LONGHORNS

(LONGHORNS)
Dir.: David Lewis
EUA - 2011

Comedinha sobre Kevin, que toca punheta em seus amigos mas não se acha gay, até se envolver com Cesar, assumidamente gay e entrar em crise sobre suas relações com os amigos.

Até surpreende, pois todo o elenco aparece de pinto de fora, o que é raro nos filmes de gênero feitos nos EUA, só que a historinha é muito sem graça. Detalhe, um dos atores do elenco tinha 37 anos na época das filmagens (segundo o IMDB) e faz papel de pós adolescente...

Totalmente descartável.

COMING OUT

(COMING OUT)
Dir.: Heiner Carow
Alemanha Oriental - 1989

Philipp é professor do colegial e engata um namoro com uma ex-colega de escola, até decidir entrar em um bar gay com a desculpa de comprar cigarros (essa é boa né?), e logo no ano novo.

Ele acaba enchendo a cara e é ajudado pelos outros frequentadores, mas acaba conhecendo Mathias, com quem volta a se encontrar depois e por quem se interessa.

Quando Mahias descobre que Philipp mentiu dizendo não ter ninguém, ele acaba perdendo tanto a namorada, Tanja, quanto Mathias e descobre que está na hora de enfrentar a si mesmo e seus medos, pois ele já tivera uma relação com um homem que não acabara bem por sua causa.

Drama que é considerado o primeiro feito na Alemanha Comunista, e deve ter sido o único, já que o país acabou logo depois.

Talvez por preconceito e por desconhecimeto, a impressão que a antiga RDA passava era a de um país muito fechado aonde as relações interpessoais eram vigiadas, como era hábito no países comunistas.

O filme deixa de fora questões políticas, talvez para tentar fugir da censura, mas mostra um país com uma cena gay que inclui bares e shows de travestis, mas que, obviamente, vivem na sombra, com medo - e isso o filme deixa claro - da perseguição.

Um filme legal, que registra uma realidade que é igual em qualquer lugar do mundo, mesmo nos lugares mais liberais, seja devido a força de leis anti-gays, seja pelo simples preconceito ou medo de se expor.

HITCHCOCKED

(HITCHCOCKED)
Dir.: David M. Young
EUA - 2006

Dois caras se conhecem e vão para a casa de um deles, para a primeira transa da vida do visitante. Só que o anfitrião começa uma brincadeira perigosa no chuveiro, em referência ao mais famoso filme de Hitchcock.

Bem bacaninha.

EATING OUT

(EATING OUT)
Dir.: Q. Allan Brocka
EUA - 2004

Caleb levou um pé no rabo da namorada Tiffani, que acha que ele não tem pegada. Ele então conhece Gwen, que tem fama de só sair com gays. Orientado por Kyle, ele se passa então por gay, pois segundo o amigo - que é gay e divide uma casa com Caleb - as mulheres gostam de sair com gays pois acham que podem curá-los.

A idéia dá certo pela metade: Gwen se interessa por ele, mas Marc, que divide apartamento com ela também; além disso, Marc é objeto do desejo de Kyle. Pronto. Está armada a confusão.

Primeiro de uma série de filmes, esse aqui se vale da agilidade e rapidez nos diálogos para contar sua história, além de um delicioso protagonista que aparece em nu frontal.

Não é grandes coisas, mas é a  melhor das comedinhas já comentadas aqui. A sequencia mantém o mesmo nível.

HUHWIHAJI ANHA

(HUHWIHAJI ANHA)
Dir.: Hee-il Leesong
Coréia do Sul - 2006

Su-min cresceu em um orfanato, e quando fez 18 anos teve que cuidar da própria vida. Ele consegue emprego em uma fábrica, mas quando há demissões devido a uma crise, ele perde o emprego.

Com pouca instrução, ele recorre a prostituição em uma espécie de prostíbulo masculino, aonde volta a reencontar o ex-patrão, Jae-min que é apaixonado por ele.

De ínicio Su-min recusa o amor do outro, mas acaba cedendo e deixa a vida de michê. Só que a família do cara lhe arruma uma mulher e ele acaba sobrando na história. Quando Jae-min, se toca da burrada que está fazendo, Su-min já encontrou uma maneira meio desesperada de se vingar e faturar algum dinheiro.

Draminha coreano pelo qual o espectador passa sem maiores sobressaltos.

Para quem curte a beleza oriental, o ator que interpreta Su-min é uma graça.

