ALKALI, IOWA

(ALKALI, IOWA)
Dir.: Mark Christopher
EUA - 1995

Garotão que vive com o avô meio intolerante, a mãe e a irmã mais nova em uma fazenda, descobre, entre as ruínas da antiga casa que existia no local uma lancheira com fotos de seu pai.

As fotos, mais o comportamento do avô, que não fala sobre o local, o levam a crer que ele e o pai tinham algo em comum com relação a sua sexualidade.

Interessante como até entre um bando de caipiras e longe da cidade grande, a galera descola um lugar para fazer pegação.

Curta bacana.

AVRIL

(AVRIL)
Dir.: Gérald Hustache-Mathieu
França - 2006

Avril, noviça às vésperas de proclamar seus votos e se tornar freira, descobre ter um irmão gêmeo - eles foram abandonados na porta do convento, e o menino foi dado para a adoção, ficando Avril aos cuidados da madre superiora do convento, na verdade, mas pra atender um capricho dessa, de criar uma criança.

Incentivada por outra freira, ela vai em busca de seus irmão, que é homossexual, e descobre que pode existir uma vida interessante fora das paredes da clausura.

Os sites e blogs voltados para o cinema temático sempre listam esse aqui entre os filmes gays, mas nem é esse o foco da trama, e sim sobre repressão, sexualidade, a importância de uma família de fato na criação de alguém, etc.

Um filme bonito, delicado, que talvez só deslize no finzinho, numa cena de violência meio desnecessária.

O gatinho tatuado Nicolas Duvauchelle, do drama "For Fews", faz par com a freira.

LA PARTIDA

(LA PARTIDA)
Dir.: Antonio Hens
Cuba / Espanha - 2013

Yosvani e Rei são amigos: o primeiro trabalha e mora com o sogro, que é contrabandista e com quem trabalha, enquanto o segundo vive com a mulher, o filho e a sogra parasita, que o incentiva a se prostituir com homens. O que Rei ganha, é gasto comprando as roupas de grife contrabandeadas pelo sogro do amigo.

As relações parecem se mantar equilibradas, apesar da vida dupla pública e notória de Rei, que também é bom jogador de futebol e recebe um convite para jogar por um clube, daí o nome do filme.

Até que, após uma bebedeira, Rei dá um beijo em Yosvani, o que desperta um desejo que este nem sabia existir, e acaba por embaralhar a vida de todos os protagonistas.

Produção simples, sem grandes sofisticações de fotografia ou invencionice na direção, provavelmente devido às visíveis limitações financeiras do filme. Mas é um filme bacana, bem contado e interpretado e que serve como um mergulho na vida cotidiana e, digamos, capitalista, da sociedade cubana, com gente tentando sobreviver as dificuldades financeiras, o que, convenhamos, não é exclusividade de Cuba.

XENIA

(XENIA)
Dir.: Panos H. Koutras
Grécia / França / Bélgica - 2014

Dany, de 16 anos e Odysseas, prestes a fazer 18, foram abandonados pelo pai quando crianças e quando a mãe morre, o primeiro viaja para Atenas atrás do segundo para, juntos, irem atrás do pai, que teria mudado de nome e entrado para a política, militando em um partido de extrema direita.

Além disso, Dany, que é gay, quer que o irmão participe de um programa da tv grega para novos talentos, já que o garoto é bom cantor.

Em Atenas Dany se mete em confusão com um grupo homofóbico - eles também são albaneses por parte de mãe, motivo de mais preconceito - e a dupla acaba tendo que fugir e se esconder em um hotel abandonado, enquanto procuram pelo pai e esperam a chamada para que Odysseas se apresente no tal show.

O filme não segue muito aquele modelo de irmãos que se descobrem e se tornam amigos, já que os dois nunca pareceram ser muito afastados, sendo o afastamento mais pela sobrevivência e necessidade de emprego do segundo. Os conflitos se dão mais pela personalidade de cada um: Odysseas é mais arredio, enquanto o outro é um poço de carência, que esconde consumindo doces e se apegando a um bicho de pelúcia.

Filminho bacana, bemfeitinho, com destaque para o ator que interpreta Odysseas, que é uma gracinha.