domingo, 30 de agosto de 2020

EL REY DE LA HABANA

(EL REY DE LA HABANA)
Dir.: Agustí Villaronga
Espanha / República Dominicana - 2015


Reynaldo foge da cadeia pra onde foi ainda adolescente depois de um assassinato acidental.
Ele volta pro bairro miserável aonde vivia e não tem mais família lá (foi a avó quem morreu) e acaba ganhando guarita e algo mais de uma ex-vizinha, para logo depois reencontrar a filha dessa, Magda, com quem logo se amasia.
O relacionamento é uma droga - brigas, fome, a casa é um cômodo em um prédio condenado e ele ainda tem que aceitar a prostituição de Magda, que é quem mantém o casal.
Ele faz amizade com Yunisleide, travesti que mora no cômodo vizinho, que também se prostitui mas mantém uma vida muito mais estável que a do casal.
A coitada até arruma emprego pra Reynaldo, apesar do ódio mortal que Magda mantém pelo relacionamento.
O filme se centra nas três personagens, aonde a homossexualidade é mais um detalhe na trama, aonde a verdeira protagonista é a necessidade de sobrevivência em Havana, no início dos anos 90 quando o fim da URSS deixou o país extremamente carente de recursos.
É um verdadeiro vale tudo: roubo, tráfico, prostituição que embalam um filme com um pé no dramalhão mexicano - a trama dos olhos roubados pra comércio no mercado negro é meio dura de engolir, mas é um filme bem intencionado, não voltado exatamente para o público gay.

domingo, 23 de agosto de 2020

MARIPOSAS VERDES

(MARIPOSAS VERDES)
Dir.: Gustavo Nieto Roa
Colômbia - 2017


Mateo e Daniel são amigos de infância e estudam no mesmo colégio.
Recentemente, um aluno cometeu suicídio, o que Mateo atribui a rigidez da disciplina do lugar, comandado com mão de ferro por uma diretora.
Só que entre os dois pinta um clima, sendo que o pai de Daniel é extremamente machista, homofóbico e intolerante a qualquer coisa que não seja relacionado a homossexualidade.
Paralelamente a isso, uma colega dos meninos, Angela, vive seu próprio inferno pessoal nas mãos de uma turma de bad boys da escola.
Um filme interessante, que talvez pudesse ser mais caprichado nos diálogos e na direção de certas cenas de assédio envolvendo Angela.
Mas é honesto e talvez só peque no final meio incoerente com a personalidade de um dos protagonistas.

sábado, 15 de agosto de 2020

NÃO É HOMOSSEXUAL QUE É PERVERSO, MAS A SOCIEDADE EM QUE ELE VIVE

(NICHT DER MOMOSEXUELLE IST PERVERS, SONDERN DIE SITUTIAON IN DER ER LEBT)
Dir.: Rosa Von Praunheim
Alemanha - 1971


Espécie de documentário que segue Daniel, que sai de uma cidade pequena para viver em Berlim.
O filme praticamente não tem diálogos, só uma narrativa, porém cruel, ácida e feroz sobre o comportamento gay da época (ou será ainda atual?).
Praunheim filma de maneira curiosa, seguindo Daniel com sua câmera ora em seus relacionamentos; ora as aventuras sexuais do sujeito em bares, banheirões ou pegação em parques públicos; ora vira a câmera para a sociedade gay da época, que talvez cause espanto com o colorido de suas roupas ou da decoração de bares e casas (extremamente cafonas e exageradas aos olhos de hoje, e que também vale para os penteados da galera).
Enquanto isso, um narrador desce o pau no comportamento gay, visto por ele como um grupo que tenta emular as relações heteras, e que fatalmente tende a infelicidade, por ser fútil e indiferente ao sofrimento do próprio grupo.
Alguns vão tachar de esquerdista, outros do relato de alguém frustrado, outros vão se identificar com o que foi dito quase 40 anos atrás, mas vai ser meio difícil ficar indiferente ao que se vê.

sábado, 8 de agosto de 2020

DRIVE ME HOME

(DRIVE ME HOME)
Itália - 2018
Dir.: Simone Catania


Antonio e Agostino eram os melhores amigos na cidadezinha aonde viviam, até o segundo desaparecer sem dar satisfações - o pai disse que ele teria ido estudar na Suíça.
15 anos depois, Antonio consegue encontrar o amigo, que virou caminhoneiro, e vai descobrir o porquê da fuga - não precisa nem dizer qual o motivo do sumiço, né? senão o filme não estaria sendo comentado aqui.
O filme é simpático - fala de amizade verdadeira, a ponto de não se importar com a opção sexual do amigo, mesmo que esse se revele levando o outro em uma sauna mista, o que deve ser uma bola fora do roteiro, ou uma tentativa do sujeito de deixar claro qual a sua opção, sem usar subterfúgios (aí cabe a interpretação de cada um).
Como um dos protagonistas é caminhoneiro, o filme tem uma pegada meio de road movie, com os dois viajando para entregar a carga que Agostinho leva no camimhão.

sábado, 1 de agosto de 2020

LOS FUERTES

(LOS FUERTES)
Dir.: Omar Zúñiga Hidalgo
Chile - 2019


Lucas vai visitar a irmã, que é dentista numa região remota do sul do Chile, e conhece Antonio, que trabalha num barco de pesca.
Os dois são de mundos diferentes: Lucas mora e estuda no Canadá e é de melhor condição social que o outro, que ambiciona ter o próprio barco.
O amor dos dois é bonitinho, mas Lucas uma hora vai ter que voltar pra casa...
Lembra o inglês "Weekend", sobre casais que se conhecem, se encantam um pelo outro, mas que não poderão ficar juntos porque vivem em cidades ou países distantes, mas esse aqui tem méritos próprios: a estória é bem contada, embora meio longa; o casal tem uma química ótima, que deve se dever ao fato de terem feito juntos o curta que deu origem a este longa; e é um filme delicado passado numa região distante de uma metrópole aonde os dois poderiam ter uma expectativa de relacionamento.
Ah sim, a cena de sexo entre dois é ótima, e a impressão é de ser ver um casal de verdade, tal a forma como os dois protagonizam a cena.