O SEGREDO DE ANTONIO

(ANG LIHIM NI ANTONIO)
Dir.: Joselito Altarejos
Filipinas - 2008

Antonio tem 15 anos, está terminando os estudos, vive com a mãe em Manila e é de uma família de classe média, aonde o pai trabalha em Dubai há anos, e o contato é esporádico, por telefone.

Ele está naquela fase da vida aonde a sexualidade ainda está sendo descoberta, e ele acabou de ter a primeira experiência sexual (beijos, masturbação e sexo oral) com um amigo, que primeiro deixou, mas depois não gostou muito da idéia.

Próximo ao Natal os avós paternos vão visitá-los e levam junto o tio, na faixa dos 25 anos, saradão, e que está se preparando para entrar na marinha.

Na verdade o cara é um vagabundo, que vive às custas do irmão e faz programas com homens para arrumar uns trocados. Antonio acaba se encantando com o cara e não demora a se envolver com ele, debaixo do nariz da mãe, até que o caráter do tio se manifesta e a história ruma à um final infeliz.

Ótimo drama filipino, visivelmente feito com apenas uma câmera e praticamente um cenário. Além do drama em si, é legal por mostrar a vida em um país distante, de língua esquisita que mistura termos em inglês, espanhol e a língua nativa. Destaque para o ator que interpreta Antonio (chegam a beirar a pedofilia as cenas que o envolvem, devido a sua cara de garoto) e atriz que interpreta a mãe, principalmente nas cenas finais, quando seu mundo cai em um único dia.

FISHBELLY WHITE

(FISHBELLY WHITE)
Dir.: Michael Burke
EUA - 1998

Garoto mora sozinho com pai em uma fazenda, e seus amigos se limitam a uma galinha e outro garoto, que lhe desperta desejo sexual.

Curta que deu origem ao longa "The Mudge Boy", com Emile Hirsch.

RÜCKENWIND

(RÜCKENWIND)
Dir.: Jan Krüger
Alemanha - 2009

Dois garotos que se conheceram há dois meses resolvem passear de bicicleta pelo interior da Alemanha, quando perdem suas bicicletas e acabam parando em uma fazenda, habitada por mãe e filho adolescente.

Sabe-se lá porque, a mulher dá guarita pros dois e a coisa vai assim, até um final estranho.

Filme esquisito aonde não dá pra entender aonde o diretor quer chegar.

Pelos menos os meninos são bonitinhos e ainda aparecem pelados.

13 MINUTOS, OU QUASE...

(THIRTEEN OR SO MINUTES)
Dir.: William Braden Blinn
EUA - 2008

Depois de se conhecerem, dois homens transam e resolvem discutir a relação: um deles até aceita bem a novidade, enquanto o outro fica mais reticente sobre o que aconteceu. O ator peludinho é uma graça.

ONZE HOMENS EM CAMPO E FORA DO ARMÁRIO

(STRÁKARNIR OKKAR)
Dir.: Robért I. Douglas
Islândia / Finlândia / Inglaterra - 2005

Estrela do futebol, Ottar descobre que sua foto vai sair na última página do jornal. Sem mais nem menos, ainda no vestiário do clube, ele resolve assumir sua homossexualidade.

Pronto. Está armado o escândalo que vai bagunçar a vida da família e principalmente do filho adolescente dele.

Sem alternativa, e vendo o constrangimento que causou, ele aceita ir jogar em um time amador, aonde já haviam gays. A publicidade acaba atraindo outros homossexuais para o time, que logo se torna o time das bichas.

Enquanto isso, Ottar tem que lidar com a rebeldia do filho, que se afasta do pai (a mãe é alcoólatra) e acaba se metendo com drogas.

De boas intenções o inferno está cheio, e é o caso desse aqui. A história é mal desenvolvida; o elenco é fraco o que se reflete na risível dramaticidade da cena aonde o filho de Ottar o pega transando com outro homem. Os islandeses também devem gostar muito de um boquete, porque a toda hora tem alguém querendo cair de boca no assunto.

HEAD ON

(HEAD ON)
Dir.: Anna Kokkinos
Austrália - 1998

Ari (Alex Dimitriades, bonito e gostoso pra cacete) é gay, não trabalha nem estuda, vive com a família, mas em pé de guerra com o pai. Tira seu sustento de jogos de cartas e vendendo pequenas doses de drogas, que também consome aos montes. Não tem qualquer perspectiva de emprego e transa com qualquer um que apareça na frente.

A diretora não se limita a focar na cena gay, e tenta fazer um painel da comunidade greco-australiana: um povo conservador e fechado, intolerantes com as outras comunidades e por isso vistos com certa intolerância, o que talvez explique o cenário de poucas oportunidades de empregos que aparece com frequência no discursos de todos os personagens.

