por cima é promotor, o que certamente lhe abrirá as portas depois de formado.

Mas nada disso parece satisfazer o rapaz, que é homossexual e não se interessa pelo curso que escolheu. Ele decide roubar o pai e compra uma van caindo aos pedaços pra virar caixeiro viajante, coisa que não parece dominar muito bem.

A ideia dá errado logo de cara: ele é roubado um ex-presidiário pé de chinelo, mas acaba fazendo amizade com o sujeito, que é mais um desajustado pobre coitado do que um ladrão perigoso e se mete em uma aventura transgressora, que vai marcar uma espécie de entrada na vida adulta, principalmente quando apresentado a dura vida de quem não teve um décimo de suas oportunidades.

Não é ruim, e até se tem certa simpatia pelo protagonista que não é mau caráter, apenas alguém tentando se livrar das amarras da família e da sociedade.

Talvez force um pouquinho a barra de como alguém vira corretor de seguros de uma hora pra outra, mas , fica por conta da fantasia do cinema, né?

domingo, 4 de julho de 2021

YO, ADOLESCENTE


(YO, ADOLESCENTE)

Dir.: Lucas Santa Ana

Argentina - 2019

Dirigido pelo mesmo diretor do muito legal "Como Una Novia Sin Sexo".

Nicolás Zamorano, vulgo Zabo, tem 16 anos e recém perdeu o melhor amigo, que se suicidou.

O filme segue a vida de Zabo como o diário que ele registra na internet, aonde são relatadas suas dúvidas, questionamentos, paixonites de adolescência e os envolvimentos com meninos e meninas, especialmente com Cristina e Ramiro.

O ator que interpreta Zabo, de 22 anos mas aparência condizente com o personagem é uma graça, e passa credibilidade, embora às vezes pareça adulto demais para a idade.

Além disso, a direção é sensível e todo o elenco rende bem.

O final talvez seja um pouco duro, talvez incomode um pouco, mas nem assim faz concessão ao dramalhão barato e ainda deixa um alerta sobre a depressão juvenil.

Mais uma bola dentro do cinema argentino.

O pano de funda trama é o terrível acidente na boate "Cromagñón" quando quase 200 pessoas morreram, e que acarretou o fechamento de diversa casas noturnas na Argentina.