BOY CULTURE

(BOY CULTURE)

Dir.: Q. Allan Brocka

EUA - 2006

X (só no final ficamos sabendo seu nome) é michê, mas se define como de bom coração.

Ele se orgulha de não transar com ninguém sem receber desde os 12 anos, e mantém um relacionamento fixo com 12 clientes que o sustentam.

Quando um deles morre ele inclui um novo em sua agenda, Gregory, que lhe propõe um jogo aonde eles se envolveriam em um falso romance apenas para que o sexo entre eles aparente ser feito com algum interesse que não apenas o financeiro, e a partir dessas conversas se traça um perfil psicológico do michê.

X divide um apartamento com 2 amigos, e formam um triângulo amoroso: Andrew, por quem é apaixonado mas não correspondido, pois esse não aceita sua condição de garoto de programa; e Joey, uma pintosa que é louco por X.

O curioso é que quando Andrew parte para a galinhagem X o recrimina, pois não concorda que gays transem a torto a direito, sem ter nada em troca.

Filminho bacana, bem dirigido e interpretado, que faz uma crítica curiosa ao mundo gay, aonde o michê é fiel a seus clientes e critica a facilidade com que os gays trocam de parceiro.

COVER BOY: A ÚLTIMA REVOLUÇÃO

(COVER BOY - L'ULTIMA RIVOLUZIONE)

Dir.: Carmine Amoroso

Itália - 2007

Ioan é romeno, e devido à falta de oportunidades em sua terra natal aceita o convite de um amigo para "ganhar muito dinheiro com pouco trabalho" na Itália, mas devido a falta de documentos do amigo, apenas ele pode seguir viagem.

Sem muito dinheiro no bolso e sem conhecer ninguém, ele fica vagando pelas ruas de Roma, até travar contato com Michelle, faxineiro, de quem recebe o convite de sublocar o apartamento que o italiano aluga.

Entre os dois, na verdade ambos excluídos, nasce a amizade, e um outro sentimento por parte de Michelle, que guarda para si o que sente.

O romeno até consegue um emprego em um ferro-velho, mas é demitido devido ao risco que seu patrão corre de ter o negócio fechado por manter um imigrante ilegal em seu estabelecimento.

Sem outra forma de ganhar dinheiro, Ioan vai para os sinais de trânsito lavar vidros de carros (lá como cá, sendo que ele usa uma camisa escrito "Brasil" em sua atividade), mas mesmo assim é expulso do ponto pelo "dono" do lugar.

Então ele tira a sorte grande: uma caçadora de talentos o convida para ser modelo, o que implica uma mudança para Milão, além de uma profunda depressão em Michelle.

Bom filme italiano, que faz uma crítica a uma geração aonde fotos da Revolução Romena, responsável pela morte do pai de Ioan, viram peças publicitárias, mas que valores como amizade ainda existem.

Não é exatamente um filme de temática gay, mas vai saciar os voyeurs de plantão com fartas cenas de nudez do bonito ator que interpreta o imigrante romeno.

TESTOSTERONA

(TESTOSTERONE)

Dir.: David Moreton

Argentina / EUA - 2003

Dean foi abandonado pelo namorado Pablo, que saiu para comprar cigarros e desapareceu. Na verdade o cara voltou para a terra natal, a Argentina, aonde sua família é importante na política. Ainda apaixonado, Dean vai atrás do amado e bate de frente com a mãe do cara, interpretada por uma Sonia Braga cheia de laquê.

Ele acaba fazendo amizade com Sofia, que trabalha em frente a casa de Pablo e decide ajudá-lo. Enquanto isso, Dean também se envolve com Marcos, ex de Pablo. Depois de uma tragédia, Dean acaba fazendo uma descoberta surpreendente.

Chatíssima co-produção entre Argentina e EUA, que só vale pelos rostinhos bonitos dos três rapazes que participam da bomba. Digo, do filme.

NO ARMÁRIO

(IN THE CLOSET)

Dir.: Jody Wheeler

EUA - 2008

Garoto inexperiente leva uma pegação para seu apartamento, mas a pegação não pode nem imaginar o que seu peguete esconde no armário.

Horror que surpreende com algumas cenas de nudez, e só.

Brent Corrigan, que interpreta o dono do apartamento é ator pornô e lindo.

MADAGASCAR SKIN

(MADAGASCAR SKIN)

Dir.: Chris Newby

Inglaterra - 1995

Harry (John Hannah, de "A Múmia") é gay e tem uma mancha no rosto, que lhe causa vergonha e é motivo de rejeição de quem dele se aproxima.

Ele vive praticamente nas sombras, vivendo em um carro e sobrevivendo de restos, até encontrar Flint enterrado na areia, apenas com a cabeça de fora, e que certamente morreria vítima da maré alta.