É legal, mas falta uma direção melhorzinha - a cena de um quase atropelamento é muito mal feita. Mas vale a vista.

BETWEEN LOVE & GOODBYE

(BETWEEN LOVE & GOODBYE)
Dir.: Casper Andreas
EUA - 2008

Kyle e Marcel são namorados, e como o segundo é francês eles decidem casá-lo com Sarah, lésbica caminhoneira, para poder obter o visto de permanência.

Tudo vai bem até que o irmão travesti-michê-problemático de Kyle, Cole/April reaparece e se intala no apartamento do casal, causando discórdia entre eles, já que Marcel odeia sua presença e o que ele/ela representa.

À partir daí o relacionamento degringola, com descobertas de traição, brigas em torno da propriedade do apartamento e de móveis, etc, sempre com o irmão travesti atiçando as divergências.

Draminho raso que nem um pires, com direito a frases como "depois da chuva vem o sol", "sou artista, devo seguir meu coração", "as respostas estão dentro de você", " o importante é olhar para dentro de si neste momento", e por aí vai.

Muito fraco, com direito a música ruim, já que alguns dos personagens são músicos.

A ESTRADA DE PRATA

(SILVER ROAD)
Dir.: Bill Taylor
Canadá - 2006

Prestes a deixar a adolescência e entrar na idade adulta, quando irá para Toronto estudar, Mark se descobre apaixonado pelo amigo de infância, Danny.

Mais um sobre adolescentes às voltas com as dúvidas sobre sua sexualidade.

BELEZA

(SKOONHEID)
Dir.: Oliver Hermanus
África do Sul / França / Alemanha - 2011

François, cinquentão, casado e com duas filhas, mantém sua homossexualidade escondida, dando vazão a seus desejos em encontros com outros homens, também casados, em uma casa afastada, na cidadezinha aonde vive.

No casamento de uma das filhas ele reencontra um sobrinho que não via há tempos e cai de paixão pelo garotão.

Completamente obcedado pelo garoto, ele passa a segui-lo e acaba comentendo um ato desatinado.

É legal, mas poderia ter uns 20 minutos a menos.

VIL ROMANCE

(VIL ROMANCE)
Dir.: José Campusano
Argentina - 2008

Roberto vem de uma família totalmente desajustada (a primeira cena do filme mostra as mãe e filha em cenas de sexo grupal com dois homens e a visível contrariedade do rapaz com a situação), vive na periferia de Buenos Aires, uma região miserável, e não tem qualquer perspectiva de melhora na vida.

Ele conhece Raul, na faixa dos 50 anos, um cabeludo, com jeito de hippie anacrônico, desdentado, e que vive, aparentemente, de bicos.

Ele vai para a casa do cara aonde é praticamente estuprado, assim como no segundo encontro, mas ainda assim insiste em ficar com o sujeito, se mudando até para a casa dele, mas dormindo em camas separadas - uma exigência do outro.

A base do relacionamento é a violência e a imposição das vontades de Raul sobre as de Roberto, que se queixa do outro ser apenas ativo.

Quando ele conhece outro pela internet (uma ótima cena de sexo) e Raul descobre, Roberto vai perceber que seu namorado é uma pessoa da pior espécie, dominador, incapaz de amar alguém e apenas guiado pela necessidade de posse, sem nunca demonstrar realmente gostar do garoto.

Drama argentino, meio cru e com atores com aparência de amadores em cena. A família de Roberto é horrível, mas no fim, vão demonstrar se importar muito mais com ele do que aparentam durante todo o filme, ainda que apelando para um certo instinto de sobrevivência, tanto da família, como de si mesmas.

UM AMOR QUASE PERFEITO

(LE FATE IGNORANTI)
Dir.: Ferzan Ozpetek
Itália / França - 2001

Antonia é médica e vive a sombra do marido. Quando esse morre ela recebe alguns pertences do falecido, entre eles um quadro e um molho de chaves, remetidos por alguém de quem ela só sabe o endereço.

Decidida a conhecer a provável amante do marido, ela vai ao endereço do remetente e descobre que na verdade ele tinha um amante, e não uma.

Além disso, Massimo, o morto, parecia ter em um mundo próprio, aonde Antonia seria a verdadeira amante - Michele, o namorado, vive em um prédio habitado por uma verdadeira comunidade gay: os almoços são coletivos, todos se metem na vida de todo mundo e todos se apóiam. Antonia inclusive é conhecida de todos, sem nunca ter sido formalmente apresentada. Um deles, Ernesto, tem AIDS e vive sob os cuidados dos demais.

À princípio Antonia acaba se afastando, mas depois desenvolve laços de amizade com todos, em especial o namorado do marido e até ajuda nos cuidados ao soropositivo, visto ser especialista na doença.

Bonito drama do mesmo realizador de "Hamam" e "O Primeiro Que Disse". O elenco rende muito bem, especialmente a atriz que interpreta Serra, turca refugiada e síndica do prédio.

Um filme bacana, que foge do baixo astral e trata bem um tema espinhoso. O diretor parece mostrar imenso carinho por seus personagens, mostrando que não dá pra acusar ninguém como culpado ou vítima pela situação apresentada.

WEEKEND

(WEEKEND)

Dir.: Andrew Haigh

Inglaterra - 2011

Russell, salva vidas em um clube de natação, conhece Glen, artista plástico, em um bar gay e os dois passam a noite juntos. Do que era para ser apenas uma transa, nasce algo mais, apesar da diferença de mundos em que ambos vivem. Só que Glen vai embora para os EUA dois dias depois, para um curso, e nesses dois dias os dois vão se apaixonar, discutir a relação, as relações do mundo gay e se separar.

Verborrágico e simpático drama inglês, valorizado pela dupla protagonista, que é bonitinha e tem química.

Muito bacana também a cena da separação, que remete diretamente aos filmes românticos, de amor impossível, aqui protagonizada por dois homens.

NOVO

(NOVO)

Dir.: Jean-Pierre Limosin

França -2002

Trama meio sem pé nem cabeça sobre um homem que perde a memória, e é obrigado a registrar seu dia a dia em um caderninho, para poder se recordar das pessoas com quem convive no trabalho e na vida pessoal.

O filme não é gay, mas os fãs do ator Espanhol Eduardo Noriega (de "Plata Quemada") vão se deliciar com as cenas de nudez frontal do gato - ele até planta bananeira pelado... e está especialmente mais bonito que o normal no filme.

STARCROSSED

(STARCROSSED)

Dir.: James Burkhammer

EUA - 2005

Curta sobre dois irmãos que começam um relacionamento, obviamente às escondidas, até que são flagrados pelos pais.

O final moralista é terrível, embora deva balançar os corações românticos.

Aluizio Abranches foi muito mais feliz em "Do Começo ao Fim".

TRÊS FORMAS DE AMAR

(THREESOME)

Dir.: Andrew Fleming

EUA - 1994

Misto de drama e comédia sobre Eddy e Stuart, que dividem um quarto na faculdade quando um erro inclui Alex como terceiro ocupante, sendo que Alex é mulher.

Stuart é o estereótipo do garanhão e Eddy mais retraído, mas a dupla se entende bem mesmo assim. A chegada de Alex é que bagunça a vida dos 2: ela se sente atraída por Eddy, que não corresponde aos seus avanços; por outro lado, Stuart fica cheio de tesão pela nova colega de quarto e acaba despertando o interesse de Eddy, que vai tomando consciência de sua sexualidade.

Pronto, está montado o triângulo amoroso.

Esse aqui fez algum sucesso na década de 90, e com certa razão, pois trata com algum humor e boa dose de observação o trio e sua confusão sexual. No elenco Lara Flynn Boyle (praticamente esquecida hoje em dia), Stephen Baldwin (que nunca fez muita coisa que preste nas telas) e Josh Charles (atualmente na série The Good Wife).

RELEASE

(RELEASE)

Dir.: Darren Flaxtone / Christian Martin

Inglaterra - 2010

Padre vai preso e inicia um romance, obviamente as escondidas, com um carcereiro que é o objeto de desejo da caminhoneira que dirige o lugar. Só que cadeia é cadeia em qualquer lugar do mundo: tem regras próprias e é impossível manter tal situação em segredo.

Drama inglês dos mesmos realizadores do bem melhor "Shank". A produção deve ter sido bem barata, daí a impressão de que a prisão tem meia dúzia de presos. Tem também umas pontas soltas, como porque a caminhoneira se submete a vontade de outro preso.

Além disso, tem uma música muito chata. Como parece faltar trama pra completar os 90 minutos, botaram os caras pra se pegarem várias vezes em cena. Em determinado momento o filme até levanta uma discussão interessante sobre o conflito fé/amor gay e sobre a libertação pelo amor, mas é tudo muito rápido, meio raso e sem maiores consequências.

Só vale pra passar o tempo.

