domingo, 27 de dezembro de 2020

NOVE DE NOVEMBRO


(NOVE DE NOVEMBRO)

Dir.: Lázaro Louzao

Espanha - 2018

11 anos discutindo a relação.

Miguel e Roberto estão juntos há 11 anos e o filme mostra diversas fases da vida em comum dos 2.

São anos de dureza, pois nitidamente os dois são de classe média baixa: Miguel foi rejeitado pela família por ser gay e Roberto tenta sobreviver como fotógrafo.

O filme alterna momentos de intimidade feliz e as brigas de que seriam comuns a um relacionamento, embora fique nítido que parece haver um desgaste na relação.

Um drama bacana, com apenas dois atores em cena e uma direção que consegue deixar os dois à vontade, dando a impressão de realmente serem um casal.

Filem sensível, mas que não é voltado para o grande público.

sábado, 19 de dezembro de 2020

LABEL ME

(LABEL ME)
Dir.: Kai Kreuser
Alemanha - 2019


Waseen é refugiado sírio na Alemanha e faz programas pra sobreviver, mas sobre certas regras, já que ele é hétero: não beija na boca, não faz sexo passivo e não fala da vida.
Numa dessas ele conhece Lars, sujeito bem de vida, pelo que se percebe, mas solitário e que por algum motivo se interessa pelo outro e até paga pra ter informações sobre a vida pessoal do imigrante.
Desse interesse genuíno abre-se uma frestinha pra se saber da vida de Waseen, mas que também pode expô-lo a intolerância de seus conterrâneos.
Média metragem de 60 minutinhos que conta muito bem sua história simples sobre solidão, prostituição, carência e curiosidade sobre ver o outro não como uma coisa, apesar da profissão exercida.

domingo, 13 de dezembro de 2020

MOOTHON


(MOOTHON)

Dir.: Geethu Mohandas

Índia - 2019


Mulla sai da ilha aonde mora e vai para Bombaim atrás do irmão, Akbar, que ela não vê desde pequena e de quem não tem mais notícias. O irmão saiu de casa por causa de sua sexualidade, conforme vai ser descoberto mais tarde.

Ela é transgênero (se veste como menino) e ao chegar é levada para um orfanato de onde foge e passa a viver com um grupo de crianças que trabalha para um chefe do tráfico local.

Foge um pouco do padrão dos filmes indianos porque não têm as habituais dancinhas e musiquinhas e ainda fala de prostituição e consumo de drogas, além do tráfico de seres humanos, que é o destino que parece sempre rondar o protagonista, e tem menos de 2 horas.

Talvez seja um pouco corrido; tem uma passagem que parece ter sido cortada pra dar agilidade a trama e a gente fica sem entender como a personagem escapou, já que estava amarrada, assim como no final.

Mas, enfim, é um filme interessante, que cresce muito nas cenas passadas na ilha, com uma cerimônia religiosa que baseada na auto-flagelação e no envolvimento delicado entre dois homens, um deles mudo.

domingo, 6 de dezembro de 2020

30 ANOS DE ADONIS


(SAN
 SHI ER LI)

Dir.: Scud

Hong Kong / China - 2017


Filme de outro especialista do gênero, que assina como "Scud".

Esse aqui segue a linha de seus filme já citados aqui, "Anfetamina" e "Permanent Residence": boa técnica e muita nudez e sexo, aqui com ainda mais ousadia nas cenas de sexo, e menos estória.

O problema é que o filme parece ser só isso: ator da Ópera de Pequim, Yang Ke, fica desempregado e decide seguir carreira na pornografia e na prostituição, sem imaginar que as novas profissões vão bagunçar seu carma.

A parte mística é a mais interessante: se passa em um belíssimo templo budista, mas é curta. Antes disso, é um festival de corpos nus e cenas de sexo, quase todas apenas encheção de linguiça, embora tecnicamente bem filmadas.

Como curiosidade, tem uma das falas mais incríveis do cinema, quando a guia espiritual e o desencarnado observam um casal transando e a guia diz: "se você entrar no ânus de fulano, você pode reencarnar como filho dele." Pois é.

Ah sim, o diretor deve se achar bem importante, pois num diálogo banal uma cantora qualquer é citada pois sua música "vai estar no novo filme do Scud".

Divirtam-se.