COMO UMA NAMORADA SEM SEXO

(COMO UNA NOVIA SIN SEXO)
Dir.: Lucas Santa Ana
Argentina - 2016

Daniel, Adrián e Santiago, amigos de uma vida inteira, viajam para o acampamento aonde divertiam na infância e adolescência, numa espécie de tentativa de reviver um tempo sem responsabilidades. Ou seja, um tempo que não volta mais.

Quando a liberada Julieta, também acampada no lugar entra em cena e se envolve com Santiago, se estabelece uma tensão entre os três pois a idéia era curtirem o local.

E é ela quem alerta sobre a sexualidade de Daniel e seu interesse no amigo Santiago, azedando de vez o que seria um momento entre amigos.

Pra variar, mas um filme argentino bem interessante sobre o despertar da sexualidade e da dificuldade de lidar com isso em um ambiente machista.

O ator que interpreta Daniel, Javier de Pietro, esse na parte de baixo do poster, além de ser uma gracinha, já foi visto nos filmes já comentados aqui "Ausente", aonde interpretava o adolescente que assediava o professor, e "Tensión Sexual", no episódio do garotão que ia visitar o primo e se encantava com o amigo desse.

FRONT COVER

(FRONT COVER)
Dir.: Ray Yeung
EUA - 2015

Mais um daqueles dramas by USA.

Astro do cinema chinês nos EUA para divulgação de um filme, decide contratar um estilista local pra lhe dar um trato no visual.

Por exigência dele o estilista deve ser de origem chinesa e, como se consegue de tudo em Nova Iorque, ele consegue o que quer, mas implica com o sujeito por esse ser abertamente gay.

Lógico que o astro chinês não é 100% hetero e os dois vão se pegar, mas ele não pode sair do armário sob pena de ver sua carreira encerrada.

Parece uma sessão da tarde, e só.

UM BEIJO

(UN BACIO)
Dir.: Ivan Cotroneo
Itália - 2016

Lorenzo, que ama Antonio, que ama Blu.

Lorenzo, 16 anos, gay assumidíssimo e estiloso, sai de Milão para morar com os pais adotivos em alguma cidade italiana, e logo chama a atenção dos demais adolescentes por seu estilo chamativo.

De cara ele faz amizade com Blu, mal vista pela outras meninas por ter feito sexo com o namorado e mais três garotos em uma mesma noite e que é o objeto de paixão do gatinho Antonio, um menino depressivo e isolado que é aceito pelos demais apenas por ser o destaque do time de basquete.

Os três acabam fazendo amizade, e Lorenzo, o mais extrovertido do trio, embora toda sua extroversão pareça mais uma defesa, se apaixona pelo amigo.

O filme é bonitinho, bem interessante e talvez só derrape no final, quando um personagem toma uma atitude que parece contraditória com o que se viu de seu comportamento no resto do fillme, mas, ainda assim, vale a pena assistir.

ALIGARH

(ALIGARH)
Dir.: Hansal Mehta
Índia - 2015

Filme sobre um tema raro no cinema indiano e que é tabu no país, pois a constituição condena a homossexualidade.

Tahir Islam tem 64 anos, é professor universitário e simplesmente tem sua casa (que é cedida pela universidade) invadida por dois homens que o filmam na cama com outro.

À partir daí sua vida vira do avesso: ele é demitido por imoralidade às vésperas da aposentadoria, despejado e visto quase como um criminoso. A isso se soma o fato de ensinar um dialeto pouco falado na região e ser brâmane, em uma região de forte presença islâmica, o que ele acredita ser mais motivo de preconceito do que a homossexualidade em si.

Só que sua história ganha os jornais, e uma associação decide entrar na justiça requerendo sua reintegração, baseado numa decisão da justiça indiana, que descriminalizaria a homossexualidade - depois essa decisão foi revogada. Detalhe que fato de ele ter tido sua casa invadida, é praticamente ignorado como uma violação de seus direitos pelos seus pares.

Filme honesto, bem tocado e sem os exageros típicos do cinema indiano - tem menos de duas horas, coisa rara por lá...

Destaque para um certo destaque das contradições da sociedade indiana, aonde o ambiente da faculdade é essencialmente masculino - mas defendido por uma mulher, que expõe todo o preconceito que sua sociedade carrega - e o jornal que cobre os acontecimentos, chefiado por uma mulher mais nova chegada numa bebida às escondidas e aparentemente liberada sexualmente.

Uma ótima pedida baseada em fatos reais.

O BOSQUE DE KARADIMA

(EL BOSQUE DE KARADIMA)
Dir.: Matias Lira
Chile - 2015

Filme denúncia sobre um padre muito famoso no Chile, mas que não passava de um abusador de seus assessores mais jovens, aqui representados por Thomas, que mesmo casado e com filho continuava a ser abusado pelo sujeito.

O filme é bacana, e aparentemente foi o Thomas verdadeiro que denunciou o padre taradão.

A única coisa que parece estranha e um tanto inaceitável, para quem está de fora, que fique bem claro, é como um homem de quase 40 anos se sujeita aos caprichos de outro muito mais velho e em posição de fragilidade pelo cargo que ocupava.

A coisa chegava a tal ponto que o tal Karadima só aceitou o casamento de seu pupilo com a condição de ser o mentor espiritual da família dele.

Ainda assim, um bom filme sobre como mentes em busca de algum tipo de conforto espiritual - Thomas vinha de um lar desfeito e tinha uma mãe meio distante - pode se submeter à vontade de outro acreditando que assim encontrará a paz que busca.