ROLE/PLAY

(ROLE/PLAY)

Dir.: Rob Williams

EUA - 2010

Galã de novelas, Graham (Steve Callahan, de "East Side Story") tem um vídeo íntimo com outro homem divulgado na net, o que lhe vale uma demissão do emprego. Ele se hospeda em um hotel para gays, aonde conhece Trey (Matthew Montgomery, de filmes ruins como "Redwoods" e "Gone, But Not Forgoten"), um ativista do casamento gay e que está lá justamente porque o seu acabou.

No começo eles se estranham, e depois é mais do mesmo.

Filme com Montgomery no elenco nunca é bom, até porque ele mesmo produz alguns deles, e esse aqui fica naquele limite do suportável, com direito a final óbvio. No mais, muita bunda de fora (em filme americano é sempre assim) e sexo softcore.

No filme, um dos personagens critica outro porque ele quer viver uma vida gay - se relacionar apenas com gays, viajar em navios gays, etc, mas é curioso que o filme se prende a essa fórmula: se limita à um hotel gay, com personagens que parecem ignorar qualquer outra opção sexual e que curtem a estética gay, além de aparentarem ver os heteros como inimigos.

Pelo menos Callahan é bonito, tem jeito de macho e um corpaço.

INVULNERÁVEL

(INVULNERABLE)

Dir.: Álvaro Pastor

Espanha - 2005

Curta famoso, que narra a história de Elías, professor que tem o HIV. Ele se envolve com Pedro, professor da mesma escola, e relembra como deve ter contraído o vírus; como foi a descoberta; a relação com o pai; e o grupo de apoio que frequenta.

Um filme bacana, meio triste e que coloca uma questão legal: em que momento contar à quem você se relaciona, que você carrega o vírus?

O ALIMENTO DO AMOR

(FOOD OF LOVE)

Dir.: Ventura Pons

Espanha / Alemanha - 2002

Drameco sobre um garoto de 18 anos, aspirante a pianista, que descola um bico como passador de partitura de um famoso pianista, seu ídolo ealvo de amor platônico. Terminado o trabalho, o pianista viaja para à Espanha, para onde o garoto também vai, acompanhado da mãe.

Ao chegar, ele perde a oportunidade de assistir à um concerto de seu ídolo, mas não de procurá-lo em seu hotel, aonde os dois acabam transando (a cena de sedução é até legalzinha).

Durante a semana de viagem os dois ficam juntos, mas depois seguem suas vidas e vão se encontrar 6 meses depois, devido a uma situação constrangedora causada pela mãe do pós-adolescente, quando esta descobre o caso da dupla.

GAYDAR

(GAYDAR) 

EUA - 2002

Dir.: Larry LaFonde

Comédia sobre um gay que adquire um gaydar, um radar que diz se o "alvo" é gay ou não. Ele então se anima com a possibilidade de saber se seu bonito colega de trabalho é ou não é.

Divertido e com uma ótima lição de que a ignorância e a dúvida talvez sejam mais interessantes e estimuladoras do que o conhecimento, pois nos permitem sonhar e manter vivos os sonhos e a fantasia.

HELLBENT

(HELLBENT)

EUA -2004

Dir.:Paul Etheredge

Quatro amigos gays se preparam para curtir a noite de halloween, mas são perseguidos por um serial killer saradão que usa uma fantasia de diabo.

Terror voltado para o público gay, que usa a estrutura dos filmes voltados para o público "tradicional" do gênero.

A produção é bem cuidadinha, os atores são bonitinhos e, para quem curte terror, é um filme até interessante, mas que na verdade funciona mais dentro do gênero terror, do que como filme gay, já que o que poderia ser o grande atrativo para um público específico praticamente passa batido: não há cenas de sexo e só no fim rola um beijo gay.

O FIO

(LE FIL)

Dir.: Mehdi Ben Attia

França / Bélgica / Tunísia - 2009

Alguns meses depois da morte do pai, Malik viaja até a Tunísia para encontrar a mãe e se encanta com o empregado da casa, Bilal (Salim Kechiouche).

A mãe não sabe que ele é gay - ou não quer ver - e quando descobre se opõe a relação.

Paralelamente, Malik se propõe a ser o pai do filho de Siryne, casada com Leila, cuja relação é aceita numa boa pelo pai dela.

Drama razoável, que por algum motivo abre mão dos conflitos e resolve tudo numa boa, em prol de um final feliz. Kechiouche atou em "Le Clan" e "Grande École" também no papel de gay e aqui está mais bonito do que nos filmes citados. Claudia Cardinale, mito do cinema nas décadas de 60 e 70 interpreta a mãe do protagonista.

EU NÃO QUERO VOLTAR SOZINHO

(EU NÃO QUERO VOLTAR SOZINHO)

Dir.: Daniel Ribeiro

Brasil - 2010

Leonardo é cego e todos os dias volta da escola com Giovana, que é apaixonada por ele mas guarda segredo. Até que um aluno novo, Gabriel, desperta a paixão de Leo.

Curta nacional bem feitinho e bonitinho, sobre o primeiro amor de um adolescente.

O JARDIM SUSPENSO

(THE HANGING GARDEN)

Canadá / Inglaterra - 1997

Dir.: Thom Fitzgerald

Depois de 10 anos longe de casa, William retorna para o casamento de sua irmã com o cara por quem ele era apaixonado na adolescência. Sua família é totalmente disfuncional: a irmã mais nova se comporta como menino; a avó esclerosada é cuidada pela nora; o cão é cego; e o pai um bêbado, que maltrata o resto da família e acabou sendo o culpado pela compulsão de William por comida.

Quando saiu de casa ele era muito gordo, emagreceu, vive com o namorado mas não consegue esquecer o passado, como os maus tratos do pai, a mãe que o levou à uma prostituta e a paixonite pelo noivo da irmã.

Drama esquisito, mas que flui bem, embora em dado momento fiquemos em dúvida se o que assistimos é delírio de algum dos personagens, metalinguística ou outra coisa mal explicada. De qualquer forma, é um filme interessante.

PRESQUE RIEN

(PRESQUE RIEN)

Dir.: Sébastien Lifshitz

França / Bélgica - 2000

Mathieu conhece Cédric na praia, aonde ambos costumam passar as férias e os dois começam um namoro às escondidas, que depois acaba sendo contado à família do primeiro, dada a impossibilidade de esconder o fato. Além do namoro gay, Mathieu ainda tem que lidar com a depressão da mãe

Filme interessante, meio triste, contado em flashback que narra a história de amor dos dois paralelamente a doença de um deles, que relembra o início da relação.

OUT NOW

(OUT NOW)
Dir.: Sven J. Matten
Alemanha - 2005

Mais um filme sobre um garoto tímido que não se aceita como é e ainda sofre bullying na escola. Ele se corresponde com outro via internet, mas uma decepção amorosa vai fazer com que tome coragem e encare a realidade.

EAST SIDE STORY

(EAST SIDE STORY)

Dir: Carlos Portugal

EUA - 2006

Diego mora com a avó e trabalha no restaurante de comida mexicana dela, mas seu sonho é sair de Los Angeles, e ir para Phoenix.

Ele mantém um caso às escondidas com Pablo, que não admite ser homossexual.

Quando o caso termina, Diego resolve partir, mas conhece o novo vizinho de frente, Wesley, casado com um gay afetadíssimo e preconceituoso.

Quando o romance com Wesley parece que vai engrenar, o namorado deste sofre uma suposta agressão, e os 2 novos namorados são obrigados a se separar.

Draminha bem ao estilo americano: é choroso, as cenas de sexo são bem fraquinhas, o final é obviamente feliz e o espectador ainda assiste a um dos personagens dar a outro uma pulseira com a data em que fizeram amor pela primeira vez...

O OESTE DISTANTE

(FAR WEST)

Dir.: Pascal-Alex Vincent

França - 2003

Curta sobre um dançarino adolescente que viaja para a granja do avô, no interior. Ele é meio afetado, mas em "respeito" ao lugar e na tentativa de conquistar o bonitão que trabalha para o avô, acaba assumindo uma aparência mais máscula.

Só que o capial já tem um relacionamento com outra pessoa...

PLEIN SUD

(PLEIN SUD)
Dir.: Sébastien Lifshitz
França - 2009

Menos sobre homossexualismo, e mais sobre a complicada vida de Sam, que viaja rumo a Espanha acompanhado de Léa, e do irmão dela, Mathieu, por quem Sam sente tesão, embora não admita, ou não queira admitir, ou não queira se apaixonar, pois isso pode tirá-lo do destino que traçou para si.

Seu objetivo na Espanha só saberemos no fim do filme, mas enquanto isso, ao grupo se junta Jérémie, a quem dão carona na estrada e que se envolve com Léa.

Durante o caminho, o road movie vai contando a história de Sam: na faixa dos 30 anos, órfão de pai, a quem viu se suicidar (ele leva a arma consigo), foi afastado da mãe, que perdeu a sanidade e depois foi embora sem dar satisfação ao filho mais velho.

Meio triste, meio melancólico, com direito à uma cena de sexo extremamente excitante (bem ao estilo do cinema temático francês) entre Sam e Mathieu.

Bom filme, naquele gênero aonde alguém precisa enfrentar seu passado, mesmo sem saber como vai reagir ao encará-lo, e que acaba descobrindo que determinadas decisões podem ir por terra quando descobrimos que nossas intenções não mudarão o passado, nem reescreverão o presente.

MISTÉRIOS DA CARNE

(MISTERYOUS SKIN)
Dir.: Gregg Araki
EUA - 2004

Aos 8 anos, depois de sair de um treino de seu time de baseball, Brian foi vítima de algum fato que fez com que ele esquecesse de 5 horas de sua vida. Ele é encontrado pela família no porão de casa, com o nariz sangrando e passa a ter desmaios e sangramentos nasais sem explicação. Sem encontrar explicação para o ocorrido, ele passa a acreditar que foi abduzido por ET's, e desenvolve obsessão pelo assunto, sendo fascinado com qualquer coisa relacionada a OVNI's.

Na mesma época Neil é seduzido por seu treinador de baseball, e mantém com ele um relacionamento às escondidas, apesar de ter apenas 8 anos.

10 anos depois, Brian (não é spoiler, mas não precisa pensar muito para sacar o que aconteceu com o menino) é retraído, assexuado e rejeita o contato sexual, mas pouco a pouco começa a relembrar o que lhe aconteceu.

Neil vê o sexo como moeda de troca, vive prestando favores sexuais para os homens da pequena cidade aonde vive e não parece perceber, ou aceitar, como o abuso que sofreu afetou sua vida pessoal e sexual. Quando se muda para Nova Iorque continua atuando como michê, só que a barra é muito mais pesada do que transar com os inofensivos homens de sua cidade natal, e ele acaba quebrando a cara.

Araki é realizador de "The Living End", um meio clássico do cinema gay e aqui mostra que evoluiu no ofício. Seu filme é meio convencional, mas mostra como o abuso sexual pode ser determinante na formação do caráter de uma criança. Ainda que Neil demonstrasse desde cedo ser homossexual, é seu comportamento que é afetado, não a opção, que já parecia existir.

Talvez seja meio esquemático ao mostrar os 2 meninos como vindo de lares meio desestruturados: Neil não tem pai, e a mãe vive trocando de namorados - a idéia de matriculá-lo no baseball é de um deles, para poder ter mais tempo livre com a mãe do menino. Brian tem uma mãe atenciosa, mas o pai acha que ser pai é cobrar resultados do filho no esporte, e compará-lo a si. Na verdade, não havia ninguém com o menino no dia do abuso, o que facilitou a ação do pedófilo.

O pedófilo da trama é outro que merece destaque: bonito, charmoso, sedutor, parece acima de qualquer suspeita com seu sorriso simpático e seduz Neil com doces, vídeo-games e uma atenção que o menino não parece ter em casa.

Joseph Gordon-Levitt intrepreta Neil na idade adulta.

HOMEM NO BANHO

(HOMME AU BAIN)
Dir: Chirtophe Honoré
França - 2010

Esqueça que não existe roteiro, história, ou qualquer coisa que faça um mínimo de sentido ou explique o que se vê em cena e concentre-se no corpo (e que corpo!) de François Sagat, um ator pornô famoso que é a única coisa interessante que isso aqui tem a oferecer.

TAN LINES

(TAN LINES)
Dir.: Ed Aldridge
Austrália - 2007

Cass volta pra casa depois de 4 anos longe. O motivo da partida: o caso com seu professor veio a tona, e a solução foi sair da pequena cidade aonde vivia.

Quando reaparece ele acaba se envolvendo em uma relação às escondidas com Midget, amigo de seu irmão, Daniel.

Midget tem uns 16 anos, estuda e vive com a mãe, com quem ainda divide a cama e que nunca vemos, sempre enrolada em cobertores. Midget visivelmente tem dúvidas sobre sua sexualidade, tanto que também se envolve com Alice, outra que tem uma vida meio desajustada e vive com a tia.

Drama australiano que apresenta uma galeria de tipos estranhos, como os velhinhos que parecem viver sua sexualidade melhor que os jovens, e a tia de Alice, que parece saída de um texto de Nelson Rodrigues.

É interessante e tem umas ceninhas de sexo legais.

FREUNDE

(FREUNDE)
Dir.: Jan Krüger / Olive Shwabe
Alemanha - 2001

Dois adolescentes de 16 anos vivem seu namorinho às escondidas, mas um deles decide mostrar que também gosta de mulher e acaba tomando uma atitude idiota que pode levar ao fim do romance.

AMOR CRU

(AMOR CRUDO)
Dir.: Juan Chappa / Martín Deus
Argentina - 2008

Curta metragem sobre dois adolescentes que são amigos inseparáveis, até que um deles começa a enxergar o outro de outra maneira.

Nada demais.

AQUARELA - AS CORES DE UMA PAIXÃO

(WATERCOLORS)
Dir.: David Oliveras
EUA - 2008

Danny está inaugurando sua primeira exposição de pinturas em Nova Iorque, enquanto relembra seu envolvimento com Carter, quando ambos eram adolescentes.

Enquanto Danny é mais ligado às artes, Carter é atleta e, apesar das diferenças, os dois acabam se apaixonando. O problema é que Carter até aceita a relação, mas não quer ser visto ao lado do outro para não ser discriminado.

Entram em cena então drogas, bullying, a difícil relação de Carter com o pai e a ausência da mãe, além de um fato que vai ser determinante nas vidas e na relação dos dois.

Drama correto, que é meio esquemático ao ligar 2 personagens diferentes, aonde um tem uma mãe compreensiva e o outro uma família conturbada, além do universo das escolas secundárias americanas e a necessidade de vencer na vida, e nem o final não-feliz consegue fazer com que fuja do lugar comum.

THE LIVING END

(THE LIVING END)
Dir.: Gregg Araki
EUA - 1992

Jon, crítico de cinema freelancer, tímido e pessimista, perde o chão ao descobrir estar com AIDS. Acidentalmente ele conhece Luke, um michê sem rumo na vida, também soropositivo.

Luke mata um policial e os dois fogem sem destino definido, em uma relação simbiótica, da qual Jon, cada vez mais envolvido pelo outro, tenta fugir, mas não consegue.

Filme meio marginal, meio alternativo, com uma dupla (muito bonita, por sinal) que faz referência a "Thelma & Louise" e tratou do tema da AIDS, então uma sentença de morte, antes do cinemão americano fazê-lo.

Não é bom; tem uns personagens deslocados e um jeito muito amador. O próprio diretor assina o filme como "um filme irresponsável de Gregg Araki".

MORRER COMO UM HOMEM

(MORRER COMO UM HOMEM)
Dir.: João Pedro Rodrigues
Portugal / França - 2009

A dura vida de Tonia, na verdade Antonio Cipião, um travesti que pegou seu nome emprestado de Tonia Carrero e que vê sua carreira se aproximar do fim; tem que lidar com o namorado muito mais novo e viciado, que lhe rouba pra comprar drogas; a concorrência de travestis mais novos; e o desprezo do filho, que se envergonha do pai gay.

O elenco é formado por atores de pouca ou nenhuma experiência e tem momentos de certo devaneio, como uma sequência em que os atores se sentam no meio do mato para ouvir uma música vinda não se sabe de onde, mas é um filme bacana, redondinho, bem dirigido, produzido e interpretado.

Não foi bem recebido pela crítica internacional, que criticou até a duração e o excesso de números musicais. Talvez até seja um tanto longo, mas é impossível não se sensibilizar com o drama de Tonia, um travesti sofrido, de bom coração, por quem se torce que tenha um final feliz.

O elenco rende muito bem; João Pedro se mostra mais sóbrio do que em "Fantasma" e Gonçalo Ferreira de Almeida rouba a cena como a afetadíssima e extremamente teatral Maria Bakker.

Ótima pedida para aqueles que não se importam de terminar de ver o filme com um nó na garganta, embora as personagens do filme raramente resvalem para a simples lamentação por suas vidas difíceis.

SOU SÓ EU?

(IS IT JUST ME?)

Dir.: J. C. Calciano

EUA - 2010

Blaine não tem o perfil de beleza que é o padrão no mundo gay. Ele escreve para um blog gay e sonha encontrar um amor verdadeiro, que busca na internet, já que não frequenta boites.

Uma noite conhece Xander, lindo, mas ele manda por engano o perfil de seu companheiro de apartamento, Cameron, lindo também, que trabalha de gogo boy. Sem alterntiva, ele convence Cameron a se passar por ele em seu primeiro encontro com Xander, e na primeira oportuidade desfazer o mal entendido.

Pronto, está armada a comedinha de erros fraca até dizer chega, que rostos e corpos bonitos não sustentam.