Flint é outro ninguém e entre os dois surge então amizade, cumplicidade e a possibilidade e finalmente encontrar uma cara metade que não se importe com sua marca de nascença.

Estranho filme inglês sobre gente que seria totalmente posta de lado no mundo GLS de danceterias e lugares da moda.

É lento e definitivamente não voltado para o grande público.

O INIMIGO NATURAL

(L'ENNEMI NATUREL)
Dir.: Pierre-Erwan Guillaume
França - 2004

Jovem tenente da polícia francesa é designado para acompanhar as investigações sobre a morte de um adolescente, cuja mãe acusa o pai pela morte do garoto, mas que poderia ter sido um acidente.

Só que ele passa a ter um sentimento dúbio pelo suspeito: ao mesmo tempo que o detesta por considerá-lo um libertino (o cara tem casos com várias mulheres), também se sente atraído, principalmente de depois de vê-lo nu e descobrir que o cara é bem dotado (muitíssimo bem dotado seria o termo mais adequado).

Apesar disso, a investigação segue em frente e termina por revelar um caso de incesto com conseqüências trágicas.

O filme é polêmico por causa das cenas com o membro de Aurélien Recoing, que interpreta o suspeito, (o troço ainda aparece duríssimo, mas não dá pra saber se é o mesmo ou o de um dublê) já que a história corriqueira é banal.

O ator que faz o tenente também aparece nu, mas seu talento tem tamanho padrão.

POSTMORTEM

(POSTMORTEM)

Dir.: Eldar Rapaport

EUA - 2005

Depois de um tempo sem se ver, Troy e Thomas se reencontram em uma cafeteria. No passado eles tiveram um envolvimento que não foi adiante devido a aversão do primeiro a relacionamentos.

Entre os dois ainda há interesse mútuo, mas fica claro que algo mais é impossível.

Curta bacaninha embalado por uma música igualmente bacana.

ANFETAMINA

(AMPHETAMINE)

Dir.: Scud

Hong Kong - 2010

Daniel, um mauricinho, trabalha no mercado financeiro, e ao voltar da Austrália para Hong Kong conhece Kafka, um professor de natação que também é viciado em anfetaminas, e carrega todas as carências afetivas que um órfão de pai que tem que cuidar de uma mãe doente pode carregar.

De início Kafka resiste ao assédio do outro por não se considerar gay, mas acaba se entregando, mas por carência do que por aptidão para a coisa.

Só que o vício do moço acaba colocando os 2 em maus lençóis, obrigando ambos a decidir o que querem da vida.

O terceiro filme do diretor de nome esquisito não avança muita coisa em relação ao anterior, "Residência Permanente": estão em ambos mãe doente; diferença de classes sociais; alguém que tem que partir e deixar o outro; gay apaixonado por um hetero e que insiste até conseguir o que quer; e uma Hong Kong modernosa e cosmopolita.

Aliás, talvez propositalmente a cidade é mostrada meio despersonalizada, como se a história pudesse se passar em qualquer cidade grande. A única coisa que parece identificar o filme como oriental são as rápidas cenas em um templo e os olhos puxados de seus protagonistas.

Só que o tema (diferença de classes e/ou vício em drogas) é batido, e na falta de conteúdo mais original o diretor investe na forma. Tem direção vídeoclipada (legais as cenas de bumg jumping), fotografia clean, algumas sequências lúdicas, atores bonitinhos com corpos ídem, e muita cena de nudez e erotismo (Scud gosta muito de cenas em chuveiros).

Ou seja, o filme parece uma extensão do anterior. Não há novidade nem de forma e muito menos de conteúdo. Só vale mesmo pelas boas cenas de nudez dos protagonistas, obviamente para os que curtem a beleza oriental.

ANTES QUE EU ME ESQUEÇA

(AVANT QUE J'OUBLIE)

Dir.: Jacques Nolot

França - 2007

Aos 58 anos Pierre Pruez (Jacques Nolot) é escritor e está em crise criativa, além de ser soropositivo.

Sou vida é solitária, pois o companheiro morreu recentemente e ele passa seu tempo saindo com michês, conversando com outros amigos da mesma faixa etária, igualmente solitários e às voltas com garotos de programa, além das visitas ao psicólogo.

Um filme triste, com direção e boa atuação de Nolot, que também mostra coragem nas cenas de nudez.

Em um trecho do filme, um amigo de Pierre o aconselha a se mudar para o Brasil, aonde ele vive parte do ano, mas Pierre recusa porque "o Brasil é muito barulhento", ao que o amigo retruca, dizendo que "lá tem muitos jovens, e que eles custam R$100,00", assim mesmo, em Reais.

Incrível como os filmes GLS sentem atração por escritores em